Capítulo 12

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Mudei a capa da Fanfic e fiz um trailer, quem amou???

Não ficou profissional mas da pro gasto né, espero que gostem do capítulo.

Boa leitura...

Camila Cabello Point Of View

18 de abril de 2018
New York, Estados Unidos

Após Lauren desligar a chamada, fui me trocar para o nosso almoço. Abri meu armário, tirei o avental e a jaqueta do corpo e os guardei. Coloquei apenas um salto preto para substituir o tênis. Por sorte, o hospital estava tranquilo naquele momento, meus pacientes estavam bem e Normani me liberou para o almoço. Pensei em chamar Dinah para me acompanhar, mas a ligação de Lauren foi uma oportunidade irresistível.

A falta que sinto dela é notável durante meus dias no hospital. Visitar Lauren sempre me faz esquecer das horas intermináveis de plantão. Se apegar a um paciente pode ser complicado, mas com ela é diferente. Em pouco tempo, parece que nos conhecemos há anos. É uma sensação maravilhosa.

Esperei cerca de quinze minutos no estacionamento até que Lauren chegasse. Fiquei impressionada quando vi uma BMW preta parar na minha frente. Ela saiu do carro sorrindo, me olhando de cima a baixo, e meu coração deu um salto. Lauren se aproximou e me abraçou, seus braços contornaram minha cintura, e eu retribuí o gesto, mesmo um pouco tímida. Senti sua respiração quente em meu pescoço, e isso fez meus pelos se arrepiarem.

ㅡ Oi, Camila. Tudo bem? - Lauren se afastou, segurando minha mão e encostando suas costas na lateral do carro.

ㅡ Hey, Estranha. Bem, e você? - Fitei seus olhos cor de esmeralda enquanto sentia minhas bochechas esquentarem.

ㅡ Também. Quer ir aonde?

ㅡ Eu conheço um restaurante italiano maravilhoso... Gosta de massas?

ㅡ Definitivamente. - Ela sorriu de lado, abrindo a porta do carro e me dando passagem para entrar.

Observei cada detalhe do interior do carro, os bancos de couro, o ar ligado, o som do rádio. Eu queria conhecer Lauren e todos os seus jeitos, ela me cativa. Ao se sentar ao meu lado, ligou o automóvel e partimos para o restaurante com as minhas instruções de como chegar.

Não conversamos muito durante o trajeto, mas o silêncio entre nós não ficou desconfortável em nenhum momento. Às vezes, conhecer uma pessoa pode nos dar a sensação de que a conhecemos há muito mais tempo. Com Lauren é assim.

Ao chegarmos ao restaurante, tive um pouco de dificuldade em arrumar uma mesa, pois era necessário reservar com antecedência. Por sorte, um casal desistiu e conseguimos um lugar mais afastado, privado e perfeito para conversarmos.

Agradeci quando Lauren puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar, e ela se acomodou na sua. Pedimos a comida e, enquanto aguardávamos, Lauren pareceu inquieta para me contar algo importante.

ㅡ Então, o que queria me contar urgentemente? - Perguntei, bebendo um gole da água que estava na taça transparente.

ㅡ É um assunto delicado. Por que não conversamos primeiro? - Ela sugeriu.

ㅡ Como quiser. Seria indelicado perguntar sobre sua família? Digo, sei que não fala com sua mãe, mas você não tem mais ninguém? - Indaguei curiosa mexendo em meus próprios cabelos.

ㅡ Na verdade, tenho sim. Meu pai é incrível, ele é meu herói. Sempre me defendeu das loucuras da Dona Clara, infelizmente não pôde impedir quando ela quis me tirar de casa. Apesar de tudo, Michael é muito apaixonado pela minha mãe, mesmo depois de tantos anos de casamento. A gente se fala de vez em quando, mas ambos trabalham muito, então não temos muito tempo disponível. - Lauren falou com brilho nos olhos. - Tem também o meu irmão, Chris. Ele é oito anos mais velho que eu. Quando saí de casa, estava na faculdade e só ficou sabendo meses depois. Atualmente não somos tão próximos quanto éramos quando crianças, mas ele me ligou assim que eu saí do hospital e disse que vai separar um dia para me visitar. Chris é um artista plástico e mora na Austrália.

ㅡ Caramba, você tem sorte de ter um pai tão legal. Gostaria que o meu fosse como o seu. - Suspirei tristemente, relembrando todas as coisas que Alejandro já me fez.

ㅡ Se me permite perguntar... Como é seu pai? - Lauren fitou meus olhos e senti sua mão sobre a minha em cima da mesa.

Me revirei na cadeira, inquieta, e joguei meus cabelos para o lado, fechando os olhos enquanto recordava tudo.

ㅡ Alejandro Willians Cabello é um ser humano desprezível. Ele sempre me tratou muito diferente da minha irmã. Era como se eu não fosse filha dele. Quando eu cometia qualquer erro, ele me batia. Uma vez, eu deixei um Danone fora da geladeira para comer e ele me espancou até eu desmaiar, disse que não tinha o direito de comer se eu não pagasse. Já fui parar no hospital com duas costelas fraturadas. Minha mãe tentava me proteger, mas Alejandro ameaçava pedir o divórcio. Meu avô nunca permitiu que eles se separassem, e ele tem medo dele também.

Lauren me encarava chocada, seus dedos passaram pelo meu rosto, secando minhas lágrimas.

ㅡ Agora, eu preciso te contar... Alguns meses atrás, uma cliente minha denunciou um juiz por assédio, e eu falei com a polícia. Mantiveram em segredo e me mandaram descobrir mais coisas. Minha amiga é detetive particular, e ela descobriu que esse juiz é seu pai. Ele cometeu muitos crimes e se esconde atrás da profissão...

ㅡ Não digo que estou surpresa, porque desse homem não dá para esperar nada de bom. Fico agradecida por ter me contado. Por mim, quero que ele apodreça na cadeia. - Afirmei, pegando o cardápio para fazer o pedido.

ㅡ Quando sairmos daqui, eu vou providenciar uma ordem de prisão. ㅡ Explicou chamando o garçom.

O garçom se aproximou com um bloco de papel em mãos e nos perguntou

ㅡ Boa tarde, o que vão querer?

ㅡ Eu quero macarrão com queijo e duas porções de frango à parmegiana. - Respondi primeiro.

ㅡ Vou querer o mesmo. - Lauren seguiu a minha escolha.

ㅡ Gostariam de alguma bebida? - O garçom continuou.

ㅡ Eu ainda vou voltar ao trabalho, então desejo apenas uma água com gás.

ㅡ Eu estou dirigindo, vou querer uma Coca-Cola. - Lauren disse.

ㅡ Em breve, seus pedidos estarão prontos. - O garçom anotou os pedidos e nos assegurou que logo estaríamos servidas.

ㅡ Me fala mais de você. Você é advogada de que?

ㅡ Eu sou advogada criminalista, defendo o Direito e a Justiça. Tenho como principais atribuições resguardar os requisitos necessários para que meus clientes, enquanto réus de um determinado processo judicial, tenham um tratamento justo perante a lei. Recentemente prestei concurso para virar juíza e passei, estou apenas esperando algumas burocracias. - Ela sorriu e apoiou o cotovelo na mesa, entrelaçando os braços.

ㅡ Interessante, não sabia que advogados poderiam simplesmente virar juízes. - Impressionada com sua dedicação comentei.

ㅡ Podem sim, é necessário prestar cinco anos na sua área e depois já pode tentar ser juiz ou promotor. Meu sonho é poder garantir igualdade para todos. - Explicou entusiasmada.

Em seguida, o garçom nos trouxe a comida e agradecemos antes de começarmos a comer. Durante o almoço, trocamos sorrisos e olhares afetuosos, compartilhando comentários sobre diversos assuntos.

Ao final da refeição, Lauren quis pagar a conta sozinha, mas eu protestei. Insistimos em dividir o pagamento, e em seguida, ela me levou de volta ao trabalho em sua BMW preta. Conversamos animadamente durante o trajeto, com o som baixo para não nos desconcentrar.

Ao chegarmos, ela estacionou o carro e nos despedimos com sorrisos no rosto.

ㅡ Então... Acha que podemos fazer algo assim novamente? - Lauren me perguntou.

ㅡ Sempre que quiser e que meu trabalho permitir. Adorei o nosso encontro, na próxima vamos sair para beber.

ㅡ Pode apostar que sim. Até logo. - Aceitou animadamente.

Acenei com a cabeça, abri a porta do carro e a vi se afastar aos poucos. Suspirei, estralando os dedos, enquanto refletia sobre o quão feliz me sentia.

De volta ao trabalho, dediquei-me às minhas tarefas no hospital. Apesar de passar muito tempo aqui, eu amo o que faço. Ser médica era meu sonho desde pequena, e estar aqui, ajudando as pessoas e fazendo a diferença em suas vidas, me preenchia de alegria e satisfação.

Beyond time  ㅡ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora