Capítulo 11

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Recomendações de músicas para esse capítulo : Radioactive e Demons do Imagine Dragons.

Lauren Jauregui Point Of View

18 de abril de 2018
New York, Estados Unidos

Havia se passado quase um mês desde que recebi alta, e não poderia estar mais feliz. Nada como o conforto do meu lar. Já não estou mais usando os gessos, embora ainda sinta um pouco de dor. A Dra. Brooke me explicou que é normal, desde que não afete meus movimentos. Meu trabalho se acumulou, mas Verônica se mostrou muito eficiente e me ajudou.

Consegui reunir novas provas sobre o caso do juiz corrupto. Minha cliente gravou a conversa em que Alejandro Willians deu em cima dela abertamente. Ele insinuou que a consideraria inocente se tivessem uma noite de amor, ou seria culpada. Nojento, para dizer o mínimo.

Encaminhei algumas informações que obtive para minha amiga, Lucia Vives, uma detetive particular que se ofereceu para investigar o Juiz de perto. Pedi que viesse ao meu escritório assim que tivesse qualquer novidade.

Salvei o número de Camila, a médica super atenciosa que me atendeu durante minha estadia no hospital. Com a correria do dia a dia, ainda não marcamos nada. Deixamos para conversar esta semana, quando finalmente ela teria um dia de folga. Conversamos todos os dias pelo celular; quando retirei o gesso, não a vi no hospital, pois estava em uma longa cirurgia, como me contou.

ㅡ Lauren? Há uma tal de Lúcia Vives querendo conversar com você, posso deixá-la entrar? - Verônica apareceu em meu escritório.

Levantei a cabeça dos papéis que folheava e a encarei.

ㅡ Quantas vezes vou ter que te mandar bater antes de entrar? E se eu estivesse com alguém aqui?

ㅡ Pelo amor, Jauregay. A última vez que você transou com alguém foi com a vadia da Keana. Deve estar lotado de teias de aranha aí. - Verônica entrou, cruzando os braços e rindo. Suspirei, jogando minha cabeça para trás. 
ㅡDeixo a mulher entrar ou não?

ㅡ Sim, estou esperando desde cedo.

Assentiu e saiu do local. Após alguns segundos, ouvi os passos dos saltos de Lucy, que bateu na porta e pediu para entrar.

ㅡ Lauren, você não sabe o quanto senti sua falta! - Correu para me abraçar, e eu me aproximei, passando meus braços por seu pescoço e deixando um beijo em sua testa.

ㅡ Não pode sumir assim, Vives. Foi para o Brasil investigar um deputado e nem me chamou. Você sabe que estou doida para conhecer o Rio de Janeiro! - Exclamei fazendo um biquinho, e ela riu.

ㅡ Não podia falar para ninguém, desculpe, Laur. Podemos marcar de ir depois. Vamos falar sobre Alejandro?

ㅡ Claro, o que descobriu?

Apontei para a cadeira à minha frente, indicando onde deveria sentar. Prontamente, ela se acomodou, pegando sua bolsa e retirando diversos documentos.

ㅡ Alejandro Willians Cabello é um traficante de drogas e faz parte de uma gangue que é responsável pelo tráfico. Ele já foi preso várias vezes, mas sempre comprou alguém e saiu com fiança. Tem porte ilegal de arma, acusações de assédio, abuso sexual, agressão física e roubo de carros. Sua ficha é enorme, e ele se esconde atrás do cargo de "Juiz que promove a justiça". Nas horas vagas, vive em bares ou bordéis. Ele é casado e tem duas filhas: Sofia Cabello e Camila Cabello, filhas de Sinuhe e Alejandro Cabello.

Meu coração parou por dois segundos, e tremi da cabeça aos pés com a revelação. O ar fugiu dos meus pulmões, e pisquei várias vezes, tentando absorver a informação.

Saí de meus pensamentos quando Lucy me deu um tapa na cara. Olhei-a assustada.

ㅡ Lucy, estou completamente chocada. Esse cara é pai da minha médica!

ㅡ Aquela de quem você me falou? Camila?

ㅡ Não é possível, como vou contar isso para ela? - Fiquei desnorteada e notei minhas mãos tremendo.

ㅡ Acho que você não deveria contar. Não sabe como ela vai reagir... E se Alejandro for o melhor pai para ela?

ㅡ Não vou conseguir esconder! Eu vou ter um treco, assim que olhá-la, vou acabar contando. Você sabe que eu não consigo mentir. - Coloquei uma mão na cabeça, me levantei, servi um copo de água e bebi tudo em poucos goles.

ㅡ Você que sabe, mas tem mais uma coisa.

ㅡ O quê?

ㅡ Eu achei imagens de uma câmera de segurança dele batendo em uma meretriz. Tenho provas o suficiente para a prisão imediata, basta concordar que te entrego tudo e você encaminha para os policiais. - Lucy colocou as provas na minha mesa, e as avaliei, suspirando.

Não havia o que concordar. Embora seja o pai de Camila, a quem eu quero muito conhecer, ele é um criminoso e merece ser preso. Se eu não falar com Camila, ela pode me odiar para sempre... Odeio essas responsabilidades.

ㅡ Não tem o que pensar, Lucy, definitivamente é um criminoso e vai para a cadeia. Entretanto, eu queria falar com a Camila primeiro...

ㅡ Como quiser, só não esqueça que a justiça vem acima de tudo. Pense nas pessoas que sofreram. Sei que você vai fazer a coisa certa.

Lucia se levantou da cadeira, segurando sua bolsa. Me abraçou e se despediu, indo embora. Me joguei no sofá cinza que estava encostado na parede, de frente para a pequena televisão, e fitei minha mesa bagunçada com os diversos documentos. Não posso simplesmente prender o pai de Camila. O melhor a fazer é ligar e pedir para me encontrar o mais rápido possível. Com sorte, ela terá um tempinho para conversarmos. Capturei meu celular em cima da mesa de vidro, onde se situavam uma jarra com água e um pote com bolachas. Aproveitei para tomar um remédio para a enxaqueca, busquei o nome no visor do celular e logo disquei para Camila.

ㅡ Alô? - Sorri ao ouvir a voz doce da doutora.

ㅡ Oi, aqui é a Lauren... Desculpe ligar assim, mas eu tenho algo muito importante para te falar. Você está no trabalho?

ㅡ Ah, sem problemas. Na verdade, eu estava no hospital, mas estou indo almoçar fora. Por que não se junta a mim? Tenho umas duas horas até voltar ao serviço. - Sugeriu, um pouco insegura, e eu ri.

ㅡ Estou indo te buscar, então.

ㅡ Não precisa, não quero incomodar. - Respondeu acanhada.

ㅡ Eu faço questão.

ㅡ Estou esperando, então. Até logo...

ㅡ Até. - Disse eu, encerrando a chamada.

Desliguei sorrindo e peguei minha bolsa em cima do sofá. Ao sair do escritório, me deparei com Lucy encostada na mesa de Verônica, conversando com a mesma. Ela não ia embora?

Ouvi ambas gargalharem de algo assim que me aproximei, e elas me cumprimentaram com acenos de cabeça.

ㅡ Achei que você ia embora, Lucia. - Levantei uma sobrancelha para ela.

ㅡ Não tenho culpa de que sua secretária é muito legal. - Respondeu Lucy, enquanto Verônica mostrava um sorriso de lado.

ㅡ Ela não deixa ninguém escapar, senhor. - Adicionei em tom brincalhão.  ㅡ Vee, eu tenho que ir me encontrar com uma pessoa, cancele as minhas reuniões por hoje. Nem sei quando eu volto.

ㅡ Precisa de mais alguma coisa?

ㅡ Apenas isso, obrigada. Tenham uma boa tarde, meninas.

ㅡ Igualmente. - Responderam em coro.

Peguei o elevador e desci até o estacionamento. Troquei breves palavras com o porteiro e caminhei até o meu carro. Liguei o ar e o rádio, coloquei o cinto e ouvi o motor soar quando virei a chave. Abri as janelas e fui rumo ao Hospital Grey-Sloan.

Voltei, desculpem a demora mas eu tava sem criatividade para este capítulo. Sinto que não ficou tão bom quanto eu queria mas é isso, quem aí está surpreso com o Pai da Camila ? O que será que vem pela frente ? Aguardem os próximos capítulos...

Beyond time  ㅡ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora