2. Tempo

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[N/A: Fiquei muito feliz com a recepção ao primeiro capítulo! Espero que vocês curtam o fast forward! Um beijo e obrigada pelo carinho!]

"Bella!" Steve chamou da cozinha. "Está pronta? Vovó está chegando!"

Em poucos segundos, a garotinha surgiu. Estava com um vestidinho cinza, meias-calças brancas e uma boina combinando. Estava próximo do inverno, e Steve não gostava realmente da ideia da filha sair de casa, mas precisava que ela fosse com a mãe, caso contrário não deixaria a mudança transcorrer em paz.

"Difícil me vestir com essas caixas!" ela respondeu, arrancando um sorriso do pai. Pegando-a pelas axilas, Steve a apoiou na própria cintura. Afastando um cacho loiro do rosto da filha, disse,

"Está indo com a vovó porque estamos de mudança. Quando voltar à noite, terá um quarto novo. Seja boazinha, ok?"

"Sempre sou." Bella sorriu, tímida.

No instante seguinte, ouviram uma buzina. Steve pegou a mochila que tinha preparado e a colocou sobre o ombro livre, levando Bella para fora de casa, onde viu a SUV prata da mãe. Sarah Rogers os aguardava do lado de fora do carro, abrindo os braços para pegar a neta quando ela desceu correndo do colo do pai.

"Oi, meu amor!" ela disse, beijando o topo da cabeça da garota.

"Aqui estão as coisas dela. E ela perguntou por Carol a tarde toda, então..."

"Verei o que posso fazer. Você sabe."

A irmã de Steve, Carol, ainda que amasse muito a sobrinha, estava ocupada com a própria gestação - àquela altura, de pouco mais de quatro meses. Bella tinha nela a coisa mais próxima de uma figura materna, agora que...

"Tchau, papai, te amo!" ele sentiu um beijo babado na própria bochecha quando a filha se inclinou do colo da avó para ele.

"Também te amo. Seja obediente, hein? E não insista se tia Carol disser que não pode vir te ver, ok?"

~

A garota esticou o polegar na direção dele, como Steve tinha ensinado. Sorrindo, acenou quando o carro deixou a frente de casa.

Aquela mudança não era um momento qualquer. Queria estar sozinho porque precisava empacotar as coisas da esposa, e mais importante, queria permitir que as sensações fluíssem livremente.

Peggy tinha partido depois de uma longa batalha contra um câncer de ovário. Desde o começo eles sabiam que as chances não eram altas - tinham toda a consciência do que os aguardava. Ainda assim, Peggy decidiu seguir em frente com os planos de ser mãe. Viajaram juntos, compraram uma casa do jeito que ela sempre tinha sonhado, e principalmente, ela tinha curtido cada segundo da vida de Arabella, até o dia de sua partida.

A pequena ainda perguntava da mãe, mas para desespero de Steve, isso era cada vez menos. Apesar de tudo, ele contava com o apoio de uma psicóloga infantil, e não menos importante, da própria família, tanto a dele quanto a de Peggy.

A morte dela, apesar de ser algo inevitável, não deixou de partir o coração de Steve. Ela tinha sido a companheira dele desde sempre - se conheciam desde a faculdade, e se casaram em menos de seis meses.

Agora, quase um ano depois, ele estava começando a seguir com a vida. Tinha voltado a trabalhar como antes, a fazer amizades e a manter uma nova rotina. Tinha entendido também que estava tudo bem vender a casa e mudar-se para uma menor com a filha. Talvez com menos lembranças e sem o cheiro da falecida mulher por todos os lugares, a vida se tornasse um pouco menos cruel para ser vivida.

Afinal, ela continuava, principalmente por Arabella.

A respeito da adoção dela, Steve sabia que Peggy tinha se correspondido por e-mail com a mãe biológica da filha, inclusive enviado fotos. Tinha tido um ou dois e-mails de resposta, o último sendo pouco antes dela falecer.

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