8. Inevitável

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[N/A: Feliz Ano Novo!]

Natasha congelou no lugar. Brock Rumlow com certeza tinha envelhecido muito naqueles anos em que não tinham se visto.

Os olhos castanhos dele a olhavam de cima a baixo. Lembrava um predador avaliando sua presa. Por dentro, Natasha estava tremendo como uma gelatina, mas tinha aprendido a não demonstrar na frente de ninguém, especialmente dele, o quanto ficava nervosa.

"O que está fazendo em New York?" Ela perguntou enquanto pegava o cartão de consumo dele e processava o pagamento.

"Coisas. E você? Sumiu sem dar uma palavra."

Ela não respondeu. Ele apoiou os dois cotovelos no balcão, sem tirar os olhos dela, numa postura claramente intimidadora.

Antes que ela pudesse responder, porém, Alexei apareceu.

"Natasha? Algum problema?"

O tom de voz dele era neutro para quem não o conhecia, mas ela percebeu.

"Está. É apenas um velho conhecido."

Os olhos de Alexei se transformaram imediatamente.

"Yelena e Melina precisam de você na cozinha, pode deixar que assumo daqui."

Natasha deu as costas sem olhar para trás. Sentia os olhos de Rumlow na nuca dela. O que ele estava fazendo ali? Como diabos ele a tinha encontrado?

Mais importante de tudo, o que queria?

Entrou na cozinha e se apoiou com as mãos na parede, tentando respirar fundo e se acalmar. Melina e Yelena notaram instantaneamente que havia algo errado.

"O que foi?" A mais velha perguntou com a mão nas costas dela.

"Meu ex. Ele me achou."

Natasha olhou pela janela da cozinha. Rumlow continuava no salão, conversando alguma coisa com Alexei que ela era incapaz de escutar.

"Ele te disse algo?" Yelena perguntou.

"Não. Só disse que eu sumi. Alexei interveio logo."

O coração dela estava acelerado. Em um segundo, lembrou-se das brigas, das agressões, das promessas vazias e do medo que sentiu. Será que ele sabia algo sobre Arabella? Era impossível!

~

Brock deixou o estabelecimento em seguida, mas Natasha não sossegou. Naquela noite, dormiu na casa dos pais por precaução. Quer dizer, dormir era uma palavra forte. Não pregou o olho a noite toda.

Não sabia se ele a havia encontrado por acaso, mas duvidava. Alexei tinha garantido para ela que ele não se aproximaria novamente, e ainda que Nat acreditasse que o pai faria o possível para mantê-la em segurança, o medo falava mais alto.

No dia seguinte, do outro lado da cidade, Steve estava trabalhando de casa. Era o fim das férias de verão e Arabella estava brincando com uma das vizinhas.

Steve tinha acabado de acabar um copo de chá gelado quando ouviu a campainha tocar. Tirando os óculos, dirigiu-se até a porta da frente. Ao abrir, a mãe da garotinha que morava ao lado estava com a mão sobre os ombros de Arabella. A filha tinha uma bolsa de gelo sobre o supercílio direito.

"O que houve?" Ele se ajoelhou na altura de Bella, preocupado.

"Ela e Amy deram um encontrão. Não sangrou nem nada, mas acho que Bella ficou tonta e achei melhor que ela viesse para cá."

"Certo. Obrigado."

Fechando a porta atrás de si quando a mulher se afastou, Steve tirou a bolsa de gelo da testa da filha.

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