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[N/A: Quanto tempoooo! Obrigada pelo carinho! Espero que gostem!!!]

Steve se mexeu desconfortável na poltrona apertada, tentando não demonstrar para a filha como aquela pergunta o tinha deixado desconfortável.

"Hm, o que foi, Bella? Onde escutou essa palavra?"

"A médica que disse. Falou que tinham tirado sangue da mãe bilológica. O que é uma mãe bilológica?"

"Biológica, meu bem." Ele a corrigiu com gentileza. "É uma mãe de sangue. É a mãe que traz o bebê na barriga. Lembra que já te expliquei isso uma vez?"

"Que nem toda mamãe que tem o bebê é a que fica com o bebê, às vezes é a mãe do coração que faz isso."

"Exatamente."

Arabella ficou pensativa por um minuto.

"Minha mãe bilo...bio... lógica veio aqui? Ela veio tirar sangue?"

Steve congelou. Parou de digitar. Não podia mentir para a filha, odiava fazer isso, não era essa pessoa. Mas como ia abordar aquele assunto ali, do nada, sem preparo algum?

Suspirou.

Bem, ela ainda era uma criança de quatro anos. Certamente não ia associar a mãe biológica à figura da "moça dos cookies".

"Sim, meu bem. Ela esteve aqui para ajudar a descobrir por que você está doente."

Instantaneamente, os olhos da garota se arregalaram.

"Você viu como ela é? Como ela é, papai? Que cor é o cabelo? E os olhos?"

O coração dele se apertou bem pequenininho.

"Bella, ouça. Papai já te explicou uma vez que essa moça não é exatamente uma mamãe, não já? Sua mamãe foi para o céu. A mãe biológica é mais como... Uma amiga, entende?"

A expressão da garota caiu. Era um conceito muito difícil para uma criança entender, sabia disso.

"Eu e ela nunca vamos nos conhecer?"

Ele deu de ombros.

"Pode ser que um dia se conheçam, meu amor. Mas ela não será a mamãe, e sim uma amiga. Consegue entender isso?"

A pequena fez que sim com a cabeça, não insistindo mais no assunto. Steve odiava a ideia de deixar a filha triste, mas aquele tipo de expectativa podia arruinar o psicológico de uma criança.

Enquanto isso, Natasha tinha voltado à cozinha da confeitaria, dando ordens expressas que queria ficar sozinha. Todas as vezes que via Arabella sentia um aperto diferente no coração. Era inevitável pensar em como a vida teria sido se ela tivesse ficado com a menina. Teria voltado para Detroit por medo? Teria conseguido vir para New York? Será que a garota estaria ali com ela, brincando no chão da confeitaria?

Por outro lado, não teria roupinhas caras nem escola de elite. Não teria pai. Principalmente, não o pai dela, com quem Natasha tinha uma relação difícil, mas não podia negar que Steve era completamente dedicado à filha, e quando Bella nasceu, Nat jamais podia ter dado a mesma coisa.

Aliás, Steve Rogers era uma incógnita às vezes. Ela sabia que o homem a queria por perto, mas não perto demais. Duvidava que ele deixaria ela e Bella terem uma relação de proximidade em algum momento.

Entendia que ele não estava errado, mas ela também não estava.

Se perguntou se ele tinha namorada, pois isso implicava que se casaria novamente em algum momento, e aí sim a menina teria outra figura materna, afastando-a ainda mais.

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