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[N/A: Cheguei! Quero dar uma acelerada nessa história, então vou postar 2 caps seguidos! Espero que curtam!!!]

"O que-" Ela ia dizer, mas ele apertou os braços dela com mais força do que antes.

"Eu faço as perguntas aqui." Os olhos dele esquadrinhavam os dela, procurando qualquer sinal de mentira ou hesitação. "Ela é minha filha?"

Em outros tempos, a presença de Brock Rumlow ali teria intimidado Natasha. Em outros tempos, teria dito a verdade. Porém, alguns diriam que devido a um forte instinto materno; outros, que a uma ferida de trauma cicatrizada; mas daquela vez, Natasha Romanoff não se dobrou.

Puxando o braço de volta, fechou a expressão.

"E o que te faz pensar uma maluquice dessa?" O veneno escorria da fala dela. Não ia se permitir ser intimidada. Não estava mais em Detroit, não tinha mais vinte e três anos, roubando dinheiro de uma gaveta de cuecas para fugir depois de apanhar a tarde inteira. Estava em New York, tinha se reerguido, e Rumlow estava maluco de pensar que ela o deixaria se aproximar de Arabella depois de tudo que ela tinha feito para manter a garota feliz.

"Tenho minhas fontes, não se esqueça que essas piranhas que trabalham em hospital falam tudo para o primeiro que fodê-las direito."

Natasha olhou com atenção para o ex. Conhecia as ameaças vazias, e conhecia as reais. Aquele definitivamente era um blefe. Ele não tinha nada além de suposições vagas pela idade que ele achava que Arabella tinha.

"Então suas fontes estão equivocadas. Eu cheguei a NY e engravidei em seguida. Ela nasceu prematura e sem nenhum gene seu. O pai a cria. Mais alguma dúvida?"

"O pai dela." Ele disse, cuspindo ironia. "Quem, o babaca com jeito de riquinho que foi te ver na confeitaria? Você realmente deu pro primeiro que viu quando chegou aqui tal qual a vagabunda que eu sempre disse que você era?"

"Melhor ser vagabunda com qualquer um dessa cidade do que ser sua mulher." Ela respondeu. Viu o rosto do ex se contorcer de raiva e ele voltou a segurar os braços dela com raiva.

"Ah, sua-"

Mas não houve tempo de saber qual xingamento ele tinha reservado. Steve apareceu e ela se soltou com facilidade, andando até Rogers e o cumprimentando com um beijo, como se fossem namorados. Provavelmente ele já tinha sacado, mas ela podia explicar depois.

"Vamos?" Ele segurou a mão dela, dando a volta no carro e abrindo a porta do passageiro para que entrasse.

Depois que deram a partida, ela ainda observou enquanto passavam por Rumlow, que olhava para o carro desconfiado. Quando o deixaram para trás, ela suspirou.

"Desculpe pelo cumprimento inusitado. Ele me pegou de surpresa."

Percebeu que o rosto de Steve tinha atingido um leve tom de rosa, mas ele sorriu educadamente.

"Não tem problema. Está tudo bem?"

Nat fez que sim com a cabeça.

"Veio me pressionar outra vez. Queria saber se Arabella é dele."

Os dedos de Steve pressionaram o volante com força.

"E o que você disse?"

"Que não, é claro. Que é sua filha. Mas omiti a parte da adoção, então..."

"...Então ele acha que estamos juntos." Rogers concluiu.

Natasha deu de ombros.

"Foi a maneira mais rápida que pensei para me livrar dele. Desculpe."

"Não tem problema. Espero que tenha sido o suficiente para afastá-lo."

Steve notou que, diferente da primeira vez em que ela tinha visto o ex, desta não estava assustada. Ao contrário, parecia muito determinada.

~

Chegaram a um restaurante casual. O clima estranho da ligação que Steve tinha feito se intensificou. Fizeram os pedidos para a garçonete de cabelo rosa e então Natasha percebeu que Rogers estava péssimo. Havia grandes círculos roxos sob os olhos dele e uma expressão triste.

"O que houve?"

Os olhos dele a fitaram por um longo tempo. Suspirando, começou a contar.

"Olhe, eu nem sei direito por que te chamei. Mas achei que você seria a pessoa que mais entenderia o meu sentimento quando escutei as notícias, então... Não sei, eu só precisava de um norte."

Ele compartilhou em detalhes o que a médica tinha contado. Falou da doença, da provável causa, do péssimo prognóstico e da única chance de tratamento que tinham. Ao fim de tudo, havia lágrimas nos olhos de Steve e Natasha encarava o próprio prato sentindo uma espécie de vazio e culpa ao mesmo tempo. Sabia que não poderia ter evitado - era filha de uma mulher negligente e nunca tinha sido vacinada até ir para o primeiro lar temporário.

"Eu não sei o que fazer. Minha cabeça está uma bagunça."

"Acho que é bem óbvio." Natasha disse, tentando se manter racional. "Disse que a única chance dela é esse tratamento com interferon. Entendo que possa dar errado, mas também pode dar certo. E sem isso... Bem, aí sim ela não tem chance alguma, certo? Então... Acho que é literalmente a única opção."

Steve ergueu os olhos para encará-la. Fez que sim com a cabeça, pesaroso.

"É, eu sei. Só não estou pronto para o que vem por aí."

Natasha se mexeu desconfortável na cadeira. Não tinha criado Arabella. Não tinha sequer tido tempo de criar um laço com a filha biológica fora do ventre. Na gravidez, tentava não reagir aos movimentos do bebê, na esperança de não se apegar. Mal tocava na própria barriga.

Ainda assim, ao ouvir Steve contar tudo aquilo, era impossível não se lembrar imediatamente daquela véspera de Natal e do bebê de macacão branco que ela tinha deixado nos braços de uma enfermeira, nutrindo todas as esperanças que aquela criança fosse amada e tivesse uma boa vida.

Era injusto que logo ela estivesse correndo risco de jamais crescer.

Lutando contra lágrimas teimosas, Natasha não protestou quando o garçom veio retirar os pratos. Desta vez, permitiu que Steve pagasse a conta como ele tinha insistido, já que da outra vez, ela não tinha permitido.

~

Voltaram para o hospital em um silêncio incômodo. Steve a acompanhou até o carro, para assegurar que Brock Rumlow não ia abordá-la de novo. Porém, não havia nem sinal dele.

"Me mande notícias dela, ok?" Natasha pediu. "Me atualize de tudo. Por favor."

"Claro. E... Quando tudo isso passar, acho que podemos te apresentar para ela. Sabe, de verdade. Contar que você é a mã-"

"Podemos falar disso depois." Natasha cortou a frase, erguendo a mão esquerda sem olhar para ele. Steve suspirou.

"Claro. Obrigado."

"E Steve?"

"Hm?"

Os olhos de Natasha baixaram. Ela engoliu em seco.

"Você é exatamente o pai que eu sempre rezei para que ela tivesse quando resolvi entregá-la. Obrigada por amá-la."

Rogers sentiu um nó na garganta, que foi recíproco em Romanoff. Nenhum dos dois se atreveu a olhar para o outro. Ela apenas entrou no carro e ele deu as costas, andando em direção à entrada do hospital, rezando apenas para que Bella sobrevivesse.

[N/A: Amo a fase de aproximar Steve e Natasha em qualquer fic que escrevo! Um beijo e aguardo feedback!]



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