[N/A: Oie! Espero que gostem, entrando em outra fase da história! Um beijo!]
Natasha sentou na cadeira que Steve puxou para ela. Em outras ocasiões, teria apreciado a bela decoração do quintal, mas ali, nervosa, não conseguia.
Ele pousou um copo d'água na frente dela, que Natasha agarrou com mãos trêmulas.
"Está se sentindo melhor?" Steve perguntou alguns minutos depois. Natasha respondeu com um aceno breve de cabeça, que não disse nada à pergunta.
"Onde está Arabella?"
"Dormindo." Ele suspirou. "Ela tem passado a maior parte do tempo assim, ultimamente."
Ela rodou o copo vazio entre os dedos.
"O que está havendo com ela? Não consegui entender direito."
"Não sabemos." Quando ele fechou os olhos, Natasha notou como parecia exausto. "Ela levou uma pancada na cabeça numa brincadeira com a amiga, mas os médicos dizem ser só uma coincidência. Estão investigando outras doenças e por isso precisam do seu histórico médico, talvez uma amostra de sangue ou sei lá o que..."
"Ok. Só me diga o dia."
Ficaram sentados em silêncio por alguns minutos. Para Natasha, estava claro que Steve queria falar sobre o elefante na sala, mas não tinha coragem de iniciar a conversa. Pousando o copo sobre o tampo metálico, cruzou as mãos no próprio colo.
"Já te contei como fui adotada por Melina?"
Steve fez que não com a cabeça.
"Carol e minha mãe mencionaram brevemente, mas sem detalhes."
Natasha contou de novo a respeito da infância de merda que ela e Yelena tinham tido, e de como Irina finalmente tinha perdido a guarda delas. Comentou a respeito de como foram difíceis os primeiros meses com Melina e Alexei. Disse como Irina tinha reaparecido anos depois, limpa e doente.
"Eu o conheci pois era vizinho da minha mãe. Era um rapaz bonito, e apesar de ter problemas com a lei, eu não me importava. Fui criada desse jeito, não era nada de mais para mim. Em pouco tempo de namoro, Brock me convenceu a mudar para Detroit e foi lá que tudo degringolou. Eu trabalhava que nem uma condenada durante o dia e o via torrar todo meu dinheiro em drogas e cerveja. A energia elétrica vivia sendo cortada, ele sempre quebrava meus telefones. Só consegui vir a New York uma vez nos quatro anos em que estive com ele, quando minha mãe morreu. Não sei por que não saí disso antes, mas ele me isolou de tudo e todo mundo. Nos últimos tempos, começou a me agredir e me impedir de trabalhar. Passava horas e horas fora durante a noite, fazendo sabe Deus o quê. Um dia, eu vi onde ele guardava o dinheiro. Esperei que saísse e peguei o que conseguia. Fui embora sem olhar para trás. Não sabia que estava grávida, e quando soube, me desesperei. Não tinha a menor forma de ficar com ela. Eu não tinha trabalho, nem família, estava fugindo, cheia de feridas e traumas. Na época, teria sido uma mãe de merda, fadada a repetir com ela as mesmas coisas que tinham me acontecido. Entregá-la para adoção foi a forma que eu encontrei de quebrar o ciclo."
Steve a ouvia, perplexo. Era muito diferente da imagem que tinha criado da mãe biológica de Arabella, talvez uma irresponsável qualquer, sem direito a arrependimento.
Sentiu-se mal pelo que ela contou. Rogers tinha vindo de uma família suficientemente boa para que tudo o que Romanoff tinha relatado parecesse apenas uma terrível ficção.
"É a primeira vez que o vê desde Detroit?"
Ela desviou os olhos.
"Ele apareceu outra vez, mas não quis encarar Alexei. Não faço ideia de como me encontrou. Gosto de pensar que foi apenas um terrível acaso."
Após outro período de silêncio, Steve perguntou,
"Então ele não sabe que é pai dela?"
Ela fez que não com a cabeça.
"Quando te viu, achou que era você. Eu não disse nada."
"Ótimo."
A conversa morreu pouco depois disso, e logo em seguida, Melina passou de carro para dar uma carona para Natasha.
"Obrigada por hoje." Ela disse, os olhos verdes olhando fundo nos dele, com sinceridade. "Quando precisar que eu vá ao hospital fazer os exames, é só dizer."
"Claro. Obrigado pela disposição."
Ela deu um sorriso curto e se virou na direção do carro da mãe, partindo sem acenar logo em seguida.
Steve fechou a porta de casa atrás de si, exausto. Tinha sido um dia horrível, se estava sendo bem sincero. Além de Arabella doente, ver a maneira que o imbecil tinha tratado Natasha o tinha deixado furioso. Odiava valentões.
~
Três dias depois, Arabella tinha sido internada para outra bateria de exames. Passava um pouco das dez da manhã quando Steve viu Natasha se apresentar no balcão das enfermeiras. O cabelo estava solto e ela usava uma blusa cinza escura e calças jeans.
Não deixava nunca de perceber como ela era uma mulher bonita.
Arabella o chamou para ver algo em uma revista em quadrinhos que ela folheava, distraindo-o no instante seguinte.
~
"Sr. Rogers." A médica que cuidava de Bella entrou em seguida, sorrindo cortês para ele. "Já conseguimos a amostra de sangue da mãe biológica. Em breve virei com mais novidades."
"Boas, eu espero." Ele disse.
Sorrindo em resposta, a médica saiu do quarto e Natasha entrou em seguida, tímida.
"Posso entrar?"
Bella abriu um grande sorriso, e ali, cara a cara, era impossível para Steve não perceber como eram parecidas.
"Bom dia." Ele respondeu, e ela sorriu, sentando-se ao lado de Bella.
"Oi, princesa. Como você está se sentindo hoje?"
As duas entraram em uma conversa rapidamente. Steve observava de longe. Natasha não parecia estar tão hesitante. Tendo controle da situação, era um pouco mais fácil para ela, aparentemente.
Em poucos minutos, porém, a exaustão tomou conta de Bella e Natasha se levantou; os olhos deles se encontraram no instante seguinte.
"Obrigado por vir."
Ela deu de ombros, enfiando as duas mãos nos bolsos de trás.
"Não é nada. Me mantenha atualizada."
"Claro. Obrigado. Como estão as coisas?"
Ela sabia a que ele se referia, é claro. Os olhos dela se anuviaram, mas a resposta veio rápida.
"Acho que deu uma trégua. Bem, tenho que ir. Me mande novidades."
"Com certeza."
Natasha saiu apressada do quarto. Ele tinha a impressão de que ela evitava ao máximo trocar muitas palavras com ele. Sabia que tinha dado motivos, mas não deixava de ser ruim.
Horas depois, Bella tinha acordado novamente e jogava em um console portátil. Steve estava adiantando trabalho no computador.
"Papai?"
"Hm?"
"O que é uma mãe bilológica?"
[N/A: Hehe!!! Comentem!!!]
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Welcome Home [ROMANOGERS]
RomanceRecém-saída de uma situação traumática, Natasha se viu obrigada a tomar a decisão mais difícil de sua vida. Como frequentemente acontece, outras histórias se interligam à dela, e o sofrimento acaba sendo ressignificado - o que causa lágrimas em uma...