Gumball tinha uma filosofia pessoal, ele nunca pulava de cabeça em algum projeto a menos que tivesse uma porcentagem considerável de provável sucesso no mínimo 70% para passar por sua avaliação pessoal, e naquele momento na porta de Marshall ele tinha 26,5% por cento de sucesso em mente, mesmo assim respirou fundo e tocou a campainha, os segundo duravam uma eternidade como se Gumball pudesse sentir a infinita fracionalidade entres os momentos, era uma péssima ideia, ele dá meia volta dando de cara com Marshall o olhando.
— De todos os cenários que eu pensei.... você estar do lado de fora da casa não era um deles. — Gumball admitiu envergonhado, parte por seus cálculos estarem incorretos e outra por estar na porta de Marshall — Eu pensei que acharia um motivo plausível para estar aqui quando estivesse na sua porta... eu ainda não achei a resposta mais convincente.
Marshall estava com sua blusa de flanela de sempre desta vez presa na cintura, uma blusa preta sem mangas contornava seu corpo que agora Gumball percebia estar suado, ele estava segurando uma bola de basquete o que explicava o suor, estava com um short que deixavam suas pernas de fora, o conjunto de todos os fatores poderia ter sido a causa que naquele momento Gumball estivesse sentindo uma onda de calor repentino.
— Quer entrar? Até lá você acha uma desculpa. — O vampiro mal espera o garoto responder já que sabia das suas tendências de pensar demais, apenas se aproximou de Gumball e abriu a porta que estava atrás dele — Não que precise... Eu gostei da surpresa.
A casa era um tom pálido de rosa o que atraiu a atenção de Gumball espera um pouco mais de vermelho... e talvez mal gosto para a decoração, o primeiro cômodo era a sala, ele passa pelo sofá, mas decide se sentar nos bancos do balcão que dividia o cômodo com a cozinha, se sentar no sofá parecia algo intimo demais e toda aquela situação já estava fazendo sua mente entrar em pane.
— Desculpe eu não tenho muita coisa doce, não é meu sabor favorito... com algumas exceções. — Gumball abaixa o olhar sem saber como responder, Marshall coloca na frente dele um copo cheio de um liquido vermelho — Por exemplo groselha é um tom ótimo de vermelho.
— Ah... por um momento achei que estava falando de... — Gumball percebe que disse aquilo em voz alta ficando alterado — Eh... ah... bela casa, eu sabia que você morava aqui, mas nunca tinha visto sua casa, eu gostei... surpreendentemente.
— Não é minha... eu moro aqui apenas, é estranho tratar como minha quando eu não comprei ela ou a construí. — Gumball assenti, devia ser o remanescente da guerra, era uma raridade algo tão grande ter sobrevivido, mas por estar dentro da caverna poderia ter se protegido — Quando eu a encontrei estava horrível, eu acabei concertando e decidi morar aqui.
Ah, entendo — Era um exemplo do velho paradoxo de Teseu, Gumball olha ao redor, normalmente achariam que ele se sentiria claustrofóbico em um lugar tão pequeno por morar em um castelo, mas ele gostava da sensação de aconchego — É um lugar tão tranquilo e quieto, eu adoraria passar um tempo em um lugar assim.
— E porquê não aqui? Eu não ligaria. — Gumball fica vermelho o que deixa ele apenas mais interessante para Marshall — Não foi para isso que você veio?
— Eu... ah... — Marshall se aproxima de Gumball apenas o balcão separando os dois, o garoto podia sentir o cheiro de seu suor junto como o o cheiro característico de Marshall — Eu ajudei o príncipe de fogo em um experimento... e... foi um sucesso devo dizer, isso me fez pensativo.
— O príncipe de fogo... um experimento? Não sabia que eram tão próximos assim. — Marshall se inclina um pouco para trás parando de embriagar Gumball com sua presença, ele olha para o lado com seus braços cruzados — Ele não namora a Fionna ou algo assim?
— Os dois estavam tendo um certo problema. — Gumball analisa a linguagem corporal de Marshall porquê ele parecia chateado de alguma forma? Será que estava sendo uma visita inconveniente? — Afinal ele é bem quente e queria ajuda para acalmar um pouco suas chamas...
— ... sério? — Gumball não via o que poderia estar errado na sua sentença, era um senso comum, afinal a maior característica do povo de fogo era as altas temperaturas — Parece que você aproveitou muito esse "experimento"
— Sim, Foi um aprendizado, colocou as coisas em perspectiva e... — Gumball observa o maxilar de Marshall trincado, os pulsos fechados, olhar despretensioso, por acaso ele... — Eu não sou bom em ler emoções, mas por acaso está com ciúmes?
— Eu? Eu com ciúme? Isso é uma bobagem, nós nem... eu... eh... você entendeu. — Marshall pega a a groselha que estava no balcão intocada até aquele momento e toma de uma vez — Nos temos algo, mas não é como se eu tivesse direitos sobre você, ou quem você acha quente.
— Espera... você sabe que eu estava falando de temperatura corporal? Não é? — Marshall fita Gumball por um tempo e então não consegue segurar o sorriso — Eu nunca descreveria alguém como quente, isso é objetificante e obsceno.
— Tá bom, eu acho que fiquei com ciúmes mesmo. — Marshall relaxa ficando envergonhado, nunca tinha sentido aquilo por outra pessoa — Foi mal como eu disse nem temos algo oficial ainda e...
— Poderíamos ter... era isso que fiquei pensando enquanto ajuda o príncipe de fogo. — Gumball fala antes que toda a coragem se fosse do seu corpo, antes que pudesse mudar de ideia — Ele machuca a Fionna fisicamente e mesmo assim os dois fazem de tudo para contornar isso... eu disse que eu ia tentar com você e é isso que quero fazer, agora.
— Então eu e você estamos... — Gumball assenti nervoso, e Marshall flutua para a frente de Gumball, agora nem o balcão impedia a distância entre os dois — Namorando...
Marshall então beija o príncipe os dois felizes por finalmente ter deixado claro aquele ponto, tudo parecia leve e Gumball pode deixar sua mente devagar enquanto sentia o gosto dos lábios do vampiro, mas não demora muito para a paz em seus pensamentos ser destruída com apenas uma sentença.
— Sabe, faz séculos que eu não tenho alguém. — Marshall diz e Gumball fica desestabilizado, era obvio que ele teria tido outros romances, mas mesmo assim não tirava o peso daquelas palavras — Eu estou feliz que esse alguém seja você.
— Eu... — Marshall então segura o corpo do príncipe que fica em pânico, sua mente disparando tudo que podia dar errado, ele tentou ignorar, não fazia sentindo aquela insegurança, mas acaba afastando Marshall novamente, ele abaixa a cabeça não querendo ver o olhar de desapontamento do vampiro — Eu preciso ir, prometi ler para os guardas bananas antes de dormir, eles ficam irritados se eu demoro.
Marshall assenti se afastando e Gumball praticamente sai correndo, se sentia um tolo, fugir daquele jeito quando estava tudo bem, mas a verdade era que ele estava com medo, não mais das personalidades que se contrastavam, mas das experiências que os dois tinham, afinal Marshall era o primeiro namorado que teve em todo a existência e nos poucos segundos de relacionamento já conseguiu estragar tudo, Realmente ele era péssimo em questões do coração.
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Agridoce
FanficPríncipe gumball tenta manter tudo o mais doce possível na sua vida, desde governar como um soberano bondoso até ajudar velhas balinhas a atravessar a rua, mas um coisa não é doce para ele, ou melhor alguém, marshall lee o príncipe vampiro consegue...