Quando finalmente chegam na entrada do reino doce Gumball não conseguia ficar em pé com suas pernas tremulas, sempre voava com Mono pelos céus de Ooo, mas nunca fazia manobras no ar ou com tanta velocidade, ele se encosta no muro do Palácio tentando se recuperar do susto.
— Eu disse que ia ser mais rápido, devia saber que você não ia aguentar o tranco. — Gumball daria uma resposta se as panquecas não estivesse quase subindo pela sua garganta, então só mexe de modo fraco esperando que aquilo demonstre o que queria dizer — Bem, entregue para o seu amado reino, a diversão acabou.
Marshall se vira para andar, mas Gumball o segura, fazendo olhar para o príncipe novamente, seus olhos vermelhos confusos eram inquietantes por isso Gumball encosta sua cabeça na parede desviando o olhar, não sabia qual palavras usar ou o como queria dizer, mas tentou de qualquer forma.
— Tudo que você disse sobre mim... quando estava irritado... é assim que todos me veem? Um velho chato que não sabe o que é se divertir? — Gumball escorrega se sentando no chão e Marshall flutua na altura do seu rosto — Eu... sou assim, eu sei que sou, as vezes sinto que carrego as responsabilidades do mundo nas minhas costas.
— Então não faça, seu reino tem que aprender a se cuidar sem você, não são mais crianças. — Gumball abaixa a cabeça, o reino doce era diferente, precisava de mais atenção, talvez ele tivesse dado até demais e seus súditos nunca aprenderam a viver sem ele— até parece que algo vai acontecer nos poucos minutos que você atrás...
— Majestade! majestade! Aconteceu algo nos poucos minutos que você atrasou. — Guarda doze vem correndo na direção deles, Gumball se levanta pronto para ajudar — Um código verde senhor, muito sério, o pior em anos.
— Tudo bem, vou lá, diga ao outros que a ajuda está a caminho, ande logo guarda. — o guarda da meia volta correndo até o castelo — Desculpe, eu acho que tenho que ir.
— Se quiser eu posso ajudar. — Gumball pensa um pouco e nega com a cabeça indo até o Palácio, mas Marshall decide ir com ele — O que é código verde?
Gumball não conta Até eles chegarem perto dos guardas banana, eles estavam perto da cozinha sentados no chão triste, mas quando veem Gumball ficam extremamente felizes sabendo que ele vai salvar eles.
— Código verde quer dizer... — Ele pega um pote cheio de picles em conserva e o abre sendo ovacionado em seguida — Eles não conseguiram abrir esse pote, mais alguns minutos podiam ter colocado fogo no castelo que nem a última vez.
— Lembra o que eu falei sobre não serem crianças? Esquece tudo isso. — Depois do "desastre" ser evitado, Gumball se encontra no balcão da cozinha tirando sua coroa e passando os dedos por todo seu cabelo rosa — Eu sempre me perguntei como alguém tão inteligente criou o reino doce, desculpa mais esperteza não é um dos melhores atributos deles.
— Não é culpa deles, tive centenas de anos para me adaptar, tinha que lutar para sobreviver, eles nunca tiveram que ter essa responsabilidade. — Marshall vai até a geladeira pegando um pote de cerejas e sugando todo o vermelho de cada uma — Talvez eu não seja tão esperto assim como todos pensam, tive dezenas de fracassos antes de poder cria-los o meu povo...
— Você é o melhor príncipe que eles podiam ter, acredite sei ver um péssimo imperador a distância, afinal vivi por um tempo com meu pai. — Príncipe Gumball já tinha tido algumas reuniões diplomáticas com Hunson, onde ele quase sugou sua alma, um hábito comum dele — Mas isso não pode impedir você de aproveitar um pouco, Duvido que você seja sempre assim... um garotinho bom.
— Bom?... não posso dizer que sou sempre assim, já fiz coisas que me arrependo, mas não do jeito que pensa. — Gumball abaixa o olhar Se lembrando de seus experimentos com finais não tão doces como todos esperariam — Nunca fui rebelde, mas você não tem ideia das coisas que eu já fiz...
— PG então você já foi um garotinho mal? Haha eu não consigo imaginar, você é o maior nerd que eu já vi. — Marshall estava realmente surpreso e curioso sobre os motivos que fizeram Gumball fazer coisas questionáveis — Você está me surpreendendo, Sempre te achei o maior estraga prazeres de toda Ooo
— E mesmo assim já tentou me chamar para sair duas vezes essa semana. — Marshall desvia o olhar jogando uma cereja cinza e murcha no lixo, não se sentia confortável falando nisso — Eu não entendo... as vezes acho que sou uma piada que você se diverte em manter perto, força essas situações que me deixam... amargo.
— ... Você não é uma piada, mas você está certo talvez eu deva parar te chamar para sair, passa a mensagem errada. — Marshall parece visivelmente desconcertado ele queria sair o mais rápido do reino doce — Não é o que eu quero dizer e...
— Então o que é? O que você vê em mim? o que você quer? O que eu sou para você? E... o que você é para mim?
Marshall vira as costas e sai, sai porque não tinha respostas para essas perguntas, sai porquê talvez tivesse medo das respostas, fazia tempo que não tinha uma pessoa importante na sua vida e sentia que Gumball estava se tornando uma e isso o assustava demais.
Gumball vai ao seu quarto, troca de roupas vestindo seu pijama, ele se senta na cama abraçando o próprio corpo ou na verdade a camiseta de rock que estava usando e diz sussurrado apenas para ela ouvir.
— O que eu sou para você, garoto mal...
Gumball nunca se imaginou gostando de Marshall, sempre o acho insuportavelmente irritante com seu jeito egocêntrico, mas o vampiro tinha mostrado outros lados, a gentileza ao dar a camiseta para o príncipe no seu aniversário, a coragem de enfrentar a rainha gelada, profunda importância de Gumball ao sentir-se magoado pelo garoto ter virado as costas em sua apresentação, todos esses lados que nunca tinha visto e sua curiosidade queria saber o que mais o vampiro guardava embaixo daquela mascara de malvado?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Agridoce
FanfictionPríncipe gumball tenta manter tudo o mais doce possível na sua vida, desde governar como um soberano bondoso até ajudar velhas balinhas a atravessar a rua, mas um coisa não é doce para ele, ou melhor alguém, marshall lee o príncipe vampiro consegue...