14° Capítulo

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Desde que nasci que a minha mãe não me dava lá muita atenção, era sempre tudo sobre o Ivan ou sobre a Katia. Eram sempre com eles os dois que a minha mãe saia, então, eu ficava em casa sozinha, mas eu não ligava a isso quero dizer a princípio eu ficava muito chateada e revoltada pelas ações da minha mãe, mas com o tempo tudo foi passando e eu aprendi que não devia ligar para o que a minha mãe fazia a maioria do tempo eu passava a fazer asneiras e a estragar o jardim da minha mãe. Na minha cabeça aquilo era um bom castigo para ela, mas depois eu via que ela não queria saber daquilo que eu fazia para ter atenção e voltava a comprar tudo para por no lugar.

«Flashback»

Eu tinha acabado de entrar no quarto de arrumações do jardim e tinha pego uma tesoura de poda bastante afiada para poder voltar a cortar todas as rosas do enorme jardim que a minha mãe tanto amava e onde passava as suas tardes sempre a apreciar. A minha mãe tinha voltado a sair com os meus irmãos para comprar brinquedos para Ivan e livros para Katia e eu tinha ficado em casa outra vez então porque não me divertir um pouco.

Demorei bastante tempo, mas finalmente tinha cortado todas aquelas rosas esverdeadas e olhava em volta a sorrir contente por aquilo que fiz.

Eu voltava a caminhar em direção ao quarto de arrumação quando olhei para o meu lado e vi uma arvore que a minha mãe sempre mandava o Ivanildo podar.

Ivanildo era o nosso jardineiro/mordomo ele também era marido de Hilda a minha ama de leite. Eu sempre gostei deles os dois e ficava bastante triste quando via Ivanildo a arrumar tudo que eu tinha feito e ater que plantar tudo o que eu tinha cortado novamente. Eu sabia que aquilo que eu fazia não era certo, mas também sabia que as ações da minha mãe, erradas estavam então aquela era a minha forma de vingança.
Cortei a cabeça do grande cisne que tinha no jardim e fiquei muito satisfeita a primeiro, mas depois quando ouvi Ivanildo a chamar por mim enquanto me procurava arrependi-me e tentei descer de lá de cima o mais rápido possível para uma menina de oito anos.

No último ramo que tinha para eu descer o meu pé, de tão rápida que eu estava a tentar ser, escorregou e eu caí. A inícios não tinha dado por ela devido á adrenalina que tinha no meu sistema, mas depois de me ter posto a pé e ter tentado correr uma dor gigantesca apareceu na minha perna e quando decidi olhar para baixo encontrei um grande corte na minha perna que tinha sido provocado pela tesoura de poda.

Ivanildo continuava a chamar pelo meu nome, mas eu apenas fiquei quieta encostada á arvore sem chamar atenção do mesmo para que eu não fosse castigada. A voz de Ivanildo foi-se aproximando cada vez mais do sítio onde eu estava então eu fiquei nervosa e paralisada até que ele chegou perto da arvore e viu a cabeça do cisne cortada no chão e pegou na mesmo um pouco desiludido nessa altura eu estava entada atrás da arvore então ele não conseguia ver o corte na minha perna então ele limitou-se apenas a falar comigo e a chamar-me para ir para dentro. Mas eu não conseguia responder-lhe nada ou iria começar a chorar.

-Vá lá menina Tâmara a Hilda quer que a menina vá para dentro ajuda-la a fazer bolos de mel aquelas almofadinhas maravilhosos que tanto gosta. -Incentivou-me a sair do meu esconderijo ao que eu recosei. - Vá ande eu posso ser o seu cavalo real e leva-la lá nas minhas carrachinhas.

- Ivanildo tu estás chateado comigo, não é? - Foi para ser uma afirmação, mas saiu mais como uma pergunta.
-Não Tâmara eu não estou, agora saia dai e vamos. - Ele falou com um sorriso, mas ao envés de lhe devolver o sorriso como ele esperava eu comecei a chorar pelo mesmo estar a mentir. - Ahh Tâmara porque estás a chorar eu já disse que não estou chateado.

Ivanildo deu a volta á arvore e encontrou a minha perna toda manchada de vermelho e assustou-se vindo logo a correr para me pegar ao colo enquanto eu chorava ainda mais e pedia desculpa continuamente e sem parar. Quando entramos dentro de casa Hilda veio logo a correr em minha direção também assustada a gritar ordens a Ivanildo enquanto que o mesmo discutia com ela para que ela fosse chamar um medico rápido.
Naquele dia eu levei treze pontos na minha perna e o medico disse que eu não iria poder andar durante uma ou duas semanas para que eu não arrebentasse os meus pontos.

Fiquei deitada na minha cama durante três dias e as únicas pessoas que me faziam companhia era Hilda e Ivanildo já que a minha mãe levou os meus irmãos para outra cidade e iria passar lá uma semana com eles.

O meu pai naquela altura nunca estava em casa, pois estava sempre em viagens de negócios o que fazia com que eu ficasse sempre sozinha á mercê da minha mãe.

No quarto dia em que eu ainda continuava deitada na minha cama aborrecida por Hilda e Ivanildo estarem lá em baixo, a fazer o meu típico pequeno almoço, decidi pôr-me a pé pela primeira vez. Eu não queria saber se ainda não podia andar eu já estava farta de olhar para as paredes daquele quarto branco e azul. Dei um passo de cada vez e percebi que a perna não me doía então continuei a andar até que cheguei ás escadas e comecei a desce-las para mostrar ao Ivanildo que eu já conseguia andar e que não precisava mais de ficar na cama eu consegui chegar ao final delas, mas quando ia a continuar a andar em direção á cozinha uma voz muito familiar vinda do fundo do corredor, do escritório de baixo fez-me parar e ir em direção á mesma.

Eu estava bastante contente porque essa voz era duma das minhas pessoas prediletas. Era a voz do meu avô materno o mesmo que sempre me mimava quando o meu pai não estava em casa e a minha mãe estava demasiada ocupada com os meus irmãos.

Corri e quando cheguei ao escritório pode ouvir a voz do meu avô a resmungar com alguém ao telefone e pela maneira que ele estava zangado acho que era com a minha mãe.

-Como podes ser tão irresponsável e egoísta ao ponto de levares os teus filhos a passear e deixar a Tâmara aqui em casa sozinha sem ninguém com quem brincar?! - ouve uma pausa e eu podia ouvir a minha mãe a falar palavras desconhecidas. - Como é que é Sasha? A menina fez um corte na perna, ela nem se quer consegue andar e tu devias estar aqui e não aí na casa de campo. Ela precisa de uma mãe não de empregados a fazerem-se passar por ti. Eu quero te aqui imediatamente. - a esta altura as lagrimas lavavam-me o rosto, mas eu tentei ao máximo engolir o choro para o meu avô não dar pela minha presença.

Tentei chegar mais perto para tentar ouvir o que a minha mãe dizia até que eu pude claramente ouvir as palavras mais dolorosas que algum filho pode ouvir de um pai/mãe.

-Ela não é minha filha e eu estou muito bem aqui com os meus verdadeiros filhos. - Ela disse com o maior tom de desprezo que alguma vez se podia ouvir e foi nesse momento que eu não pode aguentar e um soluço bem aterrorizador saiu pela minha boca e o meu avô deu pela minha presença e terminou a chamada com a minha mãe e veio a correr para mim.

Nesse dia o meu avô tentou ao máximo fazer-me sorrir e esquecer aquilo que a minha mãe falara.

Passamos o dia a fazer comida com a Hilda e depois fizemos um piquenique juntos numa colina perto do estábulo que o meu avô tinha mandado fazer para mim e para os meus irmãos. Foi um dos melhores dias que passei com o meu avô e com Hilda e Ivanildo.

A partir daquele dia nunca mais estraguei o belo jardim que o Ivanildo fazia e também nunca mais dirigi a palavra para a minha mãe.

«Flashback OF»

Termino de fazer o meu doce favorito e ponho dentro da cesta que preparei em conjunto com a Elisa, ela tinha vindo mais cedo para me ajudar a prepara uma surpresa para John já que ele não era o único que gostava de surpreender as pessoas.

-Eu aposto que ele vai amar Mara! - Elisa sorria ao utilizar o apelido que a mesma tinha criado para mim.

-Agora só falta o John acordar e ver para onde vamos. - Digo a sorrir.

-Que nem seja por isso amor já estamos de saída. - John fala, bem no meu ouvido, com a sua voz rouca e sedutora.

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Bem tentei mostrar aqui um pouco do passado da Rayssa e também da própria personalidade dela já que ela é um pouco frágil e bastante vingativa e nisso podemos perceber com a pobre cabeça do cisne cortado.

Espero que estejam todos a perceber e a gostar da história.
Porfavor comentem e deixem o vosso voto.

O Casamento Feito // ♤Jonh Shelby♤Onde histórias criam vida. Descubra agora