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Desço para comer e quando vou ligar a televisão um pestinha que tenho orgulho de chamar de irmão surge na frente.

-Me leva na casa de um amigo meu hoje à noite? -ele pergunta com aquela carinha de cachorro sem dono e eu simplesmente não sei dizer não pra ele.

- Claro Matheus, onde é?

-Ele me passou o endereço e é aqui no condomínio ao lado- diz e eu assinto.

- Ok quando estiver na hora me chame- ele assente e sorri vitorioso pulando no meu colo para me dar um abraço.
O Matheus é muito carinhoso e fofo, mas quando é para aprontar... ele parece um furacão em fuga.
Bom, já são 19:36 e nesse momento estou esperando o Matheus descer para levá-lo a casa do amigo.

- Estou pronto vamos? -ele diz descendo as escadas com uma bolsa nas costas.

- Está indo de mudança? - pergunto rindo e ele me olha de cara fechada.

-Sim! - ele diz me dando um sorriso- Melhor do que morar com você!

Dou risada dele e vou em direção a porta.

- Então vamos.

Peguei as chaves do carro e fomos.

O Matheus ia mostrando o caminho e reconheci ser um condomínio antes do que moro.

Descemos do carro e o Matheus tocou a campainha.

Ah Não...

                        Luara

Estava de boa assistindo um filme na tv da sala quando escuto a companhia tocar.

Levanto-me do sofá e vou em direção a porta.

Quando abro a mesma me surpreendo com quem está lá, era o ALEX! O que ele faz aqui? Percebi que o mesmo parece estar tão surpreso quanto eu.

-Oi! O Luan está? - pergunta um menininho que aparenta ter a idade do meu irmão. Esse deve ser o Matheus o amigo do Luan que vinha jantar aqui.

-Olá, ele está sim, está te esperando no quarto- digo e vejo o mesmo sorrir se voltando para dar um abraço no Alex que deduzo ser seu irmão ou primo já que os mesmos são parecidos.

-Tchau Lex! Seja educado com a moça e não se apaixone tá bom? - ele dá um abraço no Alex e entra correndo pra dentro de casa, vejo o Luan o esperando na escada.

Dou um sorriso extremamente envergonhada e vejo o Alex corar instantaneamente.

- Você me paga Matheus. - Ele diz bem baixinho, acho que eu não deveria ter ouvido.

-Éérr -ele parecia meio desconfortável com a situação e confesso que eu também - você mora aqui?

-Bom, sim- dou um sorriso para ele.

-Não sabia que era irmão do Matheus ou algo assim.

- É sou sim, ele me pediu para traze-lo a casa de um amigo, mas não fazia ideia de que era a sua casa, muito bonita- ele diz e o olho meio confusa.

- NÃO, QUIS DIZER A CASA, OU MELHOR AS DUAS, TIPO A CASA É MUITO BEM FEITA E AS CORES COMBINAM... EM FIM BONITA...- rio de seu nervosismo.

- Entendi, muito obrigada, ah que educação a minha, quer entrar? -digo gentilmente e vejo o mesmo negar com a cabeça antes de responder.

- Não, não, muito obrigado, mas eu tenho que ir, fiquei de ligar para o meu irmão hoje- pera como assim? O irmão dele não é o Matheus?

- Mas... seu irmão não é o Matheus? - pergunto e ele dá um sorriso, lindo por sinal, quer dizer... TODO SORRISO É LINDO NÉ?!

(Voz que só existe na minha cabeça) -aham!

-Sim, mas eu tenho outros dois irmãos - ok me surpreendi agora.

- Uau isso é incrível, quem são?

- Um deles se chama Victor ele é o meu irmão mais velho de 23 anos que pensa ser o meu pai- nós dois rimos do comentário dele - e o outro é o meu irmão gêmeo Arthur.

- Não sabia que o Arthur era seu irmão gêmeo! Estou chocada vocês não se parecem nem um pouco! -digo realmente impressionada com isso.

- Não - ele ri - Não é o Arthur que você conhece! O meu irmão mora na Itália com o Victor.

- Ah entendi pensei que era o que estudava comigo- ele ri.

-Já que estamos aqui... Posso te fazer uma pergunta? - digo meio envergonhada e ele sorri.

-Claro que sim!

- Você mora aqui a quanto tempo? - pergunto.

- Não tem muito tempo.

-Entendi. Bom, é porque eu nunca te vi por aqui antes, muito menos na escola- digo me escorando na porta.

- É porque eu realmente sou novato por aqui. Você foi uma das primeiras pessoas com quem conversei desde que me mudei.

- Fico honrada! - digo rindo e me dez escorando da porta para ajeitar minha postura, mas quando tento me apoiar nela novamente, acabo errando a quina da porta e caindo no chão.

O Alex começa a rir de mim no mesmo instante e eu fecho a cara fazendo bico e cruzando os braços.

Ele para de rir e decide me ajudar a levantar.

Trocamos mais algumas palavras e depois disso nos despedimos, ele entrou no carro e foi embora já que o Matheus iria dormir aqui. Falando nisso me lembrei que hoje sou babá.

Pior do que cuidar do seu irmão mais novo é ter que cuidar do amiguinho dele também.

Depois de entrar para dentro de casa escuto um barulho de vidro quebrando vindo do quarto do Luan e a primeira coisa que passa pela minha cabeça é "O LUAN JOGOU O MENINO PELA JANELA DO ANDAR DE CIMA".

Com esse pensamento corri pra lá, nem sei pra que já que o Luan já teria empurrado ele mesmo. Mas é como dizem né? Na hora do desespero não se consegue pensar.

Quando chego nem bato já abro a porta de uma vez fazendo com que os dois se assustem.

- Quem morreu? -pergunto desesperada.

-Ninguém Lua! Você bateu a cabeça com a queda de ontem foi?!- Luan pergunta provocativo se lembrando da minha queda da escada e começa a rir enquanto o Matheus olha para nós dois sem entender nada.

-Há há engraçadinho -digo irônica- Mas o que aconteceu? Escutei um barulho de vidro quebrando.

- Ah é o nosso jogo de luta! O Luan acabou jogando o oponente numa janela de vidro -Ao escutar isso suspiro aliviada.

Resolvo deixar os meninos a vontade e vou para o quarto. Converso com as meninas por cerca de 20min e minha mãe nos chama para jantar.
Jantamos e subo para o quarto novamente, escovo os dentes e me deito na cama olhando para o teto e sem que eu controle os meus pensamentos param direto em um patinador meio desengonçado. O Alex.

Comecei a lembrar do dia em que nos esbarramos na praça e do que ele me falou hoje na entrada de casa..."Muito bonita!"

Argh! Para Lua, esse garoto quer controlar não só a sua vida como também a sua mente?! Quer saber chega disso a única coisa que me permito lembrar dele é da cara de espanto do mesmo quando viu que tinha batido na porta minha casa.

Pensando nisso eu adormeço e por incrível que pareça com uma alegria no coração que nunca senti antes.

Um Amor Sobre Rodas Onde histórias criam vida. Descubra agora