O Conto da Lua

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Atenção +18

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Havia um espírito de luz que devido às suas atrocidades foi condenado pelos Deuses a permanecer preso ao único satélite natural da Terra, a Lua.

Como castigo teve que seguir as funções estabelecidas pelos Deuses, teria que fazer o bem sobre aquele planeta, seu poder trazia a calmaria e também a fúria para as marés, estabilizava o eixo da Terra com sua gravidade, iluminava a vastidão da noite com sua luz e principalmente, era o maior símbolo e influência para aquela raça que vivia na Terra.

Ele era o dono da noite.

Apesar do castigo entediante de estar fadado a permanecer na Lua, nada o impediu de manifestar seu poder absoluto. O espírito gélido se vangloriava do quanto era ovacionado por todos os seres na Terra, do quanto eles eram suscetíveis ao seu luar, as preces e uivos estridentes que recebia em todo globo o alimentava toda noite.

Clamavam por sua luz e ele os banhava.

Clamavam por poder e ele os fortalecia.

Clamavam por misericórdia e ele os concedia.

Contudo, havia uma criatura curiosa que contradizia toda sua raça.

E observar aquele achado passou a ser um passatempo interessante para o espírito perverso da Lua.

Porque enquanto todos os outros lobos no auge de suas transformações uivavam para a Lua o cortejando, desejando e canalizando forças, aquele em específico só o olhava, calmo e sereno, nada além disso.

Não pedia nada em troca.

Se intrigou na forma como o lobo grande e robusto de pelagem preta e olhos curiosamente verdes, o encarava de modo alheio, quase beirando ao inocente, cúmplice.

Como se entendesse a solidão que a Lua passava.

E se aprofundando naquele oceano esverdeado, constatou fagulhas de tristeza e dor. A maré antes calma nos olhos do lobo sendo desvendado como na verdade, um obscuro mar turbulento diante uma tempestade.

Comovido como nunca achou que ficaria em toda sua vasta existência, passou a agraciar o lobo com sua luz em forma de conforto.

A Lua brilhava diferente para o lobo negro.

Porque com os anos passados o acompanhando, soube que toda vez que o lobo ia até ao alto da montanha rochosa era para chorar dolorosamente e sozinho.

Não havia ninguém para consolá-lo.

E a Lua tomada pela angústia de não saber o que se passava, pois o lobo nunca sussurrava pela noite sobre suas lamentações, decidiu descer à Terra para conhecê-lo.

Almost Heaven | Vhope [abo]Onde histórias criam vida. Descubra agora