Manual do Bom Ômega - Jikook

Capítulo 9 - Seja um bom anfitrião

O capítulo a seguir foi originalmente ambientado no Rio, porque o livro vai se passar  no Brasil, então... se tiver algo muito absurdo, eu peço desculpas, não consegui adaptar pro contexto coreano e não quis tirar o jeitinho BR de ser da história.

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Capítulo 9 - Seja um bom anfitrião

— Saiba que eu só estou deixando você ir, porque paguei caro por essa maldita formatura. — Meu pai começou a noite, entrando no meu quarto e falando merda.

— E também porque disse que não faria nada no aniversário dele. — Minha mãe o encarou séria, com as mãos na cintura parando de me ajudar a arrumar minhas coisas.

— Minji, você não tem-...

— Não, não! Eu vou falar sim, muita coisa eu aguento quieta, mas você não precisa vir aqui e ficar enchendo a cabeça dele quando em primeiro lugar, disse com todas as letras que estava gastando demais ao ponto de me dizer que ele não poderia nem encomendar um salgados e um bolo para comemorar o aniversário dele. — Pisquei atordoado por conta da atitude da minha mãe, principalmente quando ela andou na direção dele.

— E eu menti, Minji?! — Meu pai se exaltou, irritado com o modo como minha mãe se impôs. — Eu gasto uma fortuna com esse moleque, para dar o que comer, uma boa educação e uma casa! Esse quarto todo cheio de frufru, quem pagou fui eu para ceder aos caprichos dele!

— Caprichos? — Minha mãe repetiu indignada. — Jisan, você como um advogado sabe que é sua obrigação dar um lar para ele, com as melhores condições possíveis!

— Não precisa me dizer o que eu sei de cor.

— Ah, as vezes parece que preciso. Sinceramente, acho que você precisa dar uma saída. Vai lá, encontrar com ela, aliviar a tensão e deixa que do Jimin, cuido eu. Os avisos pode deixar que eu dou, afinal eu sou ômega como ele, não é? — Pude ver fúria nos olhos da minha mãe, uma tão grande que nem a raiva do meu pai iria superar. Ele ficou surpreso, com certeza não esperava que ela fosse dizer aquilo. Sinceramente, nem eu mesmo esperava.

— Nós vamos conversar depois sobre essa atitude, Minji!

— Ótimo, eu vou aproveitar e ligar para os meus sogros, tenho certeza que eles vão amar participar de uma reunião de família.

— Minji, você-...

— Pai, por favor, para de insistir. — Puxei minha mãe para trás, percebendo o quão irritada ela estava. — Eu já sei o que o senhor vai me dizer e eu vou me comportar, tá bem? Prometo ser um bom ômega. Agora, pare de discutir com a mamãe, por favor... por favor!

Ele bufou e deixou o quarto e um minuto de silêncio tomou o ambiente, até o momento de conseguirmos escutar a porta da frente abrindo e fechando. Observei a respiração da minha mãe desacelerar e lágrimas deslizarem por seu rosto, indo de encontro ao chão. Andou de volta até a cama, continuando a dobrar minhas roupas para colocar dentro da mala.

— Mãe, obrigado pelo que fez, mas... ele podia ter feito algo, poderia ter batido na senhora e eu não conseguiria ver uma cena assim. — Engoli em seco, sentindo meu corpo trêmulo.

Foi a primeira vez que vi ela levantar a voz para ele e se impor. Nunca presenciei uma briga antes, pois Minji sempre aceitou tudo que ele disse de cabeça baixa. Não concordo com isso, mas sempre imaginei que fosse para que ele não levantasse a mão para ela, afinal ser agressivo faz parte dos milhares de problemas do meu pai.