Capítulo 5 - Seja compreensivo

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Cheguei em casa mais saltitante que o normal, minha mãe até perguntou o motivo e eu fui um menino mal ao mentir e dizer que tirei azul no teste de revisão que estava inseguro. Eu tirei sim azul, mas o motivo da minha felicidade não se chamava física e sim Jungkook. Eu aproveitei que o almoço ainda não estava pronto para dar um jeito no meu quarto e a minha mãe não ficar no meu ouvido quando eu saísse.

Depois tomei banho e a essa altura o almoço tinha ficado pronto, posso afirmar com toda a convicção do mundo que a sogra do Jungkook cozinha muuuuito bem. Meu pai estava bem rabugento, parecia estar estressado com o trabalho, nem tentei puxar assunto, não queria problemas para o meu lado.

— O Jimin tirou azul em física, querido. — Minha mãe comentou toda orgulhosa e eu tive que sorrir com a ação.

— Azul é o que? A média? — Me segurei muito para não revirar os olhos. Ele não podia pelo menos falar "Que bom, filho!"? Não que eu esperasse dele algo além de desprezo.

— Tirei 9,7. — Respondi sem muita emoção.

— Eu me sinto muito orgulhosa, você é muito dedicado, meu filho! — Ela afagou meus fios ainda um tanto úmidos.

Às vezes eu penso com que tipo de alfa minha mãe casou, sinceramente, meu pai é gentil como uma pedra, um vulcão tem um temperamento mais doce que ele. É por isso que eu quero alguém legal e diferente dele. Meu pai é o tipo de gente que se você tirar a nota máxima, é a sua obrigação, independente da dificuldade da disciplina, pois de acordo com ele, é meu dever ser um bom aluno, porque ele se mata de trabalhar para pagar as contas de casa.

Mentira dele, ele trabalha assim para sustentar a amante de vinte anos dele. E sim, minha mãe sabe da traição, quando eu descobri isso, me perguntei o que ela tinha na cabeça para continuar com ele, mas depois eu percebi que era porque ela não tem estudo nenhum e não teria como me sustentar sozinha.

É por isso que eu dou o máximo de mim nos estudos, pois não quero ter a dependência que ela tem e é por isso também que eu me sinto tão desesperado e com medo de quem ele pode escolher. Quero alguém que me respeite e isso não deveria ser uma exigência como meu pai faz parecer.

— Eu vou pra biblioteca estudar com um colega. — Informei após recolher o meu prato e ir em direção a pia, tendo consciência que a minha mãezinha não era nenhuma empregada, lavando a louça que eu usei.

— É ômega? — Meu pai rapidamente me olhou pelo canto dos olhos, desconfiando.

— Sim. — Eu não vou ganhar presentes do papai Noel esse ano, capaz da única coisa que eu ganhe é uma marca no pescoço.

— Ótimo, não é nada bom para a sua imagem ficar andando por aí com outros alfas. — Meu pai continuou, como um aviso.

— Não se preocupe, querido! Jimin não é capaz de fazer essas coisas, ele é um menino direito. — Minha mãe afirmou e eu tive que concordar, a minha postura é perfeita, minha coluna anda sempre retinha.

— Bom, eu vou indo! Tenham uma boa tarde, amo vocês. — Deixei um beijo na bochecha da minha mãe, meu pai não curtia essas coisas, por isso nem me preocupei em ir até ele.

Antes de sair de casa, eu apenas escovei os dentes e arrumei o cabelo, peguei a minha bolsa e saí antes que eles mudassem de ideia sobre eu poder ou não sair, mesmo que de certa forma, eu tenha comunicado e não pedido permissão.

O ônibus veio até que rápido, graças a Lumina eu não precisaria ficar debaixo do sol escaldante e logo encontraria o dono dos meus atuais sonhos. Vamos ver quantos passos eu consigo andar até aquele coração congelado dele, mas o ponto de ser um gatinho continua, conforme as coisas forem acontecendo a gente vai pros próximos.

Manual do Bom Ômega - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora