Manual do Bom Ômega - Jikook

Capítulo 15 - Seja um bom namorado

Me lembro de ter voltado para casa depois das três da manhã. Recebi um interrogatório no dia seguinte por parte do meu pai, mas deu certo e ele acreditou que eu não fiz nada errado para um ômega. Na concepção dele é claro, porque mesmo mentindo, eu não me achava errado por ter dormido na casa do Jungkook na sexta-feira e muito menos me arrependia do que a gente fez no sábado de manhã.

Mas agora começou o problema, eu sempre passo as férias em casa, meu pai parou de nos levar para algum lugar legal desde que arrumou uma amante e deixava minha mãe definhar em casa. Era difícil para eu observar ela ficar colocando a mão na marca e eu gostaria de socar o rosto do meu progenitor toda vez que a via soltando um suspiro dolorido, massageando o local tentando aliviar o desconforto.

Ficar com a mamãe não era ruim, ela me ensinou a costurar e tricotar, fazia o tempo passar mais rápido e quando eu não estava estudando, tentava distraí-la. Eu vagava pelas redes sociais, vendo as várias fotos que Taehyung postava junto a Hoseok e Yoongi, eles estavam em lua de mel agora.

— Ai gatinho, relaxa. — Ele riu do outro lado da linha. — Eu só ganhei uma marca e um bronzeado.

— Mas me diz, como é ser marcado?

— Ahn, bem... não sei descrever, é mágico. — Pude ouvir ele suspirar de forma apaixonada. — Meu lobo aceitou as duas marcas, isso não é perfeito?

— Eu não esperava outra coisa. — Sorri mesmo que ele não pudesse ver. — As fotos estão incríveis, imagino o paraíso que seja o Caribe.

— É Incrível mesmo, gatinho. Você tem falado com o Jungkook?

— Sim, mas não todos os dias, ele está viajando com os pais e a Haneul. Diferente do meu pai, a família dele sabe aproveitar as férias.

— Bom, a partir do ano que vem vamos para faculdade, meus pais querem ir para o Recife no fim do ano comigo, como uma despedida. Não sei exatamente do que, acho que eles pensam que eu não vou correr pra eles quando trovejar mais forte.

— Eu gostaria de viajar com a mamãe ao menos, mas não vai ser possível...

— De toda forma, no fim do ano você pode vir com a gente. Sabe que meus pais também te consideram como um filho, não é? Tipo, não é da boca para fora, eles realmente pensam dessa forma.

— Também considero eles meus segundos pais e arrisco dizer que tenho mais consideração pelo tio Jihoon do que pelo Jisan...

— Não acho que poderia ser diferente pela maneira como ele te trata... mas pense que no fim do ano vamos ser nós dois nas praias do Recife, juntinhos e nada no mundo vai poder tirar a nossa paz.

Taehyung e eu mantivemos bastante contato por ligação, amava ouvir suas histórias e os vídeos que ele me mandava fazia com que a saudade de o ter por perto fosse apaziguada. Os primeiros dias de férias foram mais tranquilos por conta dele e tudo estava bem, até uma tarde de quarta-feira e a mamãe receber um telefonema da vovó.

— Você parece preocupada, Minji. O que aconteceu? — Meu pai questionou ao minha mãe voltar a sentar na mesa do almoço, mais branca que o normal.

— Minha irmã não está bem... minha mãe me pediu para ir passar um tempo lá para ajudar, pelo menos até o fim deste mês... ela está realmente mal, Jisan.

— Eu sinto muito... — Papai engoliu em seco, respirando fundo. — Bom, você vai quando? Antes ou depois da minha viagem?

— Ainda preciso ver... preciso conferir os horários, as passagens, arrumar as malas... — Ela colocou os cabelos para trás.