2. Origens

71 4 0
                                    

Dei uma rápida olhada no mapa da escola que a mulher ruiva, loira, sei la, me deu enquanto corria pelos corredores para achar minha sala de biologia, a sala 233.

Depois de corrido por décadas. Eu acho. Encontrei a sala, dentro do tempo exato. Não pensei muito, tratei logo de ir abrindo a porta e adentrando quando um homem grisalho, com olhos pretos sob um óculos arredondado de um tom amarelado estranho, falou - Ei mocinha quem é você? O que está fazendo? Como é capaz de entra assim, na minha sala de aula?

Pisquei repetidas vezes, parada em silencio, apenas pensando, que aquele cara tinha perguntas, para mais de metro, meu Deus, que professor mais paranóico.

Enquanto pensava ele e o resto das pessoas que estavam na sala me fitavam com os olhos, que concerteza era os alunos, meus futuros colegas chatos e adolescentes.

Parei novamente de pensar, para evitar a cara de desdém, me concentrei e disse num tom não tão rude, mais também não tão bom, assim - Desculpa. Me chamo Yandra sou aluna nova na escola.

Ele arregalou os olhos ao ouvir minhas palavras como se aquilo fosse um absurdo, e juro que ele até deu um sorriso de canto, ao ir até a sua mesa e pegar uma prancheta esquisita e antiga, que tinha um papel com nomes em uma tabela, que certeza era a lista de chamada.

Ele me olhou novamente e com um tom irônico, ao encontrar meu nome na lista, disse - Bem vinda Yandra Smith, escolha o seu lugar e sente-se.

No mesmo instante todos arregalaram os olhos ao ouvir ele pronunciar meu nome, ou a maioria, pode até parecer loucura minha, mas eu achei muito estranho tudo aquilo, como se fosse uma tremenda novidade, uma aluna novata.

Sem pestanejar, fui até o fim da quarta filheira e me sentei em silencio e assim permaneci quase toda a aula, notando que quase sempre alguém me lançava um olhar estranho.

Depois de ter decorrido o tempo das aulas de biologia, inglês, matemática, gastronomia e laboratorial que tive durante o dia, comecei a me dirigir até o estacionamento, quando de repente uma garota dos cabelos pretos, totalmente bem tratado e lindo, olhos pretos encantadores, quase da minha altura e com um vestido decotado preto, demostrando ser mais esquisita do que eu. Parou em minha frente me observando e dando uns sorrisos irônicos, até abrir a boca bem desenhada e falar - Você é a garota Smith? Interessante achei que fosse mais alta. A desculpa, nem me apresentei meu nome é Helen Chabellene, creio que já deve ter ouvido falar de mim.

Achei o tom da garota muito exibido, certeza que ela era a abelha rainha da escola, a que dominava toda a popularidade, deveria ser até líder de torcida, Julguei mesmo e não percebi que fui toda irônica ao responder - Sou sim. Porém me chamo Yandra Smith, e não garota Smith. E mais, não ouvi falar em você Helen, que pena! perdão.

- Hum. Ainda é atrevida. Deve ser a explosão de poder que correr em você. - disse novamente Helen entre uma gargalhada e outra.

Foi então que percebi que tinha uma terceira pessoa entre nós. Uma garota menor que Helen e até mesmo menos perigosa, parecia até ser meiga.

A terceira garota se aproximou e falou - Para Helen. Os outros falaram que não é a hora ainda.

Helen sorriu novamente ao dizer delicadamente - Você é tão medrosa Tagila, nem parece que tem o poder dentro de si.

Já estava muito intrigada com toda aquela conversa estranha, parecia uma esquisita continuação de meninas malvadas.

Não pensei muito e falei, mais ríspida ainda - Ok. Garotas, eu tenho mais o que fazer. Até próxima.

Peguei a chave da moto que estava no bolso da calça jeans e passei pelas duas, indo em direção a moto.

Ao alcançar a minha querida moto percebi que as meninas estavam quietas apenas me observando, como se estivessem sussurrando algo.

Encaixei a chave na ignição e pisei fundo no acelarador ao dá a partida. Porém tinha algo errado. A moto não ligava, era como se ela simplesmente tivesse morrido ali literalmente, intencionalmente.

Do nada ouvi umas risadas vindo de trás, quando me virei para olhar era a Helen rindo, e claro. A menina malvada com trauma de Regina George. Ignorei-a e continuei dando partida, só que nada acontecia, novamente.

Helen se aproximou o mais rápido que pôde e disse - Você não sabe mesmo o que você é? Nem o que está acontecendo aqui ne?

Ela riu novamente e completou a fala - Isso é tão engraçado e triste. Engraçado porque eu ganhei a aposta do Natan e triste porque você não sabe do que é capaz.

O silêncio perdurou por uns instantes, e ela finalizou me olhando esperando uma resposta ou algo do tipo.

Irritada com aquilo tudo, que era muito estranho, até para a aspirante a Regina George.

Eu praticamente berrei quando saiu as palavras a seguir - Ah! E, você sabe muito bem. Você sabe de tudo, né garota? Então, me faz um pequeno favor, me diga o que está acontencendo e o que eu sou, realmente?

Helen me olhava como se estivesse se deliciando com aquilo tudo. E a outra garota ao seu lado, que se chamava Tagila, estava super nervosa, e até gritou algo parecido como - Helen não.

Foi neste momento que a Helen virou para ela e riu da forma mais bizonia possível, depois voltou a me fitar, ao falar - Cuidado garota. A curiosidade não é muito boa nessa cidade, não se esqueça que estamos em Beneath the Sia, aqui pode acontecer diversas coisas estranhas.

E mais uma vez ao terminar sua frase de efeito estranha, deu aquela risada sombria e intrigante.

- Qual é? Se isso for algum tipo de trote não tem nada de engraçado, pelo contrário, é trágico. E outra, querida, aqui é Beneath The Sia, nada acontece nessa cidade morta. Mas, se você sabe de algo fale então. - respondi a ela, colocando uma certa pressão na situação.

- Você realmente é atrevida. Quer saber? - disse Helen. E eu assinei com a cabeça em um sinal positivo.

- Ok. Você é 100% bruxa, assim como eu, Tagila, Natan que você não conhece ainda e outros. - completou Helen.

- Vocês realmente são loucas. Respondi descendo da moto e apontando o dedo automaticamente para as duas. Logo após subi novamente na moto, e para minha surpresa, algo estranho aconteceu.

Alguém me puxou para fora do banco da moto, me arremessando longe, muito longe.

Yandra SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora