3. O Coven

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Foi tudo tão estranho. Pareceu que estava ventando forte, e a  consequência foi o arremesso à 9 metros de distância da moto.

Fiquei tão desnorteado que nem percebi quando Tagila, aquela menina que estava como a insuportável da Helen veio até mim, segurando meu braço para me levantar pedindo desculpa, inconstante, o que era mais estranho ainda. porque ela não tinha culpa, ninguém tinha. Ou tinham ?

Era mais estranho ainda, o fato de eu ter sido arremessada para longe da moto, e não tinha sofrido nem um arranhão, nenhum.

Talvez, elas tinham provocado, realmente o meu arremesso, bem como o não funcionamento da moto. Como?

Se isso era possível, significava que elas eram mesmo bruxas, com poderes bizarros, e que provavelmente eu também seria.

TUDO, tudo mesmo, era estranho, até pra mim. Era imoral. Não tinha como ser verdade.

Balancei a cabeça estantaneamente ao levantar tentando impedir o mutilhão de pensamentos.

- Isso foi errado Helen. Você não deveria ter feito isto, jamais! Como ganharemos a confiança dela assim? como ela irá querer ficar com o coven?. - Gritou aquela menina de cabelo curto de cor castanha chamada Tagila para  a surtada da Helen.

-Calada Tagila. Você queria o que? Que eu fosse toda meiga contando a história dos anciãos, da cidade, da maldição ou da ligação, como a queridissima e certinha da Isa? Desculpa eu não sou assim. Meus métodos são bem mais convencionais do que o dela.  Se voce não acredita no impossível eu faço virar possível.
- respondeu Helen toda irônica,  momento mechendo na franja de lado.

Aquela conversa toda de coven, maldição, anciãos, embrulhou meu estômago na mesma hora. Emiti um gemido, demostrando talvez medo disso tudo. Ou pela primeira vez, medo do meu futuro.

O que está acontecendo aqui? - disse uma mulher toda vestida de trajes sociais, de uma idade considerável, aparentava ser uma professora da escola ou até mesmo a diretora, ou pior uma dos anciões mencionados pelas doidas aqui.

Tínhamos ficado as três ali se observando em silêncio, apenas pensando.

Eu não parava de pensar, o que seria aquilo tudo. Tagila talvez pensava em querer arrumar tudo, mas aparentava ter medo ou um respeito enorme por Helen. Essa, a Helen, parecia ser a única ali a se divertir com tudo.

Nessa constância de loucura foi impossível notar a mulher chegando.

- Nada, Diretora Flávia. Estamos apenas dando as nossas boas vindas a Srta. Smith. - disse Helen com a cara mais lavada que já vi, agindo naturalmente ao mentir, assim.

Eu tinha razão ela era a diretora do Colégio, pensei ao ouvir Helen à falar com ela.

-Ok, garotas. Esta na hora de irem pra casa. - disse a diretora Flávia.
Assentimos com a cabeça.

Fui praticamente correndo para a moto, rezando para que ela funcionasse milagrosamente ou para que eu não fosse arremessada de novo. Por sorte, ou devido a outro evento sobrenatural e louco, a moto ligou, normalmente. O que era mais estranho ainda. Porém, não tinha tempo para aquilo agora.

Quando estava virando a moto para sair do estacionamento Tagila me gritou, e a burra aqui, assim por dizer, não atropelei, apenas a ouvi.

- Desculpa novamente. Aquilo foi errado, Helen não mede as consequências. Ah! E se você quiser realmente saber de tudo, tudo mesmo. Pode ir a este endereço as 19 horas. - disse Tagila ao me entregar um pequeno papel, observando que eu a estava ouvindo e encarando Helen. Ela demostrou um certo desconforto, mas ela completou - Juro que não terá nada do tipo. Por favor, venha.

Yandra SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora