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*Pov Sn Stark*

No final do dia, tive certeza do que eu faria. Enquanto Josh assistia a TV com o pai,
aproveitei para pegar uma folha de papel A4 na impressora e uma caneta no pote queficava na janela da cozinha e escrevi o que queria dizer.

Dobrei o papel, encontrei um
envelope e deixei-o sobre a mesa da cozinha, destinado à mãe dele.

Quando saí, à noite, Josh e o pai conversavam. Na verdade, Josh estava rindo. Parei
no corredor com a bolsa pendurada no ombro, escutando.

Por que ele ria? O quepoderia lhe provocar alegria, uma vez que faltavam poucas semanas para ele se matar?

— Terminei aqui — gritei porta adentro e comecei a andar.

— Ei, Stark... — Josh começou a falar, mas eu já tinha fechado a porta atrás de
mim.

Passei a curta viagem de ônibus tentando pensar no que diria aos meus pais. Eles
ficariam furiosos por eu largar um emprego que viam como perfeitamente adequado e
bem pago.

Após o choque inicial, minha mãe pareceria sofrida e me defenderia,insinuando que tinha sido demais para mim.

Meu pai certamente perguntaria por que eu
não era mais parecida com minha irmã. Ele sempre fazia isso, mesmo que não tenha
sido eu a estragar a vida ficando grávida, nem a depender do restante da família para terdinheiro e cuidar do filho.

Não era permitido dizer nada assim na nossa casa porque,
segundo minha mãe, era como dizer que Thomas não era uma bênção. Todos os bebês
eram bênçãos de Deus, mesmo aqueles que diziam viado um pouco demais e cuja
presença significava que metade do potencial de ganhar dinheiro de nossa família não
podia de fato sair e arrumar um bom emprego.

Eu não conseguiria dizer a verdade para eles. Sabia que não devia nada a Josh ou a
sua família, mas não ia impor o olhar curioso da vizinhança sobre eles.

Todos esses pensamentos reviravam na minha cabeça quando saí do ônibus e desci acolina. E então cheguei na esquina da nossa rua e escutei o berro, senti a sutil vibraçãono ar, e tudo em que pensava foi brevemente esquecido.

Uma pequena multidão tinha se juntado em volta da nossa casa. Apressei o passo,
com medo de que tivesse acontecido alguma coisa, e vi meus pais no vestíbulo, espiando,e notei que não era na nossa casa, afinal de contas. Era só a mais recente de uma longasérie de pequenas batalhas que caracterizavam o casamento de nossos vizinhos.

Que Pepe Gonzalez não era o mais fiel dos maridos era algo bastante sabido em
nossa rua. Mas, a julgar pela cena no jardim, devia ter sido a esposa dele a descobririsso.

— Você deve ter achado que eu era uma droga de uma idiota. Ela estava com a sua
camiseta! Aquela que eu fiz para o seu aniversário!

— Querida... Sabina... não é o que você está pensando.

— Fui comprar os seus malditos ovos escoceses! E lá estava ela, usando a sua
camiseta! Cheia de si! E eu nem gosto de ovos escoceses!

Diminuí o passo, abrindo caminho em meio à pequena multidão até conseguir
alcançar nosso portão, vendo quando Pepe se abaixou para evitar ser atingido por um
aparelho de DVD. A seguir, veio um par de sapatos.

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora