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*Pov Sn Stark*

Continuação...

Mas meus pais costumavam monopolizar o controle remoto à noite e era tão plausível queNoah assistisse a um filme estrangeiro quanto seria sugerir que nós nos
matricularíamos em aulas noturnas de crochê.

O multiplex na cidade mais próxima danossa só passava os últimos filmes de tiroteio ou comédias românticas e ficava tão lotadode crianças encapuzadas perturbando durante a sessão que a maioria das pessoas que
moravam perto da cidade nem se dava o trabalho de ir ao cinema.

— Você precisa assistir a esse filme, Sn. Na verdade, isso é uma ordem. — Josh
moveu sua cadeira de rodas para trás e fez sinal com a cabeça em direção à poltrona.
— Ali. Sente-se ali. Não se mexa até que termine. Nunca assistiu a um filme estrangeiro!Pelo amor de Deus — resmungou ele.

Era um filme antigo sobre um corcunda que herda uma casa no interior da França e
Josh disse que era baseado num livro famoso, mas posso dizer que eu nunca ouvi falar
nele.

Passei os primeiros vinte minutos me sentindo meio irrequieta, irritada com as
legendas e pensando se Josh ia ficar ofendido se eu dissesse que precisava ir ao banheiro.

E então, aconteceu uma coisa. Parei de pensar em como era difícil ouvir e ler ao
mesmo tempo, esqueci os horários dos remédios de Josh e mesmo se a Sra. Beauchamp
poderia pensar que eu estava sendo indolente, e comecei a ficar nervosa pelo pobre
homem e sua família, que estavam sendo enganados por vizinhos inescrupulosos.

Quando o Corcunda morreu, eu soluçava baixinho, limpando a coriza que se espalhava
com a manga da minha blusa.

— Então — disse Josh, surgindo ao meu lado. Deu uma olhadela furtiva na minha
direção —, você não gostou mesmo.

Olhei para ele e descobri, para minha surpresa, que lá fora estava escuro.

— Você agora vai tripudiar, não é? — resmunguei, pegando a caixa de lenços depapel.

— Um pouco. Estou pasmo que você tenha alcançado a madura idade de… quantomesmo?

— Vinte e seis.

— Vinte e seis anos sem nunca ter visto um filme legendado. — Ele me observouenxugar os olhos.

Vi o lenço de papel e percebi que não tinha restado rímel em meus olhos.

— Não pensei que fosse obrigatório — rosnei.

— Certo. Então o que você faz, Sn Stark, se não assiste a filmes?

Amassei o papel.

— Você quer saber o que eu faço quando não estou aqui?

— Foi você que quis que nos conhecêssemos. Então, vamos lá, fale sobre você.

Ele tinha aquele jeito de falar que não nos deixava saber se estava zombando ou não.

Eu esperava o troco.

— Por que, de repente, ficou interessado?

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora