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*Pov Sn Stark*

Nem cinco minutos depois de chegar em casa, minha irmã veio me confrontar, pisando
duro na escada e escancarando a porta do meu quarto.

— Sim, pode entrar — falei, deitada na cama, com as pernas apoiadas na parede,
olhando o teto.

Eu estava vestindo meia-calça e short com lantejoulas azuis, que se embolava sem
qualquer charme nas minhas coxas.

Gabrielly ficou à porta.

— É verdade?

— Que Sabina Hidalgo finalmente expulsou aquele marido traidor, imprestável,
mulherengo e...

— Não banque a espertinha. Sobre o seu trabalho.

Percorri com o dedão do pé o desenho do papel de parede.

— Sim, entreguei a carta de demissão. Sim, eu sei que mamãe e papai não estão felizes com isso. Sim, sim, sim para qualquer coisa que você deseje jogar em cima de
mim.

Ela fechou a porta com cuidado atrás de si, então se sentou pesadamente na ponta dacama e praguejou vigorosamente:

— Não acredito nisso.

Empurrou minhas pernas pela parede até que eu escorregasse, de modo que elasquase caíram sobre a cama.

Eu me endireitei.

— Ai.

Seu rosto estava afogueado.

— Não acredito. Mamãe está lá em baixo devastada. Papai finge que não, mastambém está. Como eles vão se virar com o dinheiro? Você sabe que papai já estáentrando em pânico com o emprego. Por que jogar fora um trabalho perfeitamenteótimo?

— Não venha me repreender, Any.

— Bom, alguém tem que fazer isso! Você não vai conseguir um salário como esse
em lugar nenhum. E como vai ficar o seu currículo?

— Ah, não finja que isso é sobre qualquer outra coisa que não seja você e seus
interesses.

— O quê?

— Você não liga para o que eu faço, desde que possa ir lá e ressuscitar a suacarreira promissora. Você só precisa que eu seja o arrimo da família e pague a bendita
creche. O resto que se dane.

Sei que fui mesquinha e vil, mas não pude evitar. Afinal, foi a situação da minha irmã
que nos levou àquela confusão. Anos de ressentimento começaram a vir à tona.

— Todos nós temos de aguentar empregos que odiamos para que a pequena Any Gabrielly
possa realizar suas malditas ambições.

— Isso não tem nada a ver comigo.

— Não?

— Não, tem a ver com você sair do único emprego decente que alguém lheofereceu em anos.

— Você não sabe nada sobre o meu emprego, está bem?

— Sei que paga muito mais que o salário mínimo. E é só o que preciso saber sobre o
seu emprego.

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora