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*Pov Sn Stark*

Treena ficou dois dias sem falar comigo porque não fiquei tão entusiasmada com a listade Coisas a Fazer, ao contrário do que ela esperava. Meus pais não notaram essa rusga,
estavam felicíssimos por saber que eu continuaria no emprego.

A diretoria da fábrica de
móveis onde papai trabalhava tinha marcado várias reuniões com os funcionários para o
Final da semana e ele tinha certeza de que ia ser demitido. Ninguém conseguia
ultrapassar a barreira dos quarenta anos.

— Somos muito gratos por sua ajuda aqui em casa, querida. — Mamãe repetiu isso
tantas vezes que fiquei meio constrangida.

Foi uma semana engraçada. Any começou a arrumar as malas para o curso etodos os dias eu ia dar uma olhada furtiva nas malas para descobrir quais coisas minhasela estava pretendendo levar.

Ela não surrupiou quase nenhuma roupa, mas consegui
recuperar um secador de cabelo, meus óculos Prada falsos e minha nécessaire com
estampa de limões. Se eu pedisse explicações, ela ia dar de ombros e dizer:
— Bom, você nunca usa essas coisas! — Como se isso bastasse.

Any era assim. Ela achava que era seu direito. Mesmo depois de Thomas ternascido, ela continuava se considerando a caçulinha da família e tinha o sentimento bemarraigado de que o mundo girava em torno dela.

Quando éramos pequenas, ela ficavamuito irritada quando queria uma coisa minha e mamãe pedia para eu “emprestar umpouquinho”, nem que fosse só para manter a paz no lar. Quase vinte anos depois, nadamudara.

Tínhamos de cuidar de Thomas para Any sair; dar comida a ele paraAny não se preocupar; comprar mais presentes de Natal e aniversário para ela já que“ela não pode comprar por causa de Thomas.” Bom, ela não precisava levar a minhamaldita nécessaire com estampa de limões. Preguei um aviso na minha porta dizendo:
“Minhas coisas são MINHAS. PARE COM ISSO.”

Any rasgou o aviso, reclamou
com mamãe que eu era muito infantil e que o dedo mindinho de Thomas era mais
maduro do que eu.
Mas isso me fez pensar. Uma noite, depois que Any saiu para as aulas noturnas,
eu me sentei na cozinha enquanto mamãe separava as camisas de papai para passar.

— Mãe...

— Sim, querida.

— Será que posso me mudar para o quarto de Any quando ela for embora?

Mamãe parou, pressionando no peito uma camisa meio dobrada.

— Não sei. Não pensei nisso.

— Eu pensei que já que ela e Thomas estarão fora, é justo que eu tenha um quarto
mais adequado. Não parece inteligente deixar o quarto vazio, se eles vão morar no
campus.

Mamãe concordou com a cabeça e colocou com cuidado a camisa no cesto.

— Você tem razão.

— E, por direito, aquele quarto devia ser meu, já que sou a mais velha e tal. Ela sóficou com o quarto por causa de Thomas.

Mamãe reconheceu que fazia sentido.

— É verdade. Vou falar com Any — disse.

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora