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*Pov Sn Stark*

Eu tinha tudo planejado. Chegaríamos ao hipódromo num lindo dia de sol. Haveria
puros-sangue lustrosos e de longas pernas, seus jóqueis em brilhantes selas ondulantes,desfilando devagar. Talvez uma ou duas bandas de música tocando.

As arquibancadas
estariam cheias de gente animada e encontraríamos um lugar de onde pudéssemos
torcer e agitar os papeizinhos com nossas apostas vencedoras.

O espírito competitivo de
Josh viria à tona, ele não resistiria a calcular as chances e a garantir que ganhasse maisdo que Alex e eu nas apostas.

Eu tinha preparado tudo. Depois, quando cansássemos
de ver cavalos, iríamos ao elogiado restaurante do hipódromo e teríamos um almoço delamber os beiços.

Eu deveria ter dado ouvidos a meu pai.

— Quer saber quando a realidade vence a esperança? — ele perguntava. —
Programe um divertido dia ao ar livre com a família.

Começou no estacionamento. Chegamos lá sem qualquer incidente, eu agora estava
um pouco mais confiante de que Josh não cairia para a frente se eu dirigisse a mais detrinta por hora. Tinha visto o itinerário na biblioteca e fui brincando animadamentedurante quase todo o trajeto, comentando o lindo céu azul, os campos, a estrada vazia.

Não havia filas para entrar no hipódromo, que era, confesso, um pouco menos grandiosodo que eu esperava, e o estacionamento era bem sinalizado.

Mas ninguém me avisou que era gramado e que foi muito usado durante todo oinverno chuvoso. Conseguimos uma vaga (sem dificuldades, já que estava apenasparcialmente cheio) e quase no mesmo momento em que a rampa de Josh abaixou,Alex pareceu preocupado.

— O terreno é muito macio — disse ele. — Ele vai afundar.

Olhei em direção às tribunas.

— Mas se conseguirmos
colocá-lo naquela trilha ele ficará bem, certo?

— Essa cadeira pesa uma tonelada — disse ele. — E a trilha está a dez metros de
distância.

— Ah, qual é. Essas cadeiras devem ser projetadas para enfrentar um pouco de terra
macia.

Tirei a cadeira de Josh com cuidado e então vi as rodas afundarem várioscentímetros na lama.

Josh não disse nada. Ele parecia desconfortável e havia se mantido em silêncio namaior parte do trajeto de meia hora. Ficamos ao lado dele, brincando com seus
controles. Tinha surgido uma brisa e as bochechas de Josh ficaram rosadas.

— Vamos lá — disse eu. — Vamos fazer isso manualmente. Tenho certeza de que
conseguimos carregar a cadeira até lá.

Inclinamos Josh para trás. Segurei-a de um lado, Alex do outro e arrastamos a cadeira para a trilha. Progredíamos devagar, sobretudo porque eu parava a toda hora, já
que meus braços doíam e minhas botas novinhas ficaram imundas com a sujeira.

Quando, finalmente, chegamos à trilha, a manta de Josh tinha escorregado parcialmentee, de algum modo, se prendido nas rodas, ficando com um dos lados torcido e sujo de
lama.

— Não se preocupe— disse Josh, seco —, é só cashmere.

Eu o ignorei.

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora