CAPÍTULO 4

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Fogo e desejo

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Fogo e desejo.

Perigo e luxúria.

Estava a mais de uma hora sentada no chão do banheiro, tentando controlar os sentimentos que tive com o encontro com Peter. Não entendia como ele conseguia desestabilizar todos os meus sentidos com apenas alguns olhares e pouquíssimas palavras.

Seria culpa?

Vergonha pelo ato impensado de roubá-lo anos atrás?

Não conseguia mais dizer se a raiva que eu demonstrava era por causa da ameaça sobre minha família e sim por ele me lembrar do que eu abdiquei. Abdiquei da minha vida como um indivíduo sozinho. Abdiquei do meu prazer e desejo para cuidar da minha família e era feliz com essa decisão.

Peter era a lembrança do fogo que tinha dentro de mim, da luxúria ardente que meu corpo necessitava. Ele me afetava pois foi o homem mais lindo e excitante que já vi. Peter me desafiou e me fez sentir viva com o medo e adrenalina daquele momento e agora, parecia querer instigar mais uma vez aquela reação em mim. Eu não podia deixar!

Respirei fundo e tomei um banho com calma, pensando em cada coisa que eu iria fazer a partir de agora. A primeira era tomar uma distância dele e focar na adaptação de Amélia à nova casa. Dessa maneira, eu ficava com meu foco na minha irmã e totalmente fora de mim.

— Esther? — a voz da minha irmã surgiu e eu desliguei a água. — Vai demorar? Estão todos nos esperando.

Me enrolei na toalha e saí do banheiro olhando minha irmã de relance. Abri minha mala e tirei a roupa, uma calça jeans e uma camisa moletom. O almoço em família era uma tradição entre os Hoffmann e cada um tinha que obedecer a suas exigências. Vesti com rapidez a calcinha e toda a roupa, amarrando os cabelos em um rabo de cavalo simples e andei para fora do quarto, faminta por uma comida brasileira.

Mel me seguiu tagarelando sobre o primeiro ultrassom marcado e que queria que eu estivesse lá ao seu lado. Eu concordei satisfeita, feliz por ela querer dividir todo o processo comigo e também, por confiar em mim.

Descemos as escadas juntas e caminhamos até a sala de jantar. Peter, Ronan, a avó Lacoste e mais uma mulher estavam sentados conversando baixo, discretamente.

Esse era um fato importante.

Eles não falavam alto, apenas com raiva ou desespero. De resto, eles eram controlados e calmos. Estranhamente, calmos.

Assim que chegamos perto da mesa, todos nos olharam acusadores pela demora e eu quase dei de ombros. Se atrasar era quase uma tradição no Brasil.

— Finalmente. — Peter resmungou.

— Não precisava esperar. — cochichei no seu ouvido e sorri disfarçando para todos que observavam.

Ele não respondeu.

A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Onde histórias criam vida. Descubra agora