Capítulo 05

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ATENÇÃO AQUI, AMORES!
Anteriormente eu havia postado o capítulo 5 errado, na verdade eu pulei um capítulo por desatenção e o capítulo 5 que eu havia postado era o 6. Então eu apaguei e estou depositando aqui o 5 e o 6 no mesmo capítulo. É ISSO!
*******

Meus pais e os de Lauren foram chamados a delegacia para que pudessem nos acompanhar, Lauren ainda estava muito abalada e eu não saí do seu lado, prestamos queixa e o bandido foi preso em flagrante. A mãe de Lauren chegou aos prantos, enquanto a minha chegou irritada me dando esporro, mas logo mostrando preocupação me abraçando com tanta força que eu senti os meus ossos doerem e depois se pós em choro. Estabilidade emocional as vezes não era muito o forte da minha mãe.
Quando terminamos de fazer tudo que era preciso na delegacia eu me despedi de Lauren com um abraço apertado nas escadarias da saída da Departamento de polícia. Lauren me prendeu em seu abraço por um bom tempo só me soltando quando sua mãe tomou o seu lugar e me abraçou para agradecer por ter ajudado a sua filha. Com o pai de Lauren não foi diferente o homem robusto me abraçou apertado. Me despedi dos Jauregui uma última vez antes de entrar no carro dos meus pais, me deixando trocar um olhar demorado com Lauren que mexeu os lábios em um “obrigada” silencioso. 

Durante o caminho para casa Mamãe me olhava esquisito pelo retrovisor, eu apenas a ignorei. Antes de ir para casa passamos em uma farmácia onde fizeram um curativo em minha mão e me prescreveram um anti-inflamatório. Já era um pouco tarde quando chegamos em casa.

— Meu deus que noite! Que noite! — Minha mãe exclamou.

— Quase que eu tive um ataque cardíaco, tamanho susto que levei quando atendi o telefone e disseram que era da delegacia e que minha filha e uma amiga haviam sido atacadas. — Papai se jogou no sofá suspirando.

— E eu então. — Minha mãe me abraçou forte. — Nunca mais nos assuste desse jeito, sua pentelha. — Pediu emotiva, mas não durou muito e logo a Sinuh irritada apareceu. — E que ideia foi essa de sair na mão com um bandido? — Repreendeu a filha lhe dando alguns tapinhas nos ombros.

— Lauren precisava de ajuda, eu não podia deixar que ele fizesse o que pretendia com ela. Jamais me perdoaria se não tivesse feito nada para impedi-lo . — Sentei no sofá de frente para o meu pai.

— Me diga, você e essa garota... — Minha mãe começou, no entanto eu já sabia muito bem o que ela queria saber. Seus olhares para mim e Lauren durante nossa “estadia” na delegacia já haviam a entregado.

— Não, só nos conhecemos a poucos dias. Acho que somos Colegas agora. — Falei sem atribuir muita importância aquilo.

— Okay, mas meio que pareceu que você... — Dessa vez meu pai foi quem falou, mas eu logo o cortei mudando totalmente de assunto.

— Onde está Sofia?

— Deixei-a na casa de Dinah, não iria leva-la a uma delegacia. — Minha mãe explicou seguindo para a cozinha e me deixando a sós com meu pai.

O homem mantinha um olhar avaliativo sobre mim, como se quisesse descobrir algo, eu amava meus pais, mas como eram pentelhos quando queriam. Santo deus!

— Está me olhando assim porquê? — Perguntei arqueando as sobrancelhas. O homem mais velho mandou a cabeça fazendo uma expressão engraçada e deu um tapinha no ar antes de falar.

— Nada. — Ele levantou rapidamente. — Suba, tome um banho e depois deça para o jantar. —  Fez o mesmo caminho da minha mãe, muito provável que iria encontrar a esposa na cozinha para trocarem suas impressões sobre mim e a “garota nova”.

...

Passava-se um pouco das onze horas da noite e minha mão estava latejando como o inferno mesmo após tomar os remédios me foram indicados na farmácia. Ou o efeito da medicação estava demorando para acontecer ou eles não estavam servindo de nada. Zapeei os canais da tv  a procura de algo para me distrair daquela dor terrível que me atormentava no momento, encontrei um filme de animação qualquer. No entanto não adiantou de nada pois não consegui me concentrar em nada no filme. Me virei para o lado oposto da Tv e peguei meu celular, tinha algumas notificações de mensagens.

RAINHA JANE, xxx MENSAGENS.

NORMANI DLCIA, xxx MENSAGENS.

HAILEE BABY, xxx MENSAGENS.

xxxx-xxx-xxxx, xxx MEMSAGENS.

As meninas pareciam estar muito preocupadas e querendo ter notícias sobre como eu estava, chequei as mensagens de cada uma e respondi para que pudesse as tranquilizar. Respondi a Dinah primeiro e como ela ainda estava acordada tive que ler várias mensagens me dando esporro por não a ter dado noticias antes. A loira era muito protetora quanto a mim, sempre foi. Depois de muitas mensagens afirmando que eu estava bem para minhas amigas, resolvi abrir e checar as do número desconhecido por mim. 

NUMERO DESCONHECIDO

“Camila, sou eu Lauren. Peguei seu número com Normani. Você já deve estar dormindo, era o que eu deveria estar fazendo, porém não consigo, mas enfim. Quero agradecer novamente pelo que fez, você foi incrível. Obrigada!”

“Boa noite!”

Reli a mensagem algumas vezes antes de responder. A verdade é que eu estava nervosa em falar com Lauren. Depois do que rolou nas arquibancadas aquela tarde, ela não conseguia parar de pensar na morena. Depoos de muito apagar e reescrever, Camila enviou.

“Não precisa agradecer, Lauren. Eu faria novamente se fosse necessário. Espero que nunca mais seja.”

“Você está bem? Está acordada ainda?”
“Sim, estou bem. Eu queria dormir, mas não consigo :c”

“Também, já tentei de tudo. Até contar carneirinhos.”

Vai a escola amanhã?”

“Vou, não quero perder aulas. Ainda me sinto assustada pôr o que aconteceu, mas não quero deixar que o medo me controle.”

“Quer carona? Nossos carros ficaram no estacionamento da escola então...”

Então como você vai vir me buscar?”

Espera um pouco. Isso era um “sim” certo?

“Dinah vai me dar carona, posso passar para te pegar já que a Normani e Hailee também vão conosco.”

Nossa esse carro vai estar abarrotado.”

Não tem problema, qualquer coisa te enfio no porta-malas ou pode senta no meu colo ((:”

Eu não perderia a chance de um flerte, eu não perderia.

“Idiota!”

Será que o diretor dispensa a gente do castigo?”

Acho que não, mas eu estou apavorada de algo como aquilo acontecer de novo.”

Não saia mais sozinha, okay? Me espere e eu te levo em segurança para casa.”

Rum...”

Que?”

“Nos odiávamos a uns três dias e meio atrás.”

“Você me odiava? *Xatiada*”

Sonsa.”

Ridícula, você jogou seu carro pra cima do meu, me deu motivos para te odiar A culpa foi sua. Hurg!”

Não importa okay? Eu não te odiava e me chateia pensar que mesmo eu sendo um poço de simpatia você ainda sim me odiava.”

Se considere “desodiada” a partir de agora (:”

Enfim, passa para me pegar amanhã a Normani sabe meu endereço.”

Pego sim, pegou a qualquer hora, pego, SE TEM UMA COISA QUE EU FAÇO ESSA COISA É TE PEGAR, PEGO SIM!!”

Mudei de ideia, eu te odeio sim.”

Já dizia o grande pensador contemporâneo que eu não lembro o nome ‘Onde tem ódio tem amor’”

Ai, Camila, cala os dedos, você é muito idiota! Há há há!”

Sou.”

“Ei Lauren!”

“Oi?”

Quero, te fazer uma perguntinha”

La vem.”

Posso?”

Faz logo, antes que eu me arrependa.”

Hoje na arquibancada, por que não me beijou?”

Ow... Porque eu deixaria você me beijar? Ouvi boatos sobre você na escola, sobre você ser uma galinha de primeira.”

Merda! As pessoas aumentavam muito certas coisas, era fato que eu tinha uma vida sexual bem ativa, mas não era assim também...

Eu? Eu não sou assim. Quem te contou isso?”

Você nunca assumiria isso e eu não sou bagunça, Camila. Não quero ser mais uma na sua listinha de conquistas.”

Saia comigo no sábado e eu te mostro que sou uma pessoa legal.”

Não disse que você não era legal, disse que era galinha.”

Saia comigo e decida se vale a pena ou não. Não se deixe levar por boatos ridicuos que ouviu daqueles desocupados fofoqueiros da escola. SAI COMIGO POR FAVORRRR!”

NÃO GRITA COMIGO!”

Desculpa :c”

Okay, vou pensar na possibilidade. E minhas fontes são bem seguras, Normani é uma delas. Estou indo dormir. Boa noite, Camila.”

Mani me pagaria por aquilo. Lauren pensaria sobre o meu convite, então já era alguma coisa, certo? Certo!

Boa noite, Laurelindostosa. Dois beijos.”

“*Emoji revirando os olhos*”

Sorri colocando o celular de lado enquanto bocejava, acho que os remédios estavam fazendo meus olhos pesarem. Não tardou para que eu apagasse.

...

— Da para diminuir o volume dessa música? — Dinah estava com o som do carro  no máximo tocando Queen B.

— Não. — Revirei os olhos. — Então você chamou a Lauren para sair depois de ter bancado a heroína dela e ter quase a beijado na escola? — Dinah perguntou sem tirar os olhos da rua. Estávamos indo pegar Mani, pra depois busca Lauren e Hailee.

— É, Dinah. Lauren é tão linda, ela tem aquele jeito marrento, que a cada patada me faz querer joga-la em uma parede e beija-la com força. — Falei sentindo um certo calor subir por minhas pernas. Só de imaginar a cena, seria tão gostoso.

— Então toda aquela implicância era fogo no rabo? Eu sabia que você ficaria afim dela. Ela é muito gostosa e você uma safada que não pode ver um rabo de saia. — Entrou na rua de Mani. — Mas você é uma filha da mãe, Hailee não vai gostar nada disso.

— Você bem sabe que Haiz não se importa de eu ficar com outras pessoas, não temos nada além de uma linda amizade e transas casuais. — Forcei o sorriso.

— Sei não, estou sentindo que vai dar ruim. Selena me contou sobre Hailee querer tentar com você de novo.

— Selena está espalhando isso para todo mundo mesmo? — Perguntei e Dinah revirou os olhos.

— Eu não sou todo mundo, eu sou Dinah Jane, querida. — Estacionou o carro na frente da casa da Mani e buzinou  três vezes.

— Selena veio me falar isso, mas sem chances, Dinah. Um relacionamento só estragaria nossa amizade e eu não quero estar em um por enquanto, também não quero magoa-la. — Confessou mexendo nos cabelo já nervosa.

— Eu não sei, vocês ficam sempre, até mesmo quando a Hailee ta com alguém, nada impedem vocês de fazerem essa “coisa” que não é tão diferente de ter um relacionamento. Isso que vocês tem é algo que uma hora ou outra vai causar danos. Alguém vai sair machucado. — Dinah falou séria e eu apenas fiquei calada desviando meu olhar. Talvez em meu interior soubesse que ela tinha razão.

— Oi gente, foi mal a demora. — Normani abriu a minha porta e me lançou um olhar que eu entendi imediatamente. Então simplesmente pulei para o banco de trás e ela sentou no lugar o qual eu ocupava anteriormente ao lado de Dinah. — Valeu, Camilita.

— Tanto faz. — Dinah deu partida no carro e Mani baixou o volume do som, Di a olhou indignada e ela se virou para mim.
— Sua mão esta melhor?

— Esta na mesma, aquele bastardo tinha ossos duros demais. — Rimos.

— Você foi incrível, Lauren me contou tudo. Ela falou muito de você e ate pediu seu número. — Sorri grande.

— Nos falamos ontem de madrugada. — Lembrei que Normani tinha me queimado para Lauren. Fechei o sorriso na hora e juntei as sobrancelhas. — Você me queimou para a Lauren. — Acusei, apontando o dedo em sua cara, mas antes que ela conseguisse eu retirei a mão para evitar aquilo. Minha mão estava enfaixada e com toda certeza aquilo iria doer. — Você disse a ela que eu sou galinha.

— Menti? — Sorriu debochada e Dinah quase gargalhou ao seu lado. Belas amigas as que eu tinha.

— Sim, eu não sou assim, Normani.

— Teu nariz que não é. — Bateu o dedo no meu nariz e então revirou os olhos, voltando a consertar sua postura na cadeira. — Vamos fazer um teste então. Quantas garotas você ficou somente esse Verão? — Cruzei os braços embaixo dos seios.  Eu não me lembrava o número exato porque sai muito com meu primo Nick durante o verão, onde na algumas vezes fiquei bastante bêbada. Então apenas ocntei as de Nova Iorque quando visitei meus tios e outras da escola quando voltei a  MIAMI. — Está vendo, aposto que não faz nem ideia.

— Eu não sou galinha, okay?  Eu só me diverti muito esse verão e eu sei sim. Foram seis. — Eu omiti alguma s para não dar razão as minhas amigas.

— Seis? Em duas semanas, certo? — Bufei.
— Você é minha amiga, devia me ajudar e não me queimar com a garota. — Resmunguei.

— Sou sua amiga, mas também sou amiga da Lauren.  Não quero ela afim de você e você usando ela quando bem entender. — Falou e eu me indignei. Eu saia com muitas garotas, okay. Agora usá-las, isso eu não fazia.

— Está falando besteiras, Normani? Eu não uso ninguém. — Eu estava puta.

— Não usa? — Ela se virou no banco novamente me olhando com determinação, determinação para jogar em minha cara os “fatos” que ela acreditava.

— Gente vamos nos acalmar, não briguem. — Dinah falou.

— Não quero você seduzindo a Lauren, não quero ver ela machucado por sua causa. E te dando um exemplo disso, olha o que você tem com a Hailee, isso é uma bomba relógio e é questão de tempo até alguém sair machucado. Lauren é super segura de si, mas também tem seus pontos fracos e inseguranças, ela já foi machucada antes, não quero que aconteça novamente só por um capricho seu. — Normani falou apontando o dedo na minha cara.

— Para com isso, Normani. — Dinah freou o carro com um pouco de violência no sinal. — Camila não é um monstro. Meio cretina as vezes, mas ela não ilude as meninas que fica com falsas promessas.  Então deixe as duas. Se tiver que rolar, que role. Se a Camila magoa-la, deixo que você dê uma surra nela.  — O sinal abriu e os carros buzinaram, Dinah deu partida no carro. — Agora parem com essa merda.

— Quero ver quando a Hailee descobrir desse seu interesse pela Lauren. — Normani resmungou.

— Hailee não é minha namorada. Eu sou solteira. — Falei seria já perdendo a paciência, mas aquilo não abalou  Normani que apenas aumentou o som e ignorou minha existência.

Agora  ela vai ficar puta comigo só por que eu estou afim de ficar com a Lauren? Eu também sou amiga dela nessa porra.
O restante da viagem até a casa de Lauren foi silenciosa, assim que Dinah estacionou o carro na frente da casa da morena de olhos verdes ela buzinou. Fiquei encarando a porta de sua casa em expectativa, ansiando por ver a morena e  logo ela saiu pela mesma. E Caralho! A barbeira gostosa estava simplesmente perfeita, estava linda. Lauren não precisava de uma superprodução para ficar linda, ela apenas vestia jeans e camiseta, assim como um casaco caramelo e isso era o que bastava para ela ficar simplesmente perfeita. Ela estava de óculos escuros e em seu rosto dava para ver que ainda tinha uma coloração avermelhada devido a agressão sofrida no dia anterior. 

— Ei, bom dia. — Falei segurando a porta do carro para que ela entrasse, a mesma sorriu para mim gentilmente e eu poderia desfalecer alí mesmo.

— Bom dia. Você está quase atrasada. — Falou parando a minha frente.

— Quase  não é atrasada. — Dei um passo para frente e toquei na armação do seu óculos. — Gostei do óculos. — Segurei dos dois lados do mesmo e o abaixei. — Mais prefiro a cor dos seus olhos. — Flertei descaradamente.

— Nossa, você já acorda distribuindo cantadas, não é? — Tirou minhas mãos dando um leve tapinha nelas e ajeitou o óculos em seu rosto.  E então se preocupou ao ver minha mão enfaixada. — Desculpa, não me atentei ao seu machucado.  Como esta a sua mão?

— Dias atrás eu quem estava fazendo essa pergunta. — Ri. — Eu vou ficar bem. — Olhei em seus “olhos” — Seu rosto ainda está vermelho. — Levei minha mão até o mesmo e o toquei de leve, Lauren não se afastou ou hesitou em receber meu toque.

— Provavelmente vá ficar assim por uns dias. — Ela não tirou minha mão do seu rosto.

— Continua linda de qual...

*BUZINA* *BUZINA*

— Será que vocês podem flertar dentro do carro? Ainda tenho que pegar a Hailee antes de dirigir para a escola — Dinah gritou e Lauren afastou-se de mim em um pulo.
Segurei a porta do carro e fiz uma “reverencia” pra que ela entrasse e ela sorriu, murmurando um “idiota”  antes de adentrar o mesmo. Durante o trajeto até a casa de Hailee eu e as meninas nos esforçamos para conversando sobre qualquer assunto que não fosse o acontecido da noite anterior. Dinah parou o carro e logo uma Hailee bufante entrou no automóvel, eu afastei e ela se sentou, me deixando entre ela e Lauren.

— Nossa que demora, gente. — Falou e fechou a porta. Virou para  mim e segurou meu rosto com as duas mãos. — Você esta bem, Babe? — Perguntou carinhosa e em seu tom a preocupação estava presente.

— Estou bem, Haiz. — Afirmei sorrindo sem jeito, era uma das primeiras vezes que estava frente a frente de Hailee depois da conversa com Selena.

— Hailee, quem foi atacada foi a Lauren. — Dinah falou com certo sarcasmo em seu tom enquanto pisava fundo no acelerador. Minha amiga tirou sua atenção de mim a levando para Lauren.

— Você está bem, Lauren? Nossa!  Que loucura isso ter acontecido. — Lauren apenas assentiu com a cabeça, a morena estava com uma postura diferente da de minutos atrás. — Seu rosto está marcado, mas nada que uma maquiagem não resolva. Eu posso te ajudar com isso. — Haiz piscou.

— Tudo bem, eu não me importo com isso. — Respondeu meio seca, mas Haiz pareceu não notar e seguimos nosso caminho para a escola finalmente.
...

O diretor conversou comigo e Lauren antes das aulas. Ele estava preocupado com o que havia acontecido, prometeu que iria otimizar a segurança da escola para garantir que coisas como aquelas não voltassem a acontecer. Também me parabenizou ao mesmo tempo que me deu um puxão de orelha pelo que eu havia feito, falou que havia sido corajoso, porém perigoso. Depois de vinte minutos ele nos liberou, eu e Lauren saímos lado a lado.

— Ganhamos quase uma aula livre. — Comemorei.

— Ganhamos? Eu vou para a aula, aliás eu tenho permissão. — Falou irônica.

— Deixa de ser marrenta, vem dar uma volta comigo. — Insisti e me pus a sua frente a impedindo de sair dali.

— Não, Camila. Eu prefiro ir para a aula. — Disse tentando passa por mim, mas eu não deixei.

— Nossa... Prefere ir para a aula a ir dar uma volta comigo pela escola? — Coloquei a mão no peito fingindo estar ofendida por ela preferir assistir a uma aula chata a passar um tempo comigo

— Você fala como se andar pela escola fosse a coisa mais empolgante do mundo. — Desdenhou.

— Não, eu falo como se andar COMIGO pela escola fosse a coisa mais empolgante do mundo.  — Sorri sem mostrar os dentes e ela negou com a cabeça. — Vamos vai... — Voltei a insistir afinando minha voz, ela me avaliou por um breve momento.

— Tudo bem. —  Falou impaciente e revirou os olhos em seguida, mas eu sabia que ela queria isso e só estava fazendo um pouco de doce.  Estendi minha mão para que ela a pegasse, a morena hesitou por um breve momento e eu cheguei a achar que ia ficar no vácuo, mas ela a pegou logo em seguida o que me fez sorrir feito uma idiota.

...

— Okay, aquela parece com um coelho transando com uma coelha. — Lauren gargalhou mais uma vez e eu mais uma vez senti como se aquele fosse o som mais perfeito do mundo, era uma risada extremamente gostosa de ouvir.

— Sua mente é muito pervertida. Nem todas as nuvens tem formato de bicho acasalando, idiota. — Continuou rindo. Apontou para o céu novamente. — Aquela parece com um cavalo alado. — Olhei para a nuvem que ela me apontava e ela realmente parecia um cavalo de asas. Estávamos a alguns minutos deitadas na grama embaixo de uma velha árvore que ficava perto do campo de futebol. Era um lugar que eu ia com frequência, gostava de apenas passar um tempo aqui.

— É, você tem razão. — Tirei meus olhos do céu olhando para o seu perfil ao meu lado ainda fitando a nuvem lá em cima de forma concentrada, no entanto logo ela percebeu que estava sendo observada e o par de esferas esverdeadas me fitaram.

— Para com isso. — Reclamou tentando tapar meus olhos com a sua mão e eu sorri deixando que o fizesse.

— Isso o que?

— De me encarar desse jeito. — Pus minha mão sobre a sua abaixando a mesma e me virando de lado para olha-la melhor.

— Só se aceitar sair comigo. — Chantageei mesmo.

— Ué, isso já não é eu saindo com você?

— Não. Quero dizer tipo um encontro... Eu te pegando na sua casa, abrindo a porta do carro para você, nós conversando sobre coisas e todo o resto. — Ela virou de lado também ficando a uma distancia perigosa de mim.

— Você me pegou em casa hoje mais cedo, abriu a porta do carro para mim e agora estamos aqui conversando e vendo nuvens, acho que isso já é uma saída “tipo encontro”. — Vendo por esse lado ela esta certa.

— Então estamos em um encontro?

— Em um “tipo encontro”. — Fez aspas com os dedos.

— Bom então já que estamos em um “tipo encontro” ... — Me aproximei mais dela e me apoiei nos meus cotovelos para deixar meu rosto bem próximo ao seu. — Eu posso tentar fazer uma coisa? — Lauren não desprendeu o olhar do meu. Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e umedeci os lábios com a língua. Lauren comprimiu os seus tomando minha atenção para sua boca. — Posso?

— Melhor não... — Foi quase um sussurro e a expressão do meu rosto se tornou decepcionada.

— Tudo bem. — Desfiz minha posição voltando a deitar ao seu lado olhando para cima.

— Achei que fosse mais persistente. — A ouvi falar e apenas virei o rosto para olha-la.

— Quem disse que eu desisti? Apenas não vou forçar você a me beijar, vou esperar você querer isso. — Falei me levantando. Estendi minha mão para que ela levantasse também. — Vamos, temos aula em cinco minutos. — Ela aceitou minha ajuda e eu a levantei. — Então tem preferência de algum lugar para irmos no sábado?

— Você não vai desistir mesmo né? — Neguei sorrindo. — Tudo bem, me pegue as sete no sábado. — Sorri largo dando um soquinho no ar e Lauren revirou os olhos antes de também deixar um sorriso contido escapar.

— Não vou me atrasar. — Afirmei antes de ela começar a me arrastar para dentro da escola.

...

— Que sorriso é esse em? — Dinah perguntou, estávamos na aula de Inglês e sempre sentávamos atrás.

— Adivinha quem vai sair comigo.

— Lauren aceitou? — Afirmei com a cabeça. — Não sei, mas estou sentindo que... Quer saber? Esquece. — Deu de ombros e eu fique confusa. — Planos para qual lugar irá leva-la?

— Pensei em leva-la para aquela boate que nós sempre vamos e...

— Não Camila, você não vai leva-la a uma boate.

— Por que não? Eu sempre levo as meninas e...

— A garota te acha galinha, quase que não aceita sair contigo e você quando consegue quer levar ela a uma boate? Você é tão idiota. — Revirei os olhos.

— Tem razão. — Ajeitei o cabelo nervosa. — Tem alguma ideia?

— Tenho, graças a deus você tem a mim. — Fiz uma reverencia como se estivesse abanando-a. — Idiota.

...

— Não entendo como você não engorda? Come feito um animal. — Eliza brincou enquanto ria.

— Tenho genética boa. — Falei de boca cheia e Lauren me deu um tapa, hoje ela estava sentada ao meu lado. Apenas eu, ela, Dinah e Eliza estávamos na mesa já que Normani teve que ver algo do club de dança e Hailee das lideres.

— Animal, come direito e tenha modos. — Lauren resmungou e eu continuei a comer meu hambúrguer.

— Olha que linda cara... — Eliza falou praticamente babando e todas nós olhamos na direção em que ela olhava.

— Está falando da Alicya? — Perguntei novamente de boca cheia e dessa vez foi Dinah quem me deu um tapa. — Querem parar de me bater?

— Quer parar de ser mal educada? — Dinah rebateu e eu revirei os olhos.

— Gente vamos focar naquela deusa, por favor. — Eliza estava de olhos vidrados na garota, parecia que a qualquer momento uma linha de baba escorreria de sua boca. — Ela é tão linda e aqueles olhos azuis. Pai do céu! — Fiz menção em falar, mas lembrei dos dois tapas que eu já havia ganhado de Lauren e Dinah. Então antes de abrir minha linda boquinha para falar eu engoli todo o conteúdo contido nela.

— Ela é bem gata mesmo, mas não sei ao certo se ela sai com garotas. — Expliquei e ganhei a atenção de Eliza finalmente.

— A não, não quero ter uma queda por uma hetero. É muito sofrimento e eu não quero sofrer.  — Todas nos rimos do drama que Liza estava a fazer.

— Calma, tenta descobrir se ela não dá uma escorregadinha. — Lauren sugeriu.
— Como? — Eliza levou as mãos aos cabelos nos proporcionando mais uma dose de todo o seu drama. — Hoje ela sentou atrás de mim na aula de cálculo e eu quase tive um treco, meu coração parecia um louco dentro do peito. Eu quase tive um ataque cardíaco.

— Meu deus, já esta assim? — Ri alto.

— Não ri, sem coração. — Eliza ralhou em um tom de choro e eu decidi tomar uma atitude quanto aquilo e a ajudar de uma vez. — Onde você vai?

— Vou falar com ela. — Usei meu tom obvio e o semblante de Eliza fechou me lançando um olhar avaliativo.

— Falar o que com ela? Ela é minha, Camila. — Eliza falou apontando o dedo na minha direção. Essa garota é lelezinha da cuca. Troquei um olhar com Lauren que tinha uma das sobrancelhas arqueada e eu suspirei revirando os olhos em seguida.

— Eu não vou dar em cima dela, vocês pensam que eu sou o que? Uma cafajeste? —  As três assentiram e eu mais uma vez revirei os olhos. — Eu não sou, tá legal? E eu não estou afim dela de qualquer forma, estou afim de outra garota. — Olhei para Lauren com um sorrisinho presunçoso e era quase imperceptível, mas posso jurar que ela corou um pouco antes de desviar seu olhar de mim. — Vou fazer a ponte para você, já volto.

— CAMILA, NÃO FAZ ISSO... — Ouvi Eliza falar, mas apenas ignorei e continuei andando até o grupinho de Alicya.
Me aproximei das meninas, eu conhecia as outras duas que estavam a acompanhando e sentadas ao lado da garota de olhos azuis. E Eliza tinha total razão sobre os olhos dela, eram lindos. Entretanto, eu ainda preferia os verdes de Lauren.

— Hey, Lidya, Alisson... — Acenei para as meninas que levantara para me cumprimentar com abraços. —  Você é a Alicya, certo? — Perguntei e a garota me sorriu simpática.

— Sou sim. — Levantou e me deu um abraço. — E você é a Camila, certo?

— Exatamente. Temos física e inglês juntas. — Falei tentando explicar de onde a conhecia e ela assentiu com a cabeça um pouco tímida.

— E então como foi o verão, Mila? — Lidya perguntou puxando assunto de forma interessada.

— Muito bom, passei algumas semanas com meus tio em Nova Iorque, fui a algumas festas em Miami Beach e viajei com meu primo Nick, eu me diverti bastante. —  Resumi e as meninas sorriram empolgadas e também falaram um pouco dos seus verões. Depois de um pouco de conversa fiada eu fui ao ponto, no que era o motivo de eu estar ali. — Então, meninas... Eu meio que vim aqui para saber se vocês vão na festa do Dylan.

— Oh, claro!  Eu não perderia por nada.  — Alisson falou animada.

— As festas do Dylan não são tão boas quanto as minhas, mas eu prometi que estaria presente. — Foi a vez de Lidya confirmar.

— E você não vai, Alycia? — Perguntei tentando tira algo da garota.

— Não sei, festas não fazem muito meu estilo, sabe? — Falou mexendo no cabelo, ela era adorável.

— Ah, qual é? Você deveria ir, conhecer pessoas, vai ser bem legal. É a oportunidade perfeita para se entrosar, quase todo o colégio estará lá. — A incentivei. — Tem uma amiga minha que também não é muito de festas, aquela loirinha ali. — Apontei para Eliza que quando viu que eu a indicava para Alicya que buscou quem eu apontava com seu olhar, começou a beber água e se engasgou. Foi hilário ver Dinah batendo nas costas dela. Eu segurei o riso, mas Alicya não. — Desculpa por isso. — Falei sentindo um pouco de vergonha pôr a minha amiga.

— Foi engraçado. — Ela e as meninas ainda riam.

— Ela é meio destrambelhada, mas é legal ta? Eu juro. Ela pode te fazer companhia na festa. — Falei sugestiva.

— Camila, você está tentando fazer uma ponte aqui? — Lidya perguntou divertida.

— Está funcionando? — Perguntei para a menina de olhos azuis e ela estava corada e com um sorriso tímido.

— An... Está Alicya? — Alisson acabou ganhando um beliscão de Alicya e eu e Lidya rimos.

— Não responda agora, apareça na festa do Dylan na sexta okay?

— Vou pensar. — Alicya falou olhando para onde Eliza estava e a loirinha ainda estava fingindo olhar para um lado totalmente oposto enquanto Dinah ria de se acabar.

— Já é alguma coisa, vejo vocês lá. — Me despedi das meninas e voltei para a nossa mesa. Sentei em silencio e todas as três me olhavam em expectativa. — O que foi?

— Fala logo! — Dinah quase grita.
— Você me envergonhou na frente dela. — Eliza acusou.

— Eu? — Perguntei rindo. — Você se engasgou com a água. — Ri e ganhei um tapinha de Lauren

— Vai diz logo? — Perguntou curiosa.

— Sua mãozinha é muito pesada, Dona Lauren. — Esfreguei a região e ela ameaçou me bater de novo.

— Fala logo, Camila. — A morena de olhos verdes exigiu.

— Okay, okay. Ela é muito fofa, bem calada. Perguntei se elas iriam a festa do Dylan na sexta e Alicya disse que não gostava muito de festas, eu disse que tinha uma amiga que também não curtia muito e apontei pra Eliza, dai ela achou engraçado a Eliza se engasgando... — Não segurei o riso, mas logo me parei para terminar de dar a informação. — Bom, as amigas dela mataram que eu estava tentando fazer uma ponte e tiraram uma com a cara dela, ela disse que vai pensar se irá a festa. Conclusões: Acho com oitenta por cento de certeza que ela gosta sim de garotas e que na sexta você tem grandes chances.

— Manda vê, ELIZA!. — Dinah comemorou fazendo um toca aqui com a loirinha.

— Não sei se te beijo ou se te mato. — Eliza sorria largamente em pura empolgação.

— Sem violência por favor. A Lauren já me espancou o suficiente por hoje. — Falei me encolhendo.

— Você mereceu todos os tapas. — Lauren deu de ombros.

— A única coisa que eu mereço são seus beijos. — Aproveitei que ela mexia na comida em sua bandeja e dei um beijo rápido em sua bochecha a pegando de surpresa.

— Que fofas. — Eliza debochou.

— Viu Lauren? Formamos um casal bonitinho. — Falei jogando meus braços por seus ombros e ela se mexeu tentado se livrar de mim.

— Sai Camila, para de graça. — Lauren tirou meus braços de seus ombros com brutalidade.

— Mulher bruta. — Resmunguei.

— Mas você gosta assim em, Chancho. — Dinah falou rindo e Lauren revirou os olhos.

— Pior que é verdade, Dinah. — Ri e abracei Lauren de lado a dando vários beijos na bochecha ela resmungou, mas logo começou a rir.

— Para você está me babando. — Lauren falou rindo e me dando tapas na perna então eu a larguei. — Ridícula, te dei intimidade para isso?

— Deu. — Falei inocente.

— Não me lembro disso.

— Gente estamos aqui ainda, okay? — Dinah tomou nossa atenção e olhou para  Eliza que observava totalmente concentrada a garota Alicya. — Pelo menos eu estou, parem com esse lancinho aí.

Lauren protestou sobre o que Dinah disse, mas logo voltamos a conversar sobre banalidades. Normani e Hailee não vieram comer conosco, então quando o sinal tocou nos dispersamos para nossas aulas. Lauren saiu na frente e eu a segui.

— O que você quer, Cabello? Que eu saiba sua sala fica para o lado contrario. — Falou andando.

— Vou te levar até a sala. — Lauren parou abruptamente e se virou pra mim, me puxou pela lapela da jaqueta que eu usava ate um cantinho. — Uhm, vamos dar uns beijos? — Brinquei por conta da posição que estávamos. Eu encostada na parede e ela na minha frente.

— Não, só quero te falar umas coisinhas. — Apontou o dedo na minha cara e minha expressão caiu pois ela não estava para brincadeiras. — Não quero problemas com a Hailee ou com qualquer outra peguete sua,  me ouviu? Então pare de ficar se engraçando.

— Você não vai ter problemas com ninguém, eu sou solteira. — Enlacei sua cintura e a puxei para mais perto. Ela veio, mas espalmou sua mão sobre meu peito mantendo o mínimo de distancia. — Estou afim de você, Lauren. — Confessei a encarando profundamente em seus olhos.

— Eu percebi isso, não sou tapada. — Falou olhando para minha boca rapidamente. — Mas não quero problemas e você pode me trazer alguns.

— Vamos fazer assim, vamos sair no sábado, você vai me conhecer um pouco mais e eu vou te conhecer um pouco também. Se você gostar podemos continuar saindo, se você não gostar pode me chutar. Só não garanto não continuar tentando ficar com você. — Ela avaliou minha expressão.

— Porque esse interesse todo de repente? — Perguntou desconfiada.

— Eu me interessei por você desde a primeira vez que te vi.  — Ri fraco. — Mas você destruiu meu para-choque e eu fiquei puta.

— Nunca vai esquecer isso né? — Me deu um leve tapa no ombro que sequer fez cócegas.

— Não, nunquinha. — Rimos. — O som da sua risada é muito gostoso.

— Você não consegue ficar sem flertar comigo por um segundo sequer? — Tentou se afastar do meu aperto, mas eu a mantive no mesmo lugar.

— Então, onde quer que eu te leve no sábado? — Sorri sem mostrar os dentes, ela também riu negando com a cabeça.

— Me surpreenda. — Conseguiu se soltar e saiu andando me deixando parada no mesmo lugar a olhando se afastar, algo estava acontecendo em mim sobre Lauren, algo que eu sequer queria me atentar agora, iria aproveitar aquele clima de conquista e a fazer querer ficar comigo. No momento era essa a meta e era nisso que eu deveria me concentrar.

Scream and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora