o. SINOS DO INFERNO. ⠀⠀
No ano de 86, Graham Taylor não precisava ter certeza de que Hawkins era amaldiçoada, ele já sabia daquilo antes mesmo de se mudar definitivamente para lá, as coisas estranhas que aconteciam diziam por si só o que poderiam e...
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HAWKINS, INDIANA 27 DE MARÇO DE 1986
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Eddie e Cliff dormiram apoiados em Graham que cochilou sentado no sofá com as mãos entrelaçadas às deles; era como antes, Eddie sempre dormia próximo a Graham quando estendiam a conversa na tentativa de passarem a noite inteira na companhia um do outro. Nunca foi estranho, eles só gostavam da sensação de não querer perder tempo e ficarem juntos.
Descansando após uma noite intensa no Mundo Invertido e com Vecna os perseguindo, Nancy não conseguia fazer o mesmo que eles. Em um estado catatônica, ela passou a madrugada sentada na poltrona e em silêncio, pensando e tentando encontrar sentido nas coisas que viu.
Eles não sabiam do que se tratava, mas esperava que pudessem ter um plano.
Em um susto, Graham estremeceu e acordou com a claridade iluminando suas pálpebras, ele piscou algumas vezes ao se orientar e observou Cliff com uma faixa improvisada por Lucas no braço enquanto Eddie dormia pesadamente com a cabeça deitada em seu ombro.
Desfazendo o entrelace das mãos, Graham esfregou o rosto e direcionou o olhar aos outros espalhados no chão e no sofá.
Buscando uma forma de sair do meio dos dois, sorriu nasalado fitando Eddie e apoiou a mão no rosto dele para encostá-lo no sofá. Do outro lado, segurou Cliff e deitou a cabeça dele nas pernas de Eddie que o abraçou por cima resmungando algo inaudível.
Graham afastou a franja dos olhos e se espreguiçou, descendo o olhar até Nancy. Ao sorrir fraco em direção a ela, que apenas repetiu o gesto, caminhou até a cozinha, abrindo cuidadosamente as portas dos armários que rangeram ainda mais alto no silêncio.
Estava morrendo de fome.
Procurando por waffles ou qualquer coisa que servisse, Graham preparou torradas e por um instante se esqueceu que a torradeira fazia barulho quando estava pronto, então, quando o pão saltou e ele tentou impedir o ruído, todos acordaram assustados.
Batendo silenciosamente no balcão, Graham umedeceu os lábios e os fitou de soslaio, voltando a ficar sério e por fim pegando as torradas e colocando em um prato, sentando ao lado de Eddie e comendo, reparando que todos ainda estavam exaustos como ele.
Desviando o olhar para a prateleira cheia de decorações e fotos, Graham reparou em algumas polaroids da mãe de Max na época do colégio e da formatura. Ele revirou os olhos e deu outra mordida na torrada, arrumando em seguida o cabelo de Eddie que caia no rosto, descendo a mão até a dele e acariciando.
