o. SINOS DO INFERNO. ⠀⠀
No ano de 86, Graham Taylor não precisava ter certeza de que Hawkins era amaldiçoada, ele já sabia daquilo antes mesmo de se mudar definitivamente para lá, as coisas estranhas que aconteciam diziam por si só o que poderiam e...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
HAWKINS, INDIANA 29 DE MARÇO DE 1986
▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚▞▚
Por volta de sete horas, Graham estremeceu na cama após ter outro pesadelo em que era completamente devorado pelos Demobats. Eddie e Graham, ambos que foram quase mortos, dormiram juntos naquela noite após todos voltarem para suas casas e verificarem a situação da cidade de Hawkins. Não esperava que as coisas estivessem melhores que há três semanas quando tudo aconteceu. E, mesmo com tudo isso, Eddie estava ao lado de Graham, também dormindo, espalhado pela cama e com um dos braços por cima dele enquanto a respiração calma batia contra seu pescoço. Eles estavam onde pertenciam, juntos.
Graham moveu a mão, enrolando os cachos do cabelo de Eddie em seus dedos enquanto fitava o teto, com o peito subindo e descendo lentamente. Ele se pegou sorrindo brevemente. Nunca conseguiu se imaginar amando alguém sem precisar esconder das pessoas, e aquela sensação de conseguir enfrentar qualquer coisa porque tinha se libertado das amarras que o colocaram, era como conseguir respirar depois de se sufocar por muito tempo.
Inspirando profundamente e levantando a cabeça para observar Eddie ao seu lado, Graham desceu a ponta dos dedos sobre o torso desnudo dele, passando pelas tatuagens e as bandagens até chegar ao cobertor. Beijando-o no ombro, puxou o cobertor e se desvencilhou do calor de seus corpos juntos. Mas, antes que pudesse ser sutil em se levantar, Eddie segurou no braço de Graham.
― Só mais cinco minutos...
Ele resmungou de modo quase inaudível, mas Graham retornou à cama e passou o braço por debaixo da cabeça dele ― substituindo o travesseiro. Um sorriso sonolento e presunçoso surgiu nos lábios de Eddie, depositando um beijo em sua nuca; ele se afastou e libertou o braço em volta de Graham.
Eddie se espreguiçou minimamente, descendo a ponta dos dedos pelo rosto dele e estampando um sorriso brilhante que marcou suas expressões quando se virou para Graham.
― Sonhou comigo?
― Quem me dera ― disse rindo nasalado. Olhou para o teto permitindo que um suspiro pesado escapasse. ― Toda vez que fecho meus olhos, parece que volto para Covil de Vecna... ou me vejo sendo comido vivo.
― E acordando quando já está quase morto. ― murmurou Eddie, expressando uma leve frustração junto ao cansaço. ― Isso tudo é uma merda!
Há meses atrás, se fossem abordados por Dustin querendo contar a eles sobre o Mundo Invertido, eles provavelmente dariam um sorriso arrogante e negariam dizendo que isso era impossível. Mas é dessa forma que as coisas acontecem em Hawkins. O impossível nunca é realmente impossível.
