⚜Capítulo 16⚜

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 Capítulo 16: Não vou te perder de novo

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Capítulo 16: Não vou te perder de novo.
 
    A delegacia estava numa mistura muito estranha de agitação e calmaria. Enquanto Yuchen preparava Bowen e Haoxuan  para o próximo passo, Yibo estava encostado na mesa do detetive Yang  com os braços cruzados esperando o alfa ligar para o tal pastor.
  
      — Ele não atende. – exclamou claramente constrangido.
 
      — É claro que ele não vai atender, no momento que você ligou para ele e falou sobre a investigação ele percebeu que o cerco está se fechando. Duas coisas podem acontecer neste momento, ele sumir do mapa, ir para outro lugar recomeçar recomeçar vida dele e continuar matando. Ou pegar uma última vítima e morrer fazendo aquilo que ele saber fazer, matar um inocente. – Não havia outra maneira de dizer aquilo, o alfa estava acostumado com casos assim e já viu esse tipo de coisas acontecer.
 
     — Ei chefinho, consegui uma foto do suspeito. – Yuchen mostra a ficha criminal dele.
 
      — Ele tem ficha criminal?
 
      — Parece que ele teve uma adolescência agitada. Algumas contravenções quando era menor por matar pequenos animais na vizinhança, vandalismo e agressão na escola. Os registros foram apagados e não parece ter nada depois disso.
 
      — Ou ele ficou mais  esperto depois de adulto.
 
     Assim que Yibo abriu a ficha e viu a foto do suspeito sentiu seu peito se apertar. Várias imagens  começaram a saltar em sua cabeça e rapidamente uma voz parecia ecoar na sua mente.
 
    Wen Chao
    Wen Chao
    Wen Chao
 
   O arquivo  caiu de suas mãos e ele rapidamente tocou seu peito e uma memória se tornou vívida em sua cabeça. Ele não estava mais na delegacia, ele conseguia ouvir a voz de Yuchen o chamando longe, mas ele simplesmente não conseguia responder. A sensação, a dor em seu peito eram reais.
 
      Ele estava na água  e viu Xiao Zhan chorando ao seu lado, ele segurava na lateral de um barco e  metade de seu corpo estava submerso.
 
 — Wei Ying,  fuja.
 
  — Wang-ji... não... dei-xar.
 
  — Por favor, meu amor. Você precisa se salvar e proteger ...  — De repente a imagem de Wen Chao  em um barco se faz presente, o sorriso maléfico em seu rosto deixava claro quem ele era.
 
    As imagem corriam rápidas demais em sua mente, logo em outra ele estava no fundo vendo Wei Ying  nadando para longe quando um arpão cortou a água em sua direção e sem pensar duas vezes ele se jogou na frente.
 
 Naquele momento foi como se Yibo sentisse aquela dor de novo, ele caiu de joelhos no chão como se estivesse tentando arrancar alguma coisa de seu peito e Yuchen, Bowen e Haoxuan  tentaram o ajudar vendo como o alfa parecia desesperado. Ninguém entendia o que estava acontecendo, Yibo parecia não ouvir ninguém.
 
      — Agente Wang?  Agente Wang? 
 
      — O que está acontecendo?  Ei chefe? Fala comigo.
   
 Yibo estava perdido dentro de suas próprias memórias. Ele viu Xiao Zhan, não, ele viu Wei Ying  chorando desesperado tocando seu peito. Ele não estava assustado, tocou o rosto do amado como se dissesse que estava tudo bem, seu amor estava a salvo. O arpão foi puxado de seu peito e rapidamente ele começou a perder a consciência, sua última lembrança foram aqueles olhos azuis ali implorando para ele não morrer.
 
    – Eu te amo Wei Ying.  – foi esse seu último  pensamento antes da escuridão tomar conta e tudo  virar um grande nada.
    
   — WEI YING!  – ele gritou assim que recobrou a consciência. Todos olharam-se uns para os outros confusos  com aquilo. Yuchen, Haoxuan e Bowen não sabiam o que fazer, os outros policiais apenas observavam confusos a cena,  Yibo parecia não ouvir nada do que eles diziam.
 
    Ele se levantou rapidamente ainda tropeçando em seus pés e foi para fora da delegacia sendo seguido pelos três alfas. Ele estava desorientado, sua cabeça parecia que ia explodir  naquele momento.
 
      — Yibo se acalme. O que houve? – Yuchen tentou parar o amigo que parecia não saber onde ia.
 
      — Eu preciso ver ele. Eu preciso .... dele.
 
 O alfa  correu até o restaurante  deixando todos para trás. Ele abriu a porta do estabelecimento  encontrando apenas Mo e Ji Li. Sua respiração estava pesada e tensa e assustou um pouco os dois betas que faziam a limpeza do local.
 
       — Onde está Wei Ying?  – Ele respirou fundo tentando organizar seus pensamentos. — Xiao Zhan... onde está Xiao Zhan? 
 
      — Ele foi comprar algumas flores. – Ji Li disse rapidamente. – Acho que ele deve estar voltando.
 
      — Bom, mas isso já tem um tempo. Ele não costuma demorar tanto assim. — Mo que saiu detrás do balcão falou.
 
O alfa rapidamente pegou seu telefone ligando para ele. A cada toque o coração de Yibo parecia que deixaria o corpo.
 
    — Chamou tanto que caiu na caixa postal. – ele disse tentando mais uma vez. – Nada ainda.
 
      – Que estranho! Ele sempre atende.
 
     — A-Li tem razão. O Zhan sempre fica com celular caso alguma coisa aconteça com os gêmeos.
 
Yibo não gostou da sensação que percorreu em sua espinha.
      — Onde fica a floricultura? 
 
      — Vira a esquerda, duas quadras à frente.
 
      — Eu sei onde fica. – Haoxuan disse assim que entrou no restaurante.
 
      — Vamos.
 
 Yibo começou a correr de novo. Enquanto corria até a floricultura  todas as lembranças dos momentos vividos por eles surgem em cascatas em sua mente. O alfa sorria sentindo uma alegria enorme se espalhar no seu peito.
 
       — Alguém pode me explicar porque estamos  correndo? — Yuchen perguntou seguindo os outros.
 
      — Quando eu descobri te aviso. – Bowen  falou, antes que chegassem a floricultura  ele viram Yibo parar de repente quase escorregando.
 
       — Chefe, o que houve?
 
 O alfa se abaixou vendo um arranjo de flores destruído no chão, eram rosas amarelas. Ele pegou o celular ligando novamente para Xiao Zhan, Bowen foi na frente ouvindo um zumbido próximo de uma lata de lixo e rapidamente encontra o celular com a tela trincada. Pela foto da tela de bloqueio estava claro que aquele era o telefone de Xiao Zhan, pois a fotos dos filhos de Xiao Zhan estava ali.
 
    Foi uma constatação difícil para Yibo naquele momento.
 
     — Ele pegou o Xiao Zhan!  – sua voz era só um sussurro. — He Peng ( Wen Chao) pegou ele. – Yibo sentiu o mundo girar à sua volta, mas se negou a se deixar perder o controle naquele momento.
 
     — Quem é Xiao Zhan? – Yuchen perguntou.
 
     — Ele e o agente estavam saindo. – Foi Haoxuan quem respondeu, ele também estava um pouco nervoso com aquela situação. Desde que o restaurante abriu ele e Bowen se tornaram bons amigos de Xiao Zhan, alguém com quem contava e sempre tinha bons papos regados a vinho e boa comida. Nunca houve um único olhar de repreensão ou repulsa quando ele lhe contou que era casado com outro alfa. Eram bons amigos, de fato.
 
     — Então, pode ter certeza que Esse tal de He Peng é  um cara morto. Eu nunca vi o Yibo tão desesperado assim e olha que já passamos por situações bem feias antes.
 
    Yibo ainda se sentia meio perdido mais precisava se concentrar, precisava manter o foco. Ele estava tonto e parecia que desmaiaria a qualquer minuto, precisou se apoiar-se na parede para não cair. O alfa rapidamente leva a mão ao nariz sentindo uma pequena quantidade de sangue descer. Yuchen rapidamente vai até ele pressionando o local e erguendo a cabeça de Yibo, ele nunca havia visto o amigo daquele jeito antes, tão frágil e desorientado.
 
     — Ei, Chefe? Olha pra mim. — Yuchen  se aproximou segurando Yibo pelos ombros e o fazendo olhar para si, o alfa ainda lutava para manter-se controlado.  Ele acabou de lembrar-se de seu amor e não o perderia assim. — Yibo, foca em mim.
 
   O alfa sentia suas mãos tremer por causa da ansiedade, mas encarou o amigo e companheiro de equipe.
 
      — Precisamos ... precisamos...
 
      — Yibo, você é o cara mais inteligente que eu conheço, o profissional que me inspira todos os dias no trabalho e um puta chefe. Sei que você deve está nervoso porque o suspeito pegou alguém conhecido, nós já lidamos com isso antes e podemos lidar com isso de novo. Mas eu preciso desse seu cérebro brilhante, esqueça quem é a vítima e vamos fazer o nosso melhor.
 
     Yibo apenas assentiu, ele fechou os olhos e  respirou fundo algumas vezes pressionando o nariz. Ele não ia ter outra crise ali e deixar Wei Yingnas mãos de Chao de novo, sentindo que havia se acalmado ele abriu os olhos dando dois tapinhas de leve no ombro do amigo.
 
     — Valeu, Yuchen.
 
     — De nada chefinho, então o que faremos agora?
 
     — Analisar a cena. – Yuchen se colocou ao lado de Yibo e viu o agente olhar atento para tudo. — Haoxuan, volte a delegacia e pesquise todos os endereços conhecidos referentes ao suspeito. Bowen verifique as câmeras de seguranças dos estabelecimentos próximos à floricultura e fale com a florista, descubra a hora exata que Xiao Zhan  saiu de lá  e monte uma linha do tempo. Yuchen e eu vamos analisar a cena, tenho certeza de que foi aqui de onde ele foi levado.
 
       — Tem certeza? Em plena luz do dia? — Bowen questionou.
 
       — O suspeito viu que o cerco estava se fechando, tenho certeza de que escolher Xiao Zhan não foi aleatório, ele o seguiu até aqui. Temos que sermos rápidos, Xiao Zhan vai ser a grande vítima dele.
 
       — Porque diz isso?
 
       — De acordo com o laudo do legista, as vítimas foram mortas poucas horas depois dos raptos. Isso quer dizer que ele sabe que estamos indo atrás dele, ele não vai ter outra opção a não ser matá-lo ou tortura-lo. E acredite eu não vou permitir que nenhuma dessas opções aconteça. 
 
      Todos foram fazer exatamente o que Yibo mandou,  embora não tivessem certeza do porquê ele está tão certo de que Xiao Zhan era mais uma das vítimas. Ele olhava com muita cautela para aquele beco, não podia perder nenhum detalhe se ele quisesse trazer Wei Ying  de volta para seus braços. Ali era uma rua estreita que ficava a poucos metros da floricultura, era um caminho inevitável para retornar ao restaurante.
 
       — Então  chefe, o que você está vendo?
 
  Yibo se concentrou, precisava seu lado racional trabalhando e manter seus sentimentos em segundo plano, aquela seria a única maneira de conseguir salvar Wei Ying.
 
       — Xiao ...  A vítima veio daquela direção, há marcas de pneus recentes no local o que indica  que o suspeito estacionou o carro aqui. – ele indicava com as mãos. — O celular foi encontrado ali e as flores destruídas estavam aqui,  acredito que Xiao Zhan tenha tentado correr e até se defender quando foi pego.
 
     Yuchen andou um pouco mais para dentro do beco  e com uma caneta ele levantou um pedaço de tecido.
 
       — Está encharcado de clorofórmio.  – ele diz depois de cheirar levemente o tecido. — Há  uma bota aqui.
 
      O agente vai até ele verificando os objetos,  Yuchen  analisa a bota e indica a parte detrás para o outro mostrando as ranhuras  no objeto.
 
      — Sabe o que isso significa?
 
      — Ele ficou desacordado por causa do clorofórmio e depois foi arrastado, possivelmente para o fundo da Van. – o agente Wang conclui.
 
   Ele não queria pensar nas inúmeras possibilidades daquilo sair do controle, sua cabeça dava voltas e voltas com as novas lembranças e se martirizava por não ter se lembrado dele antes.
 
      Poucos minutos depois Bowen retorna com as imagens da floricultura. Pelo horário fazia pouco mais de uma hora que ele havia estado lá. Ele viu Xiao Zhan sorridentes comprando as flores, conversou por alguns minutos com a florista e de maneira singela cheirou as flores antes de sair da floricultura.
 
      — Volta a imagem um pouco. – ele pediu e Bowen  voltou alguns minutos no vídeo.  Pelo vídeo foi possível ver a sombra de um veículo com as mesmas características da Van passando pelo lado de fora. — Coloca o vídeo do lado de fora da floricultura  no mesmo horário  que o Xiao Zhan estava lá dentro.
 
     Bowen fez o que lhe foi mandado. E como ele imaginava a Van azul com emblema da Igreja Sol nascente  passando em frente, ninguém jamais suspeitaram daquela Van ou do seu condutor.    É só por alguns segundos que a Van fica na imagem e some, cinco minutos  depois Xiao Zhan deixa a floricultura pouco tempo depois a Van aparece de novo  partindo em alta velocidade.
 
       O alfa não sabia como explicar aquela sensação de aperto em seu peito.  
 
      Wei Ying , agente firme. Eu estou chegando.
 

Bu Wang ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora