⚜Capítulo 17⚜

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 Capítulo 17: Nossa eternidade

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Capítulo 17: Nossa eternidade.


Dentro da ambulância Wei Ying permanecia desacordado, mas de acordo com os paramédicos ele já não corria risco de vida, para alívio do alfa. Yibo não sabia como explicar o que sentia naquele momento, havia tantas coisas das quais queria falar com seu amado, coisas que imaginou que Wei Ying também estaria ansioso para saber. Ele orava baixinho para que seu amor se recuperasse logo, olhando suas roupas rasgadas e ensanguentadas seu coração se apertou imaginando as atrocidades de He Peng havia feito.

As lembranças estavam se tornando mais nítidas com o passar das horas, agora ele lembrava de quase tudo. Dos passeios, da cauda, até das pequenas birras de Wei Ying para não usar roupas ou por querer comer com as mãos. Ele sorriu com a lembrança do seu pequeno, mas sentia que ainda faltava algo por isso era primordial conversar com Wei Ying.

Ao chegarem no hospital Wei Ying foi levado para a emergência enquanto Yibo aguardava do lado de fora da sala. Ele andava de um lado a outro do corredor sendo tirado de seus devaneios por seu celular tocando em seu bolso.

- Yibo? - Haikuan chamou preocupado do doutro lado da linha. Foi tudo tão corrido que o agente ainda não tinha tido tempo de avisar a todos que havia resgatado Wei Ying.

- Salvamos ele. - ele diz encostando na parede deixando seu corpo deslizar até o chão. - Eu achei que não fosse conseguir chegar a tempo. - a voz estava pesada pelo choro preso em sua garganta.

- Como ele está?

- Sendo atendido nesse momento. Disseram que ele está fora de perigo, mas está muito machucado. Aquele desgraçado torturou ele de maneira bem pesada. Se eu tivesse demorado mais um pouco eu não sei ... eu... eu...

- Acalme-se, diga em qual hospital vocês estão e logo estaremos aí.

- Xichen? - Haikuan sentiu seu coração errar uma batida ao ouvi-lo lhe chamando assim.

- Sim?

- Eu lembrei de Wei Ying, eu lembrei dele, irmão. Lembrei do meu amor. - o alfa já não conseguiu mais controlar o choro, Haikuan se viu impotente.

- Eu estou indo aí agora mesmo.

Mesmo com dificuldades Yibo conseguiu dizer o nome do hospital onde estavam. Por mais de meia hora ele esperou até que Wei Ying saísse da emergência e fosse levado para um quarto.

A todo momento Yibo ficou ao seu lado, havia muitos fios enfiados em suas veias enquanto ele tomava medicações fortes. A máquina do lado tinha um bipe baixo controlando seus batimentos cardíacos, e o alfa tocava sua mão delicadamente com medo de exercer uma força por mínima que fosse e machuca-lo.

- Me perdoe por ter demorado tanto, meu amor. - ele disse tocando gentilmente seus rosto. Agora que ele estava limpo era possível ver os hematomas no rosto, o olho esquerdo estava bastante inchado e roxo, e seus lábios cortados possivelmente por socos e rastros da violência que sofreu.

Wei Ying tremeu seus olhos um pouco até que conseguisse abri-los, ele se remexeu chamando a atenção do alfa.

- Oi. - disse baixo beijando a mão do ômega. Wei Ying quis chorar, Yibo estava ali e estava bem. Seu pesadelo acabou.

- Yi..bo. - sua garganta estava seca e temeu que por causa de todo medo desespero tenha alucinado com Yibo ter recobrado suas memórias como Wangji.

- Eu estou aqui, meu amor. Você está a salvo. - ele tentou se levantar mais foi contido por Yibo. - Não se levante, você quebrou duas costelas e perdeu muito sangue. Tente não se mexer muito para não abrir os pontos das suas pernas.

O rapaz voltou a se deitar com a ajuda de Yibo, ele tinha tanto a dizer, mas sua garganta parecia seca naquele minuto impossibilitando o ato. Ficou pensando se tinha imaginado que Yibo tinha se lembrado do passado e se devia tocar no assunto. A visão turva por causa dos machucados podiam perceber o alívio no rosto do alfa.

- Você lembra? - perguntou baixo. - Lembra de mim? - perguntou ainda receoso.

- Lembro. Wei Ying, minha sereia beijoqueira e curioso.

Pobre Wei Ying começou a chorar e a sorrir ao mesmo tempo, não foi um sonho. Seu Wangji estava ali de novo.

- Lembra de tudo? - questionou preocupado.

Yibo se concentrou nas imagens que vinham em sua cabeça.

- Me lembro da promessa que fizemos na praia naquela noite, do aniversário do meu pai e depois de nos encontrarmos na gruta.

Wei Ying precisava que ele se lembrasse de tudo.
- Algo mais?

Yibo segurou sua mão a beijando carinhosamente, ele fechou os olhos se forçando a se lembrar de todos os detalhes, o encontro na gruta, Wei Ying com medo de sair da água. Logo depois a felicidade do reencontro e os dias de amor e cuidados.

Foi quando veio a cena da fuga deles. Ele carregando Wei Ying no colo com cuidado, colocando no barco, beijando o seu ventre.

Seu ventre... - ele pensou com cuidado.

- Você estava grávido! - ele abriu os olhos assustados. - Meu Deus! Nosso filho, eu perdi toda a vida do nosso filho.

Yibo disse imaginando que a criança seria humana e teria uma vida normal. No momento de emoção um pequeno detalhe foi esquecido pelo alfa.

- Me perdoa, meu amor. Me perdoa. - ele disse choroso.

- Yibo. - o chamou baixo, mas o alfa tinha a cabeça baixa a apoiando no colchão. - Amor?

- Me perdoa, Carinho. - ele tocava o ventre do rapaz.

Wei Ying se esforçou para tocar o rosto do amado para que ele pudesse lhe olhar.

- Eu queria ter estado com você, queria estar lá com você quando ele nascesse...- ele lamentava com a cabeça baixa, para Yibo ele havia perdido a chance de conhecer seu filhos, de tê-lo segurado em seus braços e lhe ensinando as pequenas coisas da vida. Algumas lágrimas já saltavam de seus olhos e Wei Ying tentava encontrar forças para que sua voz fosse ouvida.

- Yibo, olha pra mim. - O alfa obedeceu.- Nossos filhos estão bem. - Wei Ying conseguiu dizer por fim.

O choque no olhar de Yibo teria sido engraçado se ele não tivesse tão tenso.

- Como assim? Nossos... Nossos fi-filhos?

Antes que o Wei Ying pudesse dizer algo mais a porta foi aberta e os gêmeos correram até Wei Ying preocupados com ele. Logo em seguida Haikuan, Cheng e JingYi entraram no quarto.

Levou apenas uma fração de segundos para Yibo associar aquela informação.
Filhos...
Gêmeos...
Sizhui e XīWang...

Ele estava lá parado sentindo seu coração errar as batidas, vendo os dois abraçando o pai. Yibo chorava de maneira silenciosa sem conseguir tirar os olhos deles, Wei Ying olhou para ele e assentiu confirmando a pergunta não dita.

Haikuan se aproximou preocupado com o amigo.
- Yibo, você está bem?

Ele não conseguiu responder, seus olhos ainda estavam vidrados nos dois adolescentes na sua frente.

- Os gêmeos? - perguntou chamando a atenção de todos. Novamente Wei Ying assentiu, só então os dois adolescentes repararam no alfa e Haikuan se emocionou ao constatar que o amigo acabou de descobrir.

O agente passou por Haikuan dando a volta a na cama de Wei Ying. Ele foi até os dois garotos tocando em seus rosto, o alfa ainda olhava incrédulo revezando seu olhar entre um e outro.

- Meus filhos. - ele os puxou para um abraço apertado. XīWang foi a primeira a retribuir e já deixando que as lágrimas corressem soltas, enquanto Sizhui tentava se manter firme, mas estava igualmente emocionado.

Cheng e JingYi não estavam entendendo nada, mas Haikuan prometeu explicar depois. Bom, pelo menos a parte que dava para se explicada de maneira lógica, mantendo a mitologia das sereias longe. Ele achou melhor dar privacidade à família e aguardarem do lado de fora.

- Eu não consigo acreditar. Vocês... vocês... - Yibo não conseguia formular uma frase coerente. Ele olhava para os rostos dos filhos ainda admirado e pensando em como ele não percebeu antes.

Wei Ying deitado em seu leito observava emocionado toda aquela cena, ele esperou muito para que os filhos pudessem ter aquele momento.

- Você lembrou.... finalmente você lembrou. - A garota abraçava o tronco de Yibo fortemente como se tivesse medo de que aquilo não fosse real.

- Eu esperei tanto por vocês, amei vocês desde o momento que soube que Wei Ying estava grávido, eu desejei tanto estar lá com vocês. Eu quis muito, me perdoem.

- A gente entende. Você se sacrificou para salvar nosso pai. - Sizhui disse ainda segurando na mão do agente. - Você fez o que tinha que ser feito, não há o que perdoar.

- Se não fosse por você talvez nem teríamos conseguido sobreviver. É uma penas que você tenha morrido por nossa causa. - A garoto dizia entre soluços e Yibo a abraçou beijando o topo de se duas cabeça.

- Quando você encontrar algo no mundo que você vai amar tanto que não vai se importar em morrer parar proteger, e eu encontrei. - ele sorriu para Wei Ying e depois para os filhos. - Eu morreria mil vidas se fosse para mantê-los seguros.

- Por favor não morra de novo. - XīWang pediu.

- Minha princesinha, eu prometo nunca mais deixar vocês. Nunca mais.

Eles ficaram envolvidos naquela bolha de descobertas por algumas horas, Haikuan foi para casa com sua família e Yibo ficou no hospital com os filhos e amado. Passado algumas horas os gêmeos dormiam nos sofá e poltrona que haviam no quarto.

O agente estava deitado na cama com Wei Ying enquanto observavam os filhos dormirem. Ele tomava cuidado para não tocar nos ferimentos do amado, mas nenhum deles queria se afastar.

- Ainda não acredito que você teve gêmeos. Meus filhos... nossos filhos.

- Eu disse sobre você, contei como você sempre foi o amor da minha vida. Como era leal e corajoso, eles sabem que ninguém amou você nesse mais mais que eu. - Wei Ying disse encostando sua cabeça no peito do amado. - Eles tem muitas coisas de você, não apenas a aparência.

- Eu sempre quis ter uma filha, e agora tenho um casal. Eu não consigo nem explicar como estou me sentindo agora. Quanto tempo exatamente se passou desde aquele dia?

- Duzentos e dois anos. - ele respondeu baixo.

- Vocês me esperaram por todo esse tempo?

- Te esperaria por dois mil anos se fosse necessário.

Yibo olhava a devoção que seu pequeno tinha com ele. Ele amava Wei Ying, e aprendeu amar a Xiao Zhan.

- Agora eu entendo o porque de sempre me sentir emocionado quando eu encontrei eles a primeira vez. Você devia ter me dito, dito sobre tudo assim que me reconheceu.

- Você não teria acreditado. Uma coisa que eu aprendi é que humanos precisam de provas para tudo, eu não tinha como provar nada para você e quando eu conheci essa sua versão policial eu tive medo no início.

- Medo de mim?

- Medo de você nunca mais se recordar de mim, eu abdiquei da minha vida como sereia para que nossos filhos pudessem ter uma vida normal como humanos. Se eu não te encontrasse agora, talvez não teríamos tido a chance de nos reencontramos de novo. Eu sou humano agora, assim como você.

- Quer dizer que vamos envelhecer juntos? Poderemos viver juntos para sempre?

Wei Ying assentiu e Yibo deixou um breve selar na pontinha de seu nariz.

- Obrigado por ter sido paciente, obrigado por ter procurado por mim por todos esses anos. Imagino quão deva ter sido difícil cuidar dos nossos filhos sozinhos.

- Seu irmão me ajudou.

- Xichen? Você conheceu meu irmão?

- Ele foi me ver na gruta logo depois que as crianças nasceram, ele que deu nomes ao nossos filhos. - Yibo rapidamente se emocionou, ele cumpriu a sua promessa. - Depois Quando nossos filhos puderam se transformar em humanos eu procurei Xichen, ele estava mais velho, tinha cabelos brancos e barba cheia, até já tinha netos. Com a ajuda dele nossos filhos foram ensinados a ler e escrever, como a se comportar como humanos. Antes de voltarmos para o mar, ele me deu ouro e algumas coisas que pertenciam a você antes. Quando voltamos a superfície, o neto de JingYi já havia instaurado a democracia e o império já não existia mais. JingYi me reconheceu e disse que havia prometido a seu irmão que cuidaria de mim e dos meus filhos. Foi quando conseguimos os primeiros documentos humanos, então depois disso eu procurei por sereias que vivessem a mais tempo e pudessem nos ajudar. Quando nossos filhos se tornaram maiores de idade (como sereia) suas habilidades foram diminuindo até que eles já não conseguissem mais viver na água, se tornando humanos completos.

- Eu fico feliz que vocês tenham tido a chance de conhecer meu irmão. Você passou por muita coisa, e prometo que de agora em diante eu vou te compensar por toda essa dor que você passou.

- Não preciso de compensação, eu só preciso de você.

O alfa abraçou seu amado, feliz demais para contabilizar. Wei Ying adormeceu pouco tempo depois por causa da exaustão e dos remédios. Yibo no entanto não conseguiu pregar os olhos, tendo Wei adormecido em seus braços ele observava os filhos de longe.
Seus filhos.

Bu Wang ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora