⚜Capítulo 13⚜

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Capítulo 13: Senti sua falta, irmão

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Capítulo 13: Senti sua falta, irmão.

Do outro lado da cidade, Yibo estava pensando exatamente a mesma coisa. O alfa estava olhando a chuva fina que caía pela janela, sentado num poltrona e um copo de Whisky na mão.

Por mais racional que fosse, ele não saberia como explicar seus sentimentos por Xiao Zhan. Ele nunca havia se declarado para alguém antes e aconteceu tão facilmente naquela noite, mas isso era um fato, ele realmente estava apaixonado por Xiao Zhan.

Levou um tempo até que o sono chegasse, naquela noite ele sonhou com momentos que jamais viveu ao lado daquele rapaz.

No dia seguinte, como havia prometido ele almoçou com Wei Ying no restaurante sob o olhar atento de vários alfas insatisfeitos que lutaram por muito tempo pela atenção dele e nunca conseguiram nada mais que um atendimento gentil.

Era perceptível para qualquer um o clima que estava rolando ali. Os olhares e toques sutis os deixavam envolvidos em sua própria bolha particular, não se importando com ao olhares recebidos.

Depois do almoço Yibo se dirigiu até o consultório da Sra. Meng, ou melhor, Dra. Meng. O consultório ficava no centro da cidade à pouco mais de quinze minutos da delegacia. O jovem secretário anunciou que a terapeuta o receberia em breve pois estava terminando o último paciente.

Yibo sentou-se em uma das poltronas pegando uma revista que estava jogada por ali e folheando enquanto aguardava. Passados dez minutos a porta do consultório se abre e uma mulher sai da sala, logo o assistente da terapeuta o avisa para que ele entre.

O alfa ainda não estava convencido de nada e apenas buscava respostas das quais ele não fazia ideia de como conseguir.

- Agente Wang, bem vindo.

- Sra. Meng.

- Fico muito feliz que tenha arranjado um tempinho para vir me ver, Yibo. Estava começando a achar que você estava fugindo de mim. - a mulher diz indicando que ele se sentasse.

- Digamos que você não esteja totalmente errada. - disse sorrindo. - Desculpe por ter cancelado ontem, surgiu um jantar de uma hora e ...

- Não se preocupe, o importante é você veio. Então, me conte um pouco sobre as coisas que você tem visto, quando elas começaram a aparecer?

Yibo acomodou-se na cadeira tentando lembrar-se dos detalhes.

- Desde que eu tenho consciência sinto que coisas estranhas acontecem comigo, coisas das quais eu não consigo explicar.

- Talvez por isso tenha preferido uma profissão onde as provas e seu lado racional são predominantes. - ela concluiu.

- Nisso você tem razão. Eu sempre prefiro deixar as coisas das quais eu não posso explicar de fora, porque eu realmente acredito que tudo nessa vida tenha uma explicação lógica. - ele se sentia tão estranho falando sobre aquelas coisas das quais nunca quis falar nem com Haikuan.

- Você se lembra da primeira vez que percebeu algo diferente? - o semblante da Sra. Meng era tranquilo e Yibo sentia-se como se estivesse falando com uma amiga o que deixou ele um pouco mais confortável com aquela situação. - Fale sobre tudo, até mesmo das coisas mais absurdas. Saiba que não haverá nenhum tipo de julgamento aqui, veja essa primeira sessão apenas como uma conversa entre vizinhos.

O agente jogou a cabeça para trás tentando se recordar.
- Eu sempre sonhei com sereias, na verdade, a mesma sereia durante a minha vida toda. Todavia, nunca cheguei a ver seu rosto. Mas as visões e sonhos ficaram mais frequentes depois que conheci meu melhor amigo.

- Qual era a idade de vocês?

- Talvez sete ou oito anos de idade. Éramos muito jovens.

- Como você se sentiu naquela época?

- Como se eu tivesse reencontrado uma das pessoas mais importantes da minha vida. Vergonhosamente, nós choramos inexplicavelmente.

A Sra. Meng anotava discretamente pontos importantes daquela conversa.

- E o seu amigo? Como ele reagiu as suas visões?

- Ele sempre foi muito mais aberto a esse tipo de coisa do que eu. Hai sempre disse que acreditava que em algum plano diferente, ou uma outra vida a gente tenha sido amigos ou irmãos. A senhora o conheceu naquele dia, ele tem teorias bizarras sobre tudo. - Yibo rir lembrando do amigo.

- Vamos focar no período da infância de vocês hoje. Como vocês são íntimos e convivem a muito tempo talvez tenhamos uma resposta melhor.

Yibo achava que sairia dali com uma resposta mais objetiva sobre Xiao Zhan. Ele teve uma boa infância e boas lembranças, não havia traumas a serem trabalhados. Como perfilador ele estava acostumado a analisar vítimas de maus tratos e até analisar a infância dos assassinos que ele prendia.

- Agente Wang, eu percebo sua mente trabalhando daqui. Confie em mim, eu sei que talvez você tenha pressa ou pense que vou usar uma bola de cristal e lhe contar tudo. Mas infelizmente não é assim que funciona. A mente humana é muito sensível e complexa, precisamos seguir com cautela para não causar mais danos do que benefícios. Seus episódios começaram na infância então vamos começar por aí e vamos seguir aos poucos. Por favor, me dê algum crédito. - ela diz de maneira divertida.

O alfa riu constrangido pois era exatamente o que ele pensava. Não queria ter voltar outras vezes.

Yibo começou a relatar um pouco mais dos detalhes de sua infância, principalmente aqueles que envolviam Haikuan. Eles conversaram por cercar de meia hora e a terapeuta pediu que ele o acompanhasse. Na sala da ômega havia uma segunda sala separada, essa era um pouco mais escura e tinha um divã e uma poltrona.

- Deite-se da maneira mais confortável que puder, agente.

- Sra. Meng, eu devo alerta-la de que eu não acredito muito nessas coisas, então por favor, se não conseguir nada de mim não fique chateada. - ele disse e a mulher riu.

- Yibo, acredite ou não, nem todas as pessoas conseguem ver ou sentir alguma coisa e não tem a ver com acreditar ou não. Às vezes é simplesmente porque está pessoa já tem o seu ciclo de vida fechado, sem pontas soltas com seu passado. - ela explica colocando o metrônomo em movimento. - Tire seus sapatos e tente relaxar.

Ainda Meio cético com tudo aquilo ele obedeceu.

- Feche os olhos e inspire profundamente soltando o ar contando até dez bem lentamente.- o cheiro de incenso de Pinheiros chegou até o nariz do alfa, ele gostava daquele cheiro. Era o mesmo cheiro do amigo.

O agente ainda se sentia agitado e tentava seguir aos comandos da mulher, mas não era fácil para ele ficar parado.

- Relaxe, agente. Você está num ambiente segura. - o som de uma guqin começou a tocar bem baixo. - Concentre-se no som da cítara, sempre respirando profundamente.


A terapeuta conseguiu ver quando os ombros do agente relaxaram, e sua cabeça a pender para o lado.

- Pense na sua infância, Yibo. Nos momentos mais felizes que você viveu.

A voz da Sra. Meng já estava longe ele mal conseguia ouvi-la , mas logo se viu brincando numa floresta cercado por pinheiros.

Ele usava roupas estranhas, iguais aquelas dos livros de história. Sua versão infantil tinha cerca de oito anos e logo viu outra criança aparecer. O vento soprava levemente deixando o cheiro dos Pinheiros evidentes, ele corria entre as árvores e acabou caindo.

- Wangji? Você está bem? Deixe-me ver se você se machucou. - Era Haikuan, ele parecia ser uns dois anos mais velhos que seu outro eu. - Veja, você arranhou seus joelhos. Vamos eu levo você.

- Xichen, não quero ser carregado como um bebê. Os guardas vão rir de mim.

- Wangji, ninguém vai rir de você. Vamos, deixe seu irmão carregar você até o castelo. Nosso mamã vai arrancar nossos braços se nos atrasamos para o jantar. - Xichen se abaixou ficando de costas para Wangji para que ele montasse em suas costas. O pequeno Yibo, ou melhor Wangji subiu nas costas do irmão e juntos foram para o castelo. O pequeno Wangji sorria enquanto caminhava com o irmão.

A cena logo mudava para outro momento. Dessa vez Wangji parecia ter treze anos e estava num quarto, seus cabelos estavam soltos e meio despenteados, ele não usava camisa, parecia um pouco assustado e nervoso. Wangji parecia inquieto e tocava nervosamente o visível colar que adornava o seu pescoço. Yibo assistia tudo como se estivesse assistindo um filme numa tela de cinema.

De repente a porta se abriu e Xichen entrou no quarto. Wangji abriu os olhos e estavam dourados e só então Yibo percebeu as presas salientes sendo mostradas para o recém chegado.

- Wangji, fique calmo irmão. Eu sei como o primeiro hut incomoda. - disse sentando-se ao seu lado na cama.

- Isso machuca. - ele apontou para as pequenas presinhas. - Porque não posso brincar lá fora?

- Você tem que aprender a lidar com os cheiros, tem ômegas nesse castelo e não queremos que você ataque ninguém.

- Não quero ficar aqui sozinho. É chato.

- Ficarei com você até que você esteja bem.

- Você é o futuro imperador, tem obrigações a seguir, não pode ficar trancado aqui comigo. Sei que nosso pai deve estar escolhendo o seu noivo, ouvi o som das carruagens trazendo oferendas.

- Não seja bobo, isso é só porque acabei de fazer quinze anos. Ele só quer garantir que eu tenha um bom ômega. Mas não se preocupe, eu pedi permissão para ficar aqui com você. Então, por favor não brigue comigo quando o ciclo de calor vier.

- Eu lembro quando aconteceu com você. Você não quis brincar comigo por dias.

- Você era pequeno, eu tive medo de machucar você. Mas veja, você já é melhor que eu. Consegue controlar seu alfa sem se sentir ameaçado pela minha presença.

- Eu jamais machucaria você. Você é meu irmão.

- Você cheira a Sândalo e eu a Pinheiros. Somos madeiras fortes. Sândalo significa raro e valioso, então eu sendo Pinheiro, que significa força, é minha missão proteger você. Temos que cuidar de quem amamos.

- Você é o meu melhor amigo, Xichen-gege.

A senhora Meng observava Yibo se remexer no divã, repetindo frases e chamando por Xichen de maneira inconsciente. Ela fazia perguntas e ele nem fazia ideia de que estava respondendo.

O cenário mudou novamente, dessa vez Wangji estava comemorando seus dezesseis anos. Ele parecia está numa festa, havia muitos ômegas com roupas sugestivas e logo percebeu se tratar de um bordel.

- Atenção, atenção! - Xichen chamou a atenção de todos, ele segurava uma taça de vinho e parecia já estar um pouco bêbado. - Hoje, meu irmãozinho querido se tornou um homem de verdade. Cuidado ômegas do império, os Lan's são conhecidos pelo seu apetite insaciável.

Todos riram do discurso já que o alfa estacionava cambaleando e tropeçando nas almofadas que estavam espalhadas pelo local.

-Não esqueçam dos Nie's também. - o outro alfa que estava deitado numa pilha de almofadas disse se levantando sendo amparado por dois ômegas. - Finalmente podemos levar Wangji em nossas festas sem medo do Imperador arrancar nossas cabeças.

- Mingjue tem razão. Lan Wangji finalmente é um de nós. Ômegas, cuidem bem do nosso garoto, mostrem pra ele o lado bom de ser um alfa.

- Zixuan, quero... quero falar. - Xichen bêbado colocou o mão na boca do amigo deixando cair um pouco da sua bebida. - Eu vi você nascer, segurei você nos meus braços. - ele faz um movimento desajeitado de como se estivesse segurando um bebê. - Prometi que cuidaria e te protegeria enquanto eu vivesse, mas o que eu não contei foi que também ia te ensinar as melhores coisas da vida.

- Beber, transar e lutar. - Mingjue gritou virando todo o seu licor. - Não necessariamente nessa ordem.

- Shiiiiii, Mingjue. - Xichen pediu pro amigo calar, ele deu dois passos em direção ao irmão segurando em sua mão. - Quero que se divirta hoje sem medo, quando eu fiz dezesseis anos esses dois idiotas me levaram a um pulgueiro, mas eu sou um irmão muito melhor. Te trouxe no melhor bordel do império, com os ômegas mais lindos.

- Não lembro de você ter reclamado na época. - Mingjue disse.

- Xichen, acho que você bebeu demais. - Wangji disse entre os risos. - Mal se aguenta em pé.

- Deixe ele falar, é mais divertido porque ele não vai se lembrar de nada amanhã. - Zixuan entrega uma taça de vinho a Wangji.

- Onde eu estava mesmo? Ah, lembrei. Lan Zhan, aproveite a sua juventude sem medo, ela passa muito rápido. Se apaixone muitas vezes, se divirta o quanto puder, mas ame apenas um.

-Nós somos Lúpus, só amamos uma vez. - Yibo disse tentando não rir do irmão sendo óbvio.

- Não estraga meu discurso, o que eu quero dizer é que não tenha medo de ser feliz. Quando encontrar a pessoa certa vai saber, mas até lá se divirta com as pessoas erradas. - ele gargalhou e um grupo de ômegas entraram no recinto, eles começaram a dançar e puxaram os alfas para dançarem também.

Yibo podia sentir como naquele dia ele foi feliz, depois cenas e mais cenas de momentos vividos entre os irmãos se passaram na sua cabeça, mas uma lhe chamou atenção. Xichen usava vestes tradicionais vermelhas de casamento e os dois dançavam juntos. O alfa sentiu dentro de si como todos aqueles eram momentos importantes.

- Yibo, eu vou contar até três. Assim que você ouvir o som do gongo vai abrir os olhos e voltar para a realidade. - o ômega contou e tocou o pequeno gongo que estava na lateral da poltrona.

O agente abriu os olhos e sua respiração estava agitada como se ele tivesse acabado de correr uma maratona. Ele se sentou rapidamente e a mulher se aproxima dele.

- Vai com calma, Yibo. Esse tipo de experiência é cansativo, tente se recompor.

- Haikuan... Xichen... meu irmão. - ele disse controlando para não chorar. - Eu lembro dele, lembro até da sensação dos meus sentimentos.

A mulher oferece um copo com água para ele, ela via como aquilo havia sido forte para ele. Pessoas que carregavam grandes perdas nas vidas passadas podiam ficar dias abaladas com as descobertas. Por isso era necessário cautela nas sessões.

- Fique calmo. É natural que se sinta assim na primeira vez. Volte em alguns dias, sua mente precisa de tempo para se acostumar com as novas memórias. Pode ser confuso no começo, mas você vai começar filtrar melhor e quem sabe até ter mais lembranças. Então por favor, cuidado com a sua mente e tente não sobrecarrega-la.

- Obrigado, Sra. Meng. Agora eu preciso ir.

Ele se calçou rapidamente deixando o consultório, a terapeuta sorriu feliz por ter conseguido ajudar o alfa. Ele olhou as anotações vendo pontos importante ditos pelo agente, ela desligou o gravador que gravava a sessão anotando o nome de Yibo e a guardando em seguida.


Enquanto isso Yibo dirigiu rapidamente ao museu onde Xichen trabalhava. Sabia que naquele horário ele ainda estaria por lá. Ele estacionou o carro e quase corria pelos corredores do lugar, ele mostrou seu distintivo para um dos seguranças e pediu que ele mostrasse o caminho da sala de Haikuan, uma beta que trabalhava no local avisou que o alfa estava na sala de restaurações e o ajudou a chegar lá pois ficava no porão e era uma área restrita a funcionários. A mulher o deixou na porta e saiu, o agente estava nervoso e bateu na porta algumas vezes até que Haikuan abrisse.

- Yibo? - ele estava surpreso ao ver o melhor amigo ali e seu rosto denunciava que ele esteve chorando. - O que houve?

O alfa abraçou o amigo inesperadamente, um abraço forte e caloroso. O historiador retribuiu da mesma maneira porque sabia que Yibo não era do tipo que fazia aquilo, então era algo importante.

- Yibo, o que aconteceu?

- Eu senti tanto a sua falta ... Xichen-gege.

Ao ouvir aquilo, Haikuan apertou ainda mais os braços em torno do amigo.

- Finalmente. - disse sem conter as lágrimas.

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Então meus amores, é isso.
Espero que tenham gostado do pequeno presentinho que dei pra vocês.
Eu esperei muito por esse momento e por isso quis postar logo. Então nada de choro e até semana que vem.

Just Dream Girl ⚘

Bu Wang ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora