⚜Capítulo 6⚜

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Capítulo 6: Pequenas descobertas

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Capítulo 6: Pequenas descobertas

 
    A semana estava agitada em GusuLan, depois que a confusão na escola dos adolescentes foi resolvida, claro que envolvendo muita discussão por parte de Cheng que fez questão de expor toda a sujeira que o atual diretor da escola estava fazendo. Todos os pais apoiaram Sizhui e o emprego do alfa estava por um fio e acabou que não houve jeito que não fosse expulsar Jin Ling da escola e deixar Sizhui sem qualquer mancha em sua ficha escolar.
 
 Passada toda essa confusão, JingYi  estava planejando seu aniversário e havia decidido  que seria uma festa à fantasia. Coisa que o deixou o adolescente em êxtase já que dessa vez ele poderia escolher tudo a sua maneira.
 
      Para Haikuan também estava sendo uma  semana animada. O curador aguardava ansioso para sua nova exposição, ele tinha acabado de receber alguns itens pertencentes a Dinastia Lan e  daria início aos seus estudos e preparação. Um colecionar chinês que morava na Inglaterra doou seus itens colecionáveis para o museu esperando que elas pudessem ajudar a contar a história da última família Imperial da China.
 
      O alfa desempacotava com cuidado a enorme caixa de madeira que tinha acabado de chegar. Era como se Haikuan fosse uma criança em plena manhã de Natal abrindo seus presentes. Ele estava ansioso demais já que demorou muito tempo para que aquelas coisas chegassem. Mesmo que ainda não soubesse seu estado de conservação atual, tinha quase certeza de que algumas peças precisariam de restauração, mas nada que sua equipe não pudesse dar conta.
 
      — Rue, muito cuidado ao abrir. Não queremos nada quebrando antes da exposição. – disse à sua assistente que lhe ajudava a abrir o enorme caixote.
 
      — Pode deixar, Dr. Liu. Eu estou sendo muito cuidadosa.
 
      — Todos os quadros e documentos  só devem ser abertos na sala esterilizada.  Não quero que nenhum deles se danifiquem antes da minha avaliação.
 
      — Entendido.
 
 Depois de tirar algumas tapeçarias e cerâmicas da caixa, ele levou as pinturas, pergaminhos e dois livros para a sala de restauração.  A sala de restauração era esterilizada com temperatura e umidade controlada. O local era usado apenas por Haikuan e seus dois assistentes, ninguém poderia entrar ali sem a autorização dele, qualquer mínima alteração naquela sala e as obras poderiam ser destruídas.
 
     Com todo cuidado ele colocou um lençol branco sobre a mesa de aço e delicadamente retirou um dos quadros que estavam na caixa de madeira muito bem protegido. Ele usava luvas de algodão e uma máscara cirúrgica no rosto, todo cuidado era pouco ao manusear obras tão delicadas e com centenas de anos.
 
     Haikuan sempre foi apaixonado por história, e inexplicavelmente tinha uma paixão pela Dinastia Lan,  a última Dinastia imperial da China. Existiam poucos elementos originais daquela época, então ao encontrar itens daquele período era muito raro e ele estava decidido a fazer a melhor exposição sobre a Família Imperial Lan. O alfa retirava a proteção do quadro de maneira tão delicada que parecia que ele fosse se desmanchar entre seus dedos  caso ele usasse o mínimo de força.
 
     — Atchim.... – seu assistente espirrou a poucos metros dele e rapidamente  ele ergueu o dedo  Indicador para ele.
 
      — Parado aí mesmo. Expliquei seu espirro?
 
      — Foi apenas um espirro, senhor.
 
      — Estas obras são delicadas, nada de germes ou mofo nessa sala.
 
       — Eu sei, senhor. Eu apenas... apenas... .Atchim.— ele espirrou de novo.
 
       — Fora da minha sala e leve seus germes com você. – o assistente deixou a sala e Haikuan a trancou por dentro. Ele não podia correr o risco de danificar nenhuma daquelas obras, voltou a se concentrar no quadro a sua frente. Havia um pequeno bilhete do dono do quadro que doou para o museu.
 
   “ Este é a única pintura original do Príncipe Imperial Lan Wangji, consegui comprar num leilão a quarenta anos atrás. Perdoe-me pelo estado atual da pintura espero que possa restaurar  esse pedaço importante da história do nosso país."
 
    Haikuan de imediato viu que o quadro estava mofado em algumas partes, em outras a pintura já havia craquelado e danificando o tecido a ponto de mal se vê a tinta original.  Ele pegou a máquina de espectrômetro onde escanearia a imagem  podendo ter uma ideia mais ampla do estrago e dos pigmentos originais para a restauração. 
 
      Enquanto a máquina escaneava  ele fazia as anotações  sobre diâmetro do quadro e aspecto da moldura que era de maneira nobre entalhada manualmente, um trabalho extremamente rico e bem feito. Embora estivesse gasta pelo tempo a maneira como aquela madeira foi revestida de seiva natural impediu que cupins e insetos estragarem a moldura. Tudo ali deixava claro sua originalidade da época, para o alfa aquilo era como abrir o presente de Natal antes do tempo. Quando o espectrômetro apitou avisando que o escaner  já havia sido feito ele foi olhar o monitor para ver a imagem.
 
     O alfa era um historiador experiente, ele sabia como mexer naquela máquina, mas ao ver o imagem ele teve sérias dúvidas sobre o que via. A  imagem do príncipe parecia replicada e com sombras e não dava para saber exatamente o que estava se vendo. Ele aumentou o contraste da máquina  e tentou novamente. Passados alguns minutos a inconsistência permanecia,  ele afastou a máquina e começou a estudar aquela pintura mais de perto.
 
    Usando uma lupa especial o alfa verificou cada mínimo detalhe da pintura, foram duas horas examinando centímetro por centímetro e ainda assim ele não conseguia entender. Com muito cuidado  ele virou o quadro e começou analisar a parte de trás. Com suas ferramentas ele soltou a com cuidado a parte de trás moldura, ao fazer isso o historiador quase surtou ao perceber o que tinha escondido atrás da pintura do príncipe Lan Wangji. 
 
      Liu Haikuan olhou para aquilo incontáveis minutos, antes de ter coragem para virar o segundo tecido. Atrás da pintura original havia outra pintura, mas o choque do alfa era pelo que estava escrito no verso da segunda pintura.
 
      Wei Ying, Primeiro e único amor de Wangji. Aos preciosos filhos  que meu irmão não chegou a conhecer minha eterna gratidão. Lan Sizhui e Lan XīWang.”
 
      Imediatamente lhe veio a cabeça os nomes descritos ali, o nome da melhor amiga de seu filho e do adorável irmão dela. Aqueles eram nomes  não eram comuns e coincidentemente serem exatamente os mesmo eram algo realmente estranho.
 
       Com um cuidado extremo ele retirou a segunda pintura a virando em sua direção, diferente da pintura do príncipe que estava bem deteriorada, a outra estava em perfeito estado, provavelmente resistiu melhor ao tempo porque estava protegida pela outra. 
 
       — Isso não pode ser real. – ele encarava atônito para a segunda pintura. Eram três pessoas, um rapaz jovem adulto no centro e duas crianças que pareciam ter entre oito e dez anos ao seu lado. Haikuan conhecia a melhor amiga do filho a dois anos e por mais que sua mente estivesse tentando raciocinar logicamente havia semelhanças gritantes ali diante dos seus olhos. A mesma cor de olhos, cabelos negros e até a pequena pinta que a garota tinha um pouco abaixo do olho esquerdo.
 
      Ele tentou focar no trabalho fazendo suas anotações, todos eles aprendiam na escola sobre o príncipe que tinha sido assassinado quando tinha dezoito anos. Em nenhum relato histórico mencionava que ele havia se casado ou teve filhos, e ter aquela mensagem escrita pelo próprio Imperador Lan Xichen sobre seu falecido irmão ter tido filhos. Não havia uma data nos quadros então não teria como rastrear quando aquela pintura havia sido feito, para um historiador do calibre dele fazer essa descoberta era simplesmente a vitória de sua carreira.  
 
      Ele nunca havia se sentido tão nervoso profissionalmente antes, de toda maneira era necessário manter aquilo em segredo por enquanto. Teria muito a pensar se poderia expor aquilo e mudar completamente o rumo da história de seu país, pois ele simplesmente tinha acabado de descobrir um príncipe e princesa que nunca foram mencionados antes. O alfa permaneceu o dia inteiro trancado na sala  de restauração, fazendo estudos e avaliando cada uma das pinturas, ele nem mesmo foi almoçar em casa.
 
    O alfa chegou em casa ao final do dia e encontrou o marido trabalhando na sala.  
      — Achei que eu teria que arrancar você daquele museu hoje. – o ômega diz recebendo um selinho do marido.
 
      — Me perdoe, é só que foi uma loucura no trabalho hoje.    
 
      — Porquê?  Múmias saíram dos sarcófagos e foram dar um passeio pela praça de alimentação?
 
   Haikuan gargalhou alto para o marido.
 
       — Querido, acho que você assistiu muito Uma noite no museu.  É só que, eu meio que descobri algo por acaso e isso pode gerar um grande falatório., mas não quero falar sobre isso ainda. Onde está JingYi?
 
      — Na piscina com XīWang. Ela está o ajudando nos preparativos da festa de aniversário  dele. – Cheng fecha o notebook pegando na mão do marido. — Porque essa carinha preocupada?
 
      — No dia daquela confusão no colégio do nosso filho você conheceu o irmão da XīWang, certo?
 
      — Sim, Sizhui é um alfa muito decente. Eu realmente gosto dele.
 
      — E sobre os pais deles?
 
      — Eu conheço apenas o Xiao Zhan, ele é o mamã deles, mesmo que eles o chamem de pai. A verdade é que uma vez ouvi nosso filho dizendo que eles não conheceram o pai alfa.
 
      — Não? — Haikuan estava muito confuso naquele momento. Logo ele viu os dois ômegas entrarem na casa. Ele não pode evitar não prestar bastante atenção na garota, ela realmente se parecia com a garota do quadro, o que não fazia sentido já que o príncipe estava morto a mais de duzentos anos.
 
      — Oi pai.
 
      — E aí, tio.
 
 Os dois cumprimentaram Haikuan, o alfa rapidamente coloca um sorriso no rosto e abre os braços para o filho que se aconchega num abraço quentinho.
 
     — Como estão indo os preparativos para a festa?
 
      — Estão indo bem, eu não quero que seja algo muito grande, mas meus amigos estão animados, então se preparem para uma manada de adolescentes  na casa de vocês.
 
     — Vou esconder meus cristais. – Cheng diz arrancando sorrisos de todos.
 
     — E você XīWang, seus pais vão vir também?  – Haikuan tentou ser sutil na pergunta, mas ele se sentia um pouco ansioso naquele momento.
 
      — Só meu irmão vem. Meu pai não se sente muito confortável  com multidões e somos apenas nós três.
 
      — Bem, se ele mudar de ideia diga para se juntar aos adultos na festa pois seremos minoria.
 
      — Eu vou dizer.
 
       — Então, já decidiram as fantasias?
 
       — Estou indeciso entre um Pierrot ou um príncipe encantado mascarado. — JingYi diz animado.
 
       — Eu voto no príncipe encantado. — Cheng diz ao filho.  
 
        — Eu também acho uma boa ideia. – Haikuan beija o topo da cabeça do filho.
 
        — Eu disse pra ele que ficaria muito melhor de príncipe. – XīWang havia passado as últimas duas horas tentando convencer o amigo de que ser um príncipe seria melhor que um palhaço.
 
      — E você, querida? Já escolheu uma fantasia? – Cheng perguntou a jovem ômega sentada na sua frente.
 
        — Eu ainda não decidi, meu pai está me ajudando porque eu mudei de ideia na última hora.  Então nada foi decidido ainda.
 
       — Ela tinha escolhido uma sereia, depois mudou e não me disse o que vai usar.
 
      — Não seja bobo, você vai ver na dia da festa.
 
  Eles conversaram por mais algum tempo até que Cheng resolveu levar a garota para casa, porém surgiu um imprevisto no seu trabalho e ele pediu que Haikuan que a levasse. Durante todo o trajeto o alfa mantinha uma conversa interessante com ela, a garota não falava como uma adolescente. Expressava-se de maneira clara e objetiva, tinha um certo requinte como as pessoas falavam mais polidamente. Ele sempre admirou-a como ela não falava gírias e era uma boa amiga para JingYi.
 
       —Meu filho, me disse que você pretender estudar História na faculdade.
 
       — Ainda não decidi. A faculdade que eu gostaria de me inscrever fica um pouco longe daqui e não quero deixar meu pai sozinho. Talvez acabe ficando por aqui e escolha outro curso. – XīWang se preocupava demais com Wei Ying, ele não tinha ninguém além  dos filhos e Yibo parecia não ter a mínima ideia de quem ele era no passado, ela não teria coragem de deixa-lo.
 
      — Pense em como seu pai se sentiria se ele soubesse que você estaria abdicando de um sonho por causa dele.
 
     — Meu pai é muito especial, tem certas coisas que ele ainda não entende e precisa da nossa ajuda. Meu sonho é que ele seja feliz, então não importa o que eu queira, se meu pai não estiver feliz eu também não estarei.
 
      — São palavras muito duras para uma jovem de dezoito anos.
 
      — Às vezes sinto como se tivesse duzentos. – ela brinca. – brincou com uma verdade velada. — Olha, meu pai está ali! — ela apontou vendo Wei Ying  limpando algumas mesas que ficavam do lado de fora do restaurante. Haikuan sentiu seu cérebro parar por incontáveis segundos.
 
      Ele parou o carro em frente o restaurante e XīWang desceu do carro agradecendo o alfa pela carona. Haikuan não conseguiu evitar não descer do carro também, ele estava impressionado com a semelhança daquele rapaz com a pintura. Ele se aproximou e Wei Ying  ainda estava distraído arrumando alguns pequenos arranjos de flores nas mesas.
 
       — Papai, cheguei. – XīWang alertou sua chegada e assim que Wei Ying  virou-se deu de cara com Haikuan, o pequeno vaso de flores que estava em suas mãos foi direto ao chão pelo choque
 
       — Xichen!  – disse ainda chocado. Mesmo sem entender a razão de ter sido chamado  assim, ele resolveu arriscar.
 
       — Wei Ying?
 
O choque passou pelos olhos de Wei Ying e XīWang. A garota rapidamente se colocou na frente do pai e Wei Ying  por sua vez deu um passo para trás. Pelos feromônios que a garota estava soltando o alfa rapidamente percebeu que havia os assustados.
 
      Teve que pensar rápido pois não foi sua intenção causar aquele constrangimento. Ele ornou-se de um sorriso gentil e indicou sua destra para Wei Ying.

Bu Wang ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora