Doutora Dos Vielas

Capítulo 02

Deolane ⚖

Deolane: Achei aonde o filho da puta se meteu, morro da Penha. - Falei mostrando pra Dayane que me olhou assustada. - Mas que porra ele tá fazendo lá?

Daniele: Cara, é sério que tu colocou rastreador no celular do Giliard?

Deolane: Óbvio, quando eu quero saber de alguma coisa eu consigo meu bem.

Dayane: Tá, mas e agora tá pensando em fazer o que?

Deolane: Procurar saber o que ele tá fazendo lá, quem ele conhece de lá, essas coisas, mas pra isso eu tenho que conhecer alguém de lá.

Daniele: Tu não acha que tá sendo muito invasiva na vida dele não? Ele já tem dezoito anos Deolane, sabe o que fazer da vida.

Deolane: Sempre fui a mãe mais liberal do mundo com todos os meus filhos mas o Giliard chegou em um ponto que não me respeita mas, mal aparece em casa parece que não tem mãe e irmãos e mesmo ele sendo maior de idade eu tenho que saber aonde e com quem ele tá se metendo.

Simaria: Tenho uma amiga que mora lá no morro da Penha, ela até me chamou pra o baile que vai ter hoje. - Saiu da minha sala pra recepção do escritório aonde eu e as meninas estávamos.

Deolane: E você vai, ou melhor dizendo, todas nós vamos.

Daniele: Todas nós uma vírgula. - Falou se levantando. - Eu tô indo pra minha casa dormir, não tem sábado melhor.

Dayane: Vamos todas nós menos a chatinha da Daniele.

Simaria: Sei não hein gente, tô numa vibe barzinho na beira da praia, shopping, essas coisas... Quero ir pra baile em favela não.

Dayane: Logo tu, vida louca. - Falou soltando a fumaça do narguile.

Deolane: Hoje não tem vibe barzinho e nem caralho nenhum, vocês duas vão comigo pra o baile da Penha atrás do Giliard.

Simaria: Pensa em fazer o que? Chegar dando um tapa na orelha dele e depois sair arrastando ele pra casa, porque isso é bem a tua cara.

Deolane: Deveria, mas eu sei de uma coisa que vai envergonhar ele ainda mais. - As duas me olharam. - Relaxem, não vou colocar a vida de ninguém em risco, prometo. - Disse me levantando.

Dayane: Que horas esse baile mesmo? Quero saber se da pra dar uns cochilos antes.

Simaria: O portão abre de nove mas ninguém nunca chega cedo, então lá pra dez e meia a gente vai.

Era 7 e 15 da noite e eu e a Simaria fomos pra casa, a Dayane se trancou no escritório e provavelmente iria dormir até a hora do baile. Cheguei em casa e tirei o sapato e logo em seguida toda roupa, me joguei no sofá pra mexer no celular e aproveitar a paz e o silêncio já que a Valentina e o Kaique iriam dormir na casa da minha mãe hoje.

Quem olha pra mim hoje pensa que a minha vida sempre foi fácil mas as coisas não são bem assim... Sou nascida e criada em uma cidade no interior de Pernambuco, com pouco mais de 10 anos minha mãe resolveu tentar a vida aqui no Rio já que as coisas no Pernambuco estavam difíceis demais.

Aqui começamos uma nova vida, tudo do zero e como da pra ver conseguimos até mais do que um dia almejamos.

Vivo muito feliz na companhia dos meus três filhos, Giliard, Kaique e Velentina.

Vendo a minha mãe e minhas irmãs felizes, pra mim não falta nada.

Sou solteira e não sinto falta de homem nenhum na minha vida, casei com o pai do Kaique que era um homem bom mas não deu certo no final, o pai da Velen não era lá essas coisas mas me deu o meu terceiro amor, a minha princesinha.

O Giliard não é meu filho de sangue, eu adotei ele quando ele tinha 1 ano de vida, eu ainda era uma adolescente e estudava muito, mas criei um amor tão grande por ele que era capaz de deixar tudo pra trás só pra tomar conta dele.

Mas depois que ele descobriu que não era meu filho de sangue ele se revoltou por eu ter escondido a verdade dele, começou a ficar rebelde, sair pra festas com amizades ruins, me tratar mal, gritar comigo e se tem uma coisa que eu não admito é um filho que falte com respeito com a mãe!

Então castiguei ele, proibi ele de andar com essas pessoas e também de sair de casa, mas ele não me obedeceu e fugiu.
Mas ele não perde por esperar porque o que vai acontecer hoje, ele nunca mas vai esquecer.