Sigo em silêncio por toda a longa viagem. Sinto vontade de ir ao banheiro, mas me contenho não querendo pedir ao homem que pare ou poderia desistir e fugir ali mesmo, meu estômago começava a revirar e eu começava a achar que não fora uma boa idéia aceitar este acordo. Porém meus pais haviam escolhido isto para mim e só por isso me convenci que era o melhor a se fazer. Mas por outro lado... e quanto a mim? Não sei o que me espera, não sei o que vou enfrentar, onde vou morar... Meu cérebro matuta pensando em alguma saída, alguma forma de escapar desta confusão idiota a qual me meti, porém o carro está muito rápido, posso me machucar tentando sair, deveria ter pedido para ir ao banheiro, mas já faz algum tempo que só passamos por árvores e estradas estreitas, sem nenhuma casa, sem nenhuma pessoa, sem nenhum socorro para mim. Enfim, agora que estou aqui é pagar para ver, seja o que for, depois lido com os problemas que me esperam.
Subimos uma montanha enorme e quando pensava que estávamos chegando o carro subia mais e mais até que chegamos a um grande portão que se abre imediatamente.
Assim que entramos, avisto um grande castelo com uma vila enorme, quase uma cidade, então nós chegamos a outro portão de ferro, que este sim daria ao castelo.
- É aqui que ficarei? - Pergunto sem pensar.
- Sim senhorita Charllote. - Responde educadamente.
- Como se chama? - Sinto curiosidade de saber o nome do homem que pouco conversava, mas estranhamente gentil e direto.
- Joaquim Senhorita. - Responde simplesmente.
Joaquim segue com o carro passando pelos portões estacionando em frente a grande porta do castelo. Então vem até mim e abre a porta para que eu saia, mas outro homem interrompe Joaquim.
- Pode levar as malas que eu ajudo a moça. - O Senhor com aparência de 40, 45 anos ordena.
- Sim vossa alteza. - Se curva Joaquim perante ele.
O homem era meio familiar... lembrava alguém, se parecia muito com mesmo homem que me abordou quando eu era criança...
- Olá minha jovem, deixa que eu ajude. Chamo-me Maloror seu futuro sogro. - Sorri com um brilho nos olhos.
Claro que era o mesmo, lembro de ele dizer " Minha bela... tão bela quanto a mãe! Você está prometida ao meu filho " Agora faz sentido suas palavras.
- Oi. - Digo envergonhada e encabulada com a situação.
- Venha, vou lhe mostrar seus aposentos por hoje, pois esta noite ira se casar com meu filho e passarão a dividir o mesmo quarto.
Oi,oi,oi? Como assim, pra que tanta pressa?
- Mas eu nem ao menos conheço seu filho! - Me indigno. Sinto gotas de suor brilharem sob a pele.
- Oh querida não se preocupe, vocês terão uma eternidade para se conhecerem. - Puxa meu braço e enlaça no seu.
Olho em seu rosto cada vez mais achando semelhança com minha mãe.
- Você é tão linda quanto a sua mãe. - Começa a tagarelar. - Ana era muito bela e devia se casar comigo, mas preferiu seu pai... em fim deixaremos o passado de lado e falaremos do futuro. Assim que se casar com meu filho, você irá junto a ele comandar este povo e este será seu reino.. - Para e olha em meus olhos. - Não esqueça de que você é sangue do meu sangue, sangue deste povo.
Por mais que o homem seja muito simpático comigo, fico com um pé atrás com ele, pois vovô disse que Maloror sempre tem segundas intenções.
- Hó Charllote como vê, os preparativos para o seu casamento estão a todo vapor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
GRIMM A Maldição
FantasiaOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS PELA LEI N° 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 Sinopse Há milhares de anos atrás houve uma guerra onde forças malignas buscavam possuir a força de um cristal com extremo poder de dev...