O dia havia começado mais agitado do que o normal, após uma noite maravilhosa nos braços de Dreik, nós havíamos sido acordados para a realidade. Orlando bateu em nossa porta cedo esta manhã, com aparência nervosa, dizendo a Dreik que as coisas não haviam saído como o planejado. Dreik se arrumou as pressas, vestindo sua postura autoritária e deixando na gaveta o carinhoso e amoroso homem que tanto amo.
Quando perguntei a ele o que estava acontecendo, ele respondeu secamente. "Nada com que você deva se preocupar." Estranhei seu tom de voz grosseiro, mas depois ele tentou remendar com "Vá fazer compras com a Mimi, mas volte antes do entardecer." O que me deixou ainda mais desconfiada.
Eu sabia que alguma coisa estava acontecendo e era grave, Dreik jamais havia se preocupado assim antes, o que me fez lembrar das alucinações que tive dias antes perdida na mata. Eu deveria procurar saber se eram apenas alucinações mesmo. Precisava conversar com meu avô, esclarecer meu passado, deve haver algum escrito, algo que meus antepassados registraram para que eu possa ter uma pequena noção de como devo proteger o cristal. Eu sabia que não seria fácil carregar comigo algo tão poderoso pelo resto da viva, mas fui designada a isto, esta era a minha sina, o meu destino, e eu iria cumpri-lo com esforço e orgulho por ter sido escolhida para tal papel.
Me despeço de Mimi, avisando que irei a casa de meus avós, porém uma voz me interrompe a porta.
- Onde você pensa que vai? - Connor já estava enchendo a minha paciência.
- Não te interessa. - Respondo colocando meus óculos escuros. - Já avisei a quem precisa realmente saber.
- Meu irmão sempre teve queda pelas mais duronas. - Seu sorriso de escárnio me dava nos nervos. O que ele quis dizer com "Sempre teve queda pelas mais duronas?" - Só não fuja desta vez Charllote, ou eu juro que você irá se arrepender. - Seu tom era de aviso, um aviso muito sério.
- Não esquenta Connor. - Embarco no Suv que esperava por mim. - Há... e eu nunca fugi. - Digo arrancando o carro sem nem olhar para trás. Não sei por que ele vivia no meu pé! Eu não havia feito nada para ele.
Após uma longa viagem finalmente estaciono meu carro em frente a casa dos meus queridos avós. Vovó Ema já vinha a porta a fora para me abraçar.
- Querida, estávamos tão preocupados com você! Quase precisei amarrar seu avô para ele não ir atrás de você hoje! - Dizia em um abraço apertado.
- Desculpe vó por eu ser esta neta desnaturada, mas é que aconteceu tanta coisa nos últimos dias... Vim assim que pude. - Beijo o seu rosto várias e várias vezes.
Dentro de casa estava vovô com seus óculos de grau, entretido com vários papeis sobre a mesa.
- Por Deus Charllote! - Ele levanta e me abraça apertadamente. - Que susto que você nos deu minha filha.
Como era bom este conforto que somente meus avós poderiam oferecer, um abraço caloroso de sangue.
- Desculpe vovô, eu não tive a intenção de preocupar ninguém.
Continuamos abraçados por um tempo, até que ele sem jeito me solta, me puxando para sentar a mesa da sala com ele.
- Venha sente-se aqui, e me conte tudo com calma. Eu ainda não posso acreditar que aquele bastardo deixou você em perigo.
Vovô nunca iria confiar plenamente em Dreik, afinal ele era um sombrio.
Conto para eles todos os detalhes da minha perigosa aventura, omitindo apenas a parte da discussão com Dreik que foi o motivo de minha escapulida, enquanto vovó Ema preparava o almoço ouvindo atentamente a cada detalhe.
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GRIMM A Maldição
FantasíaOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS PELA LEI N° 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 Sinopse Há milhares de anos atrás houve uma guerra onde forças malignas buscavam possuir a força de um cristal com extremo poder de dev...