GRIMM A Maldição

Capítulo VI - Guerra X Paz

Passo o dia todo treinando e fazendo todos os exercícios que Orlando comandava, treinos pesados que eu fazia sem reclamar, achava estranho o modo como fazia sem nenhuma dificuldade. Deveria ser as habilidades Grimms, que me fortificavam cada vez mais. Sinto uma tremenda fome e no decorrer do dia, devoro frutas e fibras que me eram oferecidas. Quando a academia fechou já no anoitecer fui uma das ultimas a sair então me despeço de Orlando e das pessoas que ainda estavam ali.

- Onde treinou assim garota? - Kayle estava encostada na parede ao lado de fora, no corredor.

- Em casa. - Minto, não poderia mais dar mole. Kayle ri ironicamente.

- Sei. Só vou te dar um aviso, para o seu bem. Você não faz o estilo de Dreik e ele não irá te amar, você nunca irá satisfazê-lo da maneira que necessita. Só está com você para cumprir formalidades, mas o herdeiro quem dará serei eu. Então... só aconselho a ficar fora do caminho..

De início me intimido, mas depois decido que tenho que impor algo, aliás, sou a majestade, de alguma coisa isto deve servir.

- Devo tomar isto como uma ameaça Kayle?

- Foi apenas um aviso. - E sai sem olhar para trás. Esta Kayle era mesmo durona, como se já não bastasse o tanto de carga ainda tenho mais este problema. - Suspiro, extasiada.

- Ela sempre foi apaixonada pelo príncipe. - Orlando diz atrás de mim. - Mas não se aflija, Dreik nunca quis nada com ela, são apenas amigos, desde sempre.

- Obrigado Orlando, não me deixarei abater. - Sorrio fracamente e vou o mais rápido que posso para o meu quarto, sinto que vou quebrar a qualquer momento, basta eu piscar, basta eu suspirar e tudo estará perdido.

Entro no quarto e fecho a porta em um esbarrão.

- Onde aprendeu a treinar assim? - A voz de Dreik soa baixa no quarto. Essa não... era tudo que eu menos queria neste momento uma discussão com este homem, que eu desejo amargamente e que não se importa nem um pouco comigo.

- Eu não sei... nunca havia feito aqui..

- Não se faça de tonta. - Me interrompe segurando meu braço com força.

- Estou sendo sincera. Agora, por favor, solta o meu braço. - Tento soar calma.

- Por quê, não sabe se defender? Ou não quer mostrar novos truques majestade? - Ironiza.

- Eu não sei como fiz aquilo. - Meus olhos ardem segurando as lágrimas que deixam minha visão embaçada.

Dreik me solta e bufa caminhando de um lado para o outro.

- Tem alguma coisa que precisa me dizer? - Fico parada no quarto olhando-o, indecisa se conto a verdade ou não, então me lembro das palavras de vovô, para que eu jamais revelasse que era a escolhida.

- Não. - Meus lábios tremem.

- Acho bom que não esteja mentindo Charllote, ou em uma batalha você colocaria a vida de vários guerreiros em perigo. Espero que saiba a responsabilidade que carrega. - Range os dentes ao falar muito próximo a mim.

- Chega. - Eu grito. - Pare de ser imbecil, porque me trata assim, se eu não fiz nada a você? - Digo entre choros.

- Será que não? - Desafia ele.

- Se não está feliz com esta situação... saiba que muito menos eu e nem por isso ignoro os outros.

- Ignorar? - Diz ele com o rosto colado ao meu.

- Sim! Você me ign... - Seus lábios se chocam aos meus com tanta força que penso ter machucado. Seus lábios se movem com desespero e sua língua rodopia ao encontro da minha, sinto suas mãos na minha cintura, apertando-me contra ele. Meu corpo treme em seus braços em antecipação, passo as mãos em seus cabelos puxando sua cabeça com força para mim.