Capítulo V - Recém casados

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Desespero-me. Olho no espelho mais uma vez conferindo minha aparência que é a mesma de antes da cerimônia.

- Vai dar tudo certo, deixe-o conduzi-la. - Digo a mim mesma. - Entre.

Fico em pé aos pés da cama, aguardando sua entrada.

Dreik entra e tranca a porta a chave.

Ai. Meu. Deus.

Aproxima-se de mim e fica tão perto que quase podemos nos beijar.

- Cada dia mais linda. - Sopra as palavras no meu rosto. Sinto-me fraca e uma vontade imensa de jogar-me em seus braços. - Pena que é só uma criança. - Termina a frase indo em direção a cama e pegando um dos tantos travesseiros que tinham sobre ela.

Entristeço imediatamente com seu comentário e também me enfureço, quem ele pensa que é? Um ancião? Idiota...

Dreik senta-se sobre o divã vermelho do outro lado do quarto.

- O que você está fazendo? - Pergunto furiosa.

Ele apenas me olha com uma sobrancelha levantada, desabotoando sua camisa preta.

- Me preparando para dormir. - Diz jogando a camisa no chão.

- Dormir? - Que pergunta idiota.

- Sim.. o que mais achou que eu fosse fazer?

Eu fico sem passe, não sei como dizer... sinto meu rosto pegar fogo. Olho para sua pele branca tatuada. Sua pele é linda, são muitas as tatuagens, desejo as tocar mais que tudo. "Controle-se Charllote. Você nunca foi assim."

- Como assim? Fazer o que se faz em uma noite de núpcias. - Porque fui falar isto?

Dreik me olha dos pés a cabeça vagarosamente.

- Apesar de você estar bem comestível ainda é uma criança e cheira a fraldas.

Agora ele pegou pesado, uma raiva enorme me invade e sem pensar dou-lhe um tapa no rosto que estala em meus ouvidos.

Dreik levanta com fúria em seus olhos e caminha calmamente até mim, me fazendo andar de ré com a testa colada a sua. Então me derruba na cama e sobe sobre mim, pressionando sua virilidade em minha perna. Com uma mão prende meus pulsos e a outra segura meu queixo.

- Tem certeza que quer consumar o casamento esta noite? - Pergunta sério, com a vós raivosa. - Eu posso não ser tão bonzinho com você, muito menos delicado. - Vocifera em meu ouvido.

Fico com os olhos arregalados e respiro com dificuldade sem conseguir pronunciar uma palavra se quer.

- Foi o que pensei... boa escolha. - Levanta passando com a ponta dos dedos sobre a minha perna. - Agora durma.

Me apoio sobre os cotovelos e o vejo se ajeitar sobre o travesseiro no divã.

Bufo ao me sentir rejeitada... poxa não era isso que eu queria? Droga.

Deito por debaixo do lençol e coloco a cabeça por baixo do travesseiro.

Depois de me virar diversas vezes na noite, em algum momento adormeço.

Acordo num sobre salto. Onde eu estava? Depois de reconhecer o lugar, olho para o divã e não o vejo, mas suas roupas ainda estão jogadas, então escuto o barulho do chuveiro sendo desligado.

Deito novamente fingindo estar dormindo. O barulho dos seus passos acusam que chegou ao quarto, então abro os olhos como se tivesse acordado naquele momento. E quando ergo a cabeça me arrependo e acabo dando um grito de susto.

GRIMM A MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora