Elleven - coisas estranhas

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Ao chegar no meu apartamento, não parei um instante, nem para falar com o porteiro que parecia querer falar comigo, mas ao abrir a porta do meu apartamento havia um envelope no chão, envelope de papel cremoso azul, abri o mesmo e dentro estava minha outra aliança de noivado, uma chave e uma carta escrito: "Já peguei minhas coisas, não me procure mais...". só então retirei meu celular do bolso, eu estava evitando meu celular, havia tantas mensagens, nenhuma de Anna Clara, meus seguidores haviam quadruplicado, ou mais, eu estava bombando, além disso havia agências de patrocínio entrando em contato para que eu propagasse o meio Queer, nem sei o que isso. Fui excluído do grupo de futebol, fui excluído do grupo de aposta, fui excluído do grupo dos homens do clube de tiro, fui excluído do grupo de homens que iam a academia.
Quando Ricardo do moto clube assumiu seu namoro com Dan eu o exclui do grupo, assim como quando Joca assumiu que trepava com Andrey dono de um bar gay. Agora eu, mesmo não sendo gay estava sendo excluído da minha vida.
Irritado e explodindo, lancei meu celular na parede, e não contente peguei a cadeira de madeira e a fiz voar pelo cômodo, a mesma bateu no espelho grande da sala que virou milhões de pedaços e um deles acertou acima de minha bochecha, minha mão estava sangrenta, dois dos pontos feitos estourados.

Naquele instante houve batidas na porta, e eu explodindo abri sem hesito, minha tia Dalva estava parada na porta, em seguida ela entrou.

- Desculpa eu não vejo muito Tv, eu nem sabia o que estava acontecendo... Merda o que houve aqui? - disse ela entrando em ser convidada. - Seu namorado...

- Eu não tenho namorado tia, aquilo é mentira, eu não sou gay eu não sou, eu só... Explodi.

- Tudo bem - ela fechou a porta.

Me sentei no sofá, ela tirou um caco grande do espelho quebrado que recaiu no sofá e se sentou ao meu lado.

- Tudo bem se quiser chorar.

- Eu sou homem. Homem não chora.

- Quem te disse isso querido? - Ela enfiou as pontas dos dedos nos cabelos de minha nuca fazendo um carinho, e repouso feito um gato manhoso em seu ombro.

Eu gostava daquele carinho, mesmo com a lágrima parada em meus olhos eu não iria chorar, eu era homem, e só chorei na morte da minha mãe, só isso. Tudo bem perder amigos, e ser excluído, aquilo não dói, não dói. Fechei os olhos para conter o choro.

- Quer me dizer o que aconteceu meu bem?

Ela tinha a voz tão calma, tão calma e eu estava tão explosivo que queria até mesmo amurrá-la. Não que eu fosse fazer isso, mas eu estava em ataque de fúria que já nem sabia o que eu era.

- Aquela bicha me amaldiçoou, eu odeio viados, eu odeio tia, eles são anormais.

- Mesmo, não sabia que você era...

- Não sou preconceituoso, sou verdadeiro, é verdade não é normal, homem foi feito para mulheres, como podem dois homens se... Se pegar... Se beijar?

- Tudo bem, qual o problema nisso?

- Por que beijar outro homem é diferente - falei irritado me exautando.

- E como sabe querido?

- Por que eu beijei ele, eu beijei e ele me amaldiçoou. Eu não queria beijar ele, mas eu ia bater nele iam ver então fingi beijar ele para não verem eu arrebentando a fuça dele - falei explodindo. - Foi culpa dele.

- Ahh - respirou ela - E você odiou, não é?

- Eu detestei foi horrível, sentir os lábios dele no meu foi... Nojento.

- Serio? - disse ela como se falasse com uma criança e por um momento me senti uma.

- Sério, nunca mais isso vai acontecer.

Com Amor, ApolloOnde histórias criam vida. Descubra agora