Carta 6

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“Querida Dina,
eu não sabia que quando amamos sentimos como se uma luizinha brilhasse dentro do estômago, é com isso que nos tornamos radiantes. Mãe o Mikael está me ensinando coisas, ele está me ensinando a sentir as coisas, parece que antes a minha vida era escura e agora estou sendo amado de verdade com cores e tudo e nem sei se eu mereço, eu sempre lembro o quão eu fui ruim e sempre penso que posso ser melhor para ele, estou mudando, estou mudando minha nova frase mais dita, evitando dizer “sou homem” ou desrespeitar ele e aquele negócio de comunidade dos gays, eu não sei mas parece importante para ele.
No caminho para casa Mikael disse algo que tia Dalva disse também, eu acho que ele é bom em analisar pessoas igual a ela, ele disse que eu tive de amadurecer muito rápido, mesmo que você tenha morrido quando eu era mais velho, meu pai não era um pai tão responsável você sabe, eu fazia tudo, você me ensinou a sobreviver enquanto trabalhava e eu me orgulho disso, eu aprendi a cozinhar graças a você, você iria amar o Nael, ele tão... Tão... esperto. Eu acredito que ele está certo eu tive de amadurecer e aqui dentro, bem lá no fundo existe um Apollo carente, e que se parece muito com uma criança.
Tem outra coisa a senhora vai ter um neto, você acredita nisso? Nem eu, tudo muito rápido, descobri o amor, descobrir que eu sou... Eu não sei o que sou, mas eu sou alguém diferente agora.
Eu estou segurando para não chorar minha mãe enquanto escrevo por que agora parece que sou um homem emotivo, mãe eu estou me tornando uma mariquinha de verdade hahaha, mas Mikael diz que homens de verdade sentem, então talvez eu tenha aprendido tudo errado, mas eu pensei para onde vou levar suas cartas... Eu vou levar elas até Você.

Com amor Apollo."

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