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— Hey... — A voz fina de Sabrina tirou S/n de seus devaneios. — Posso me sentar? — A garota perguntou gentilmente e S/n assentiu.

— Obrigada por ont…

— Shiiu... — Sabrina sussurrou, olhando em volta. — Não cite jamais, nunca, em hipótese alguma, que fui eu que comecei com aquilo.

— Tudo bem, mas... obrigada. — S/n disse gentilmente e Sabrina assentiu sorrindo.

— Como você está? — Ela perguntou apontando para o curativo na testa de S/n e a mais nova iria responder, mas viu o momento onde Billie passou com sua bandeja de comida nas mãos e desacelerou o passo, como se quisesse saber daquela informação.

S/n se calou, esperando ela passar e se
surpreendeu quando a garota sentou
na mesa ao lado dela. Seus olhos se encontraram com os azuis e nenhuma das duas se atreveu a desviar o olhar, até Sabrina rir baixinho, soltando uma espécie de ronco junto, o que chamou a atenção de S/n.

— Estou bem, doeu para inferno ontem, mas já estou melhor. — S/n disse e Sabrina assentiu.

— Esta noite ela sai da detenção, o que fará? Aquela barulheira da noite passada não poderá se repetir, seria suspeito. — Sabrina disse apenada e S/n sorriu-lhe fraco.

— Não sei, na verdade. Ter o outro lado da testa estourado até eu desacordar? — Brincou sorrindo fraco.

— Não diga isso. — Sabrina disse tristemente e S/n suspirou.

— Se for para ser violentada eu prefiro que eu esteja desacordada do que ter a repugnante imagem daquela mulher em cima de mim. — S/n disse firmemente. — Não vou deixar que ela toque em mim.

— Ah, eu vou gritar, mas você não toca em mim. — A voz de Scarlett assustou S/n. A garota jogou sua bandeja sobre a mesa e sorriu. — Caramba, mulher. Eu virei a sua fã. Ninguém nunca desafiou Danielle antes.

— Obrigada, huh, eu acho. — S/n disse confusa.

— Não fomos apresentadas, sou a Scar e você é a minha mais nova amiga. Você não tem opção, se não aceitar eu esmago seu crânio. — Disse, fazendo S/n arregalar os olhos. A risada alta e escandalosa de Scar chamou a atenção de várias pessoas. — Eu estou só brincando.

— Oh. — S/n disse ainda em estado de choque. — Eu me chamo S/n. — Ela disse, mas a figura de uma loira alta, com o maior dos sorrisos estampado em seu rosto, chamou a atenção de S/n.

Unicamente porque ela sorria para Billie. Será que…

— Você se deu mal pegando a mesma cela que ela. Aquela mulher é perigosa. — S/n suspirou, vendo Billie se levantar com a loira e saírem.

— Eu percebi.

— Nem a Eilish enfrenta ela, elas se evitam. — Scar disse, começando a comer sua maçā. — Todos sabem que a Billie ganharia ali, inclusive ambas, mas elas não se bicam, é como se fugissem de confusão. — S/n estranhou aquilo.

— Elas... costumam travar guerras inesquecíveis de olhares, hm? Para mostrar quem manda. — S/n disse e Sabrina riu baixinho, soltando outro ronco.

— Não. Elas sequer se olham, nenhuma invade o território da outra. — Billie praticamente expulsara Danielle com o olhar no dia anterior no banheiro, pensou S/n ainda mais confusa.

Passaram o restante do tempo conversando e definitivamente Sabrina tinha razão, Scar era um amor de pessoa.

Mais tarde naquele mesmo dia, S/n se dirigia até o pátio no intervalo para tomarem sol, porém sentiu seu corpo sendo puxado para trás e alguém tampar sua boca. Sua primeira reação foi se espernear, mas foi em vão.

— Calma aí que ninguém quer te machucar, é só uma conversa. — S/n ouviu alguém dizer, no entanto não conhecia aquela voz.

Deixou-se ser arrastada até o corredor das celas quando viu que não tinha mais forças para lutar. Quando seu corpo foi jogado dentro de uma das celas, seus olhos se arregalaram em surpresa. Billie Eilish estava deitada na cama de cima a olhando intensamente.

— Ela é magrela, mas tem força. — A loira, que agora S/n podia identificar ser a garota que sentará com Billie no horário da refeição, disse.

— Deixe-nos a sós, Zoe. — Billie disse e a loira assentiu, saindo da cela e ficando de vigia do lado de fora da mesma para ninguém incomodar, enquanto segurava a ponta do lençol que tampava a visão para
dentro daquela cela.

— O que.. o que quer? — S/n perguntou. A verdade era que ela se atrevia a encarar Billie enquanto estava longe, mas perto daquele jeito sentia-se intimidada.

Aquele azul perfurante a desconcertava
completamente. Será que era por ela encarar que estava ali? Deveria ter ouvido a policial Drew quando teve a chance.

— Você vai dizer a todos desse maldito lugar que você está comigo, que agora é minha mulher. Entendido? — A voz rouca soou firme, causando involuntariamente arrepios no corpo de S/n.

— Não sou sua mulher. Apanhei ontem de outra pessoa por ter esse mesmo pensamento e você pode mandar sua capacho entrar aqui agora mesmo e me
arrebentar, mas você não vai tocar em mim. — Disse firmemente, nem sabendo de onde havia saído tanta coragem. Seu coração batia descompassado em seu peito, claro, acabara de se opor a algo que a pessoa que julgam ser a líder absoluta de tudo pediu.

Ela, certamente, não duraria até o fim dos seis meses. Seus pensamentos foram cortados quando ela viu a figura em sua frente pular da cama de cima no chão e se aproximar dela, que, sem perceber, deu dois passos para trás.

Suas costas tocaram a parede e seus olhos fitaram a garota mais alta em sua frente, a centímetros de distância dela agora. Prendeu a respiração ante àquela aproximação.

— Eu acho que eu não fui clara o suficiente. Você vai dizer a todos, inclusive às suas amiguinhas, que agora é minha mulher. — Falou roucamente. — E em mulher de Billie Eilish, ninguém, preste atenção, ninguém toca. — S/n piscou confusa quando a outra se afastou.

— Você não vai tentar nad..

— Já pode dar o fora. — Billie disse friamente e S/n franziu o cenho. Billie disse que era para ela dizer…

Espere! Estaria, Billie Eilish, oferecendo
proteção gratuita? Não teve tempo de perguntar, porque o toque para o banho soou, fazendo-a sair dali com um enorme ponto de interrogação em sua cabeça.

1042 palavras

Presa Por Acaso (Billie Eilish / You) Onde histórias criam vida. Descubra agora