Assim que a policial soltou S/n no pátio ela nem olhou para direção nenhuma, simplesmente decidiu migrar para sua cela e se sentar em sua cama. Ela queria pensar, precisava disso, por tal razão tirou os sapatos e se encostou no canto da cama, apoiando sua cabeça na parede e suas costas no beliche. A garota puxou sua coberta e enfiou a mão embaixo do travesseiro, tirando uma foto de Billie com ela de lá.
Ela abraçou as próprias pernas e suspirou tristemente, encarando a foto que Drew havia lhe dado, que para a sua surpresa não havia sido a que elas olhavam para câmera, senão a que havia tirado instantaneamente, onde Billie fitava bobamente o enorme sorriso que S/n tinha em seu rosto, tendo seus braços enlaçados ao redor da maior. Pela forma como ela fitava Billie, podia se dizer facilmente que estava apaixonada.
— E agora, meu amor? — Ela sussurrou, dando um beijo na foto antes de se deitar e fechar os olhos, enterrando a imagem em seu peito fortemente.
Ela estava aliviada porque sairia, entretanto, deixar Billie não fazia seu coração ficar calmo, muito pelo contrário, ele estava quase sangrando. Não se arrependia de ter se apaixonado por Billie, porém as coisas se complicariam a partir do momento onde saísse dali. Sem perceber um choro baixinho se fez presente por ela mesma. Ela havia levado a coberta até sua cabeça e mal notou quanto tempo havia se passado daquela forma.
— Anjo? — A voz carregada de preocupação de Billie soou no ambiente e S/n descobriu a cabeça rapidamente, se virando quase que instantaneamente para sua namorada.
— Amor... — S/n proferiu, estendendo os braços para era em um convite silencioso para a maior se aconchegar em seu corpo. Billie nem sequer pensou, apenas migrou até a cama de S/n e se instalou em seu abraço.
— O que houve? — Billie perguntou e S/n negou com a cabeça, enterrando o rosto em seu pescoço antes de começar a chorar copiosamente.
— A minha... irmã. — S/n disse e parou, fazendo o desespero de Billie aguçar.
— O que houve com ela? Ela está bem? — Indagou e S/n assentiu com a cabeça, respirando fundo para ver se conseguia parar de chorar.
— Ela pagou alguém para sumir com uma das provas da minha inocência. — Ela enfim disse. — E não duvido nada que... tenha ofertado uma boa dose de dinheiro ao meu antigo advogado para perder o caso. — Billie se calou por algum tempo até processar a
informação.— Você, uh, tem certeza? — Billie perguntou e S/n assentiu, completamente devastada. — Céus, S/n, eu sinto muito. Como você soube?
— A minha advogada descobriu. — Ela falou, sentindo seu corpo se acalmar ao sentir a carícia mansa de Billie em seus cabelos.
— As pessoas às vezes são filhas da puta no mundo, só basta descobrir o motivo. — Billie falou e S/n ergueu o rosto, a fitando com os olhos vermelhos e o rosto umedecido. Billie não resistiu em levar uma mão até seu rosto e enxugar delicadamente a região antes de depositar um beijo na testa de S/n. — Não gosto de te ver mal. Isso me destrói. — Falou, fechando os olhos e engolindo pesadamente.
— Por favo… Por favor, diz que vai me deixar te visitar quando eu sair daqui. — S/n sussurrou em uma súplica desesperada. — Por favor, amor, por favor...
— Anjo, isso não é lugar para você. — Billie disse com profundo pesar. — Eles vão ter que te ver nua e...
— Não se eu vier com um advogado. — S/n disse prontamente e Billie a fitou solenemente.
— Você está mesmo disposta a me visitar? — Billie indagou e S/n assentiu, enfiando a foto embaixo do travesseiro novamente.
— Passará rapidinho, mas preciso continuar te vendo. Eu não saberia lidar com tanta saudade. — A menor confessou e Billie arqueou uma sobrancelha.
— Está dizendo que me esperaria? — Perguntou incrédula.
— Óbvio. — S/n replicou e Billie não resistiu em abrir um lindo sorriso.
— Você jura que me esperaria? Amor, você não precisa...
— Não fale mais uma palavra sequer. — S/n pediu. — Eu... gosto mesmo de você, Billie. — Ela disse com suavidade. — Sei que eu não preciso; que eu poderia tocar a minha vida lá fora como se nada tivesse acontecido, mas aconteceu e eu jamais mudaria isso em minha vida. — Afirmou. — Você agora é parte da minha vida e, bem, é uma parte que eu não quero nunca abdicar.
— Não me dê esperanças se não for verdade… — Billie pediu com a voz embargada, fitando o colchão para S/n não ver o lampejo de vontade de chorar em seus olhos. — Ninguém nunca esteve lá por mim além de Drew e Zoe e eu não suportaria se... — Ela engoliu em seco e mordeu o lábio inferior. — Por favor, não me ilude se não for verdade. — Billie sentiu o leve roçar do dedo indicador de S/n em seu queixo e ergueu a vista para fitá-la.
— Esperarei cada bendito segundo para termos uma vida lá fora. — S/n disse e Billie comprimiu os lábios.
— Jura? — Billie perguntou e S/n assentiu.
— Sim. Só preciso que me deixe te visitar... Eu morreria de saudades. — S/n pediu novamente e Billie assentiu.
— Eu deixo. — Billie falou finalmente. — Mas só se vier com um advogado. Não quero que se submeta a ser analisada por aquelas policiais.
— Eu prometo. — S/n disse, se inclinando e dando um beijo em Billie, calmo, macio e suave. A maior riu entre o beijo e negou com a cabeça.
— Começamos essa conversa comigo sendo seu conforto. Olhe agora… — Ela disse rindo e S/n depositou mais um beijo casto em seus lábios.
— Isso é porque somos um casal fofo onde ambas se cuidam e é exatamente por isso que não deixaria de te ver nunca. — Ela falou e Billie sorriu, enlaçando um braço ao redor da menor.
— Bem, temos pouco mais de três meses para ficarmos juntinhas ainda, não é? — Billie indagou e S/n mordeu seu lábio inferior, a olhando com temor.
— Uh, é isso que eu queria comentar com você… — Começou suspirando e por sua reação Billie já soube.
— Quando sai? — Perguntou.
— Em aproximadamente um mês, no máximo. — Billie assentiu e levou uma mão até seu rosto.
— Finalmente. Isso não é lugar para você. — Billie disse docemente, apesar de já conseguir sentir a saudade em seu peito.
— Nem para você, Bill. — S/n afirmou e Billie riu baixinho.
— Talvez, mas você não sabe o peso que tira das minhas costas indo embora. — S/n a fitou confusa e Billie abriu a boca assustada. — Não, eu não quis dizer que você é um peso para mim, por favor, não me interprete mal. — Pediu rindo nervosamente.
— E então? — S/n Indagou.
— Vivo com medo de descobrirem algo sobre mim. — Billie confessou. — E morro de desespero de te atacarem caso descubram. Eu não me perdoaria nunca se algo te acontecesse. — Falou com um olhar aflito e S/n se ajeitou na cama.
— Não me assuste, Billie. Do que se trata? — Billie suspirou e diante do olhar de S/n ela não teve como esconder. Seus olhos foram para fora da cela para ver se ninguém passava e abaixou o tom de voz consideravelmente ao dizer:
— Eu não sou quem eu digo ser, S/n.
1211 palavras
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Presa Por Acaso (Billie Eilish / You)
FanficO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? S/n Malik não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melhor...