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--------------------------------— Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. — Ela disse.
— Conta para mim? — S/n perguntou e Billie assentiu. Desde sempre S/n a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela. Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos. Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.
— Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mas era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.
— Você... roubou? — S/n indagou e Billie suspirou.
— Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria. Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar ser eu. Eu estava com raiva... Desesperada. — Billie disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios. — Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares para cima, então comecei a fazer isso sempre.
— Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? — S/n disse ao vero auto-desprezo no olhar de Billie.
— Não, S/n, não é. — A maior disse sentindo sua garganta se fechar. — Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia valer a quantia que faltava. — Ela riu com desgosto. — Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.
— Eu sinto muito. — S/n disse e Billie negou com a cabeça.
— Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todo o dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. — Ela falou com pesar. — Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.
— Billie, não! — S/n disse, levando uma mão ao seu rosto. — Não pense assim, por favor. — Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma. — Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia... — Os olhos azuis se focaram nos seus e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.
— Você acha? — Billie indagou. — Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...
— Ele sabia. Tenho certeza. — S/n disse, se aconchegando mais nos braços de Billie. — Eu, que te conheço há pouco, saberia, imagina seu avô que viu com certeza seu esforço por ele ao longo dos anos. — A maior suspirou e apoiou sua testa na de S/n fechando os olhos ao sentir a carícia da menor em seu rosto.
— Fui liberada para ir ao enterro dele. — Billie disse baixinho. — Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão… Espero que ela tenha me perdoado.
— Ele não tem do que te perdoar, amor. — S/n sussurrou, fazendo Billie abrir os olhos ao ouvir a menor proferir aquela palavra. — Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.
— Obrigada. — Billie disse, dando um meio sorriso. — Penso que quero te beijar... — Ela sussurrou e S/n sorriu.
— Só pensa? — S/n perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus lábios. A maior sorriu abertamente.
— Tenho certeza de que quero te beijar. — Billie corrigiu.
— Está esperando o quê? — S/n indagou e Billie sorriu, se inclinando para capturar os lábios macios da menor entre os seus. S/n riu entre o beijo ao sentir Billie mordiscar seu lábio inferior e levou sua mão até a cintura de Billie, apertando-a.
— Eu passaria o resto da vida com você assim… — Billie falou com a voz meio abafada e S/n suspirou.
— Não entendo como você é a líder disso aqui… — S/n disse e Billie riu.
— Quando eu te contar você não vai acreditar. — Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.
— Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? — S/n perguntou e retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Billie adentraram sua camisa e acariciaram a região.
— Sim... Não vou te esconder mais nada. — Billie falou, sentindo S/n segurar sua mão, que migrava para seus seios.
— Então me conta agora, Bill... — S/n pediu com a voz dengosa e Billie franziu o cenho.
— Agora? Não podemos transar rapidinho antes? — A maior perguntou e S/n sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.
— Eu adoraria, mas quero saber. — S/n falou com muito esforço e a maior negou.
— Preciso conversar com alguém antes... — Billie disse e S/n franziu o cenho. — Mas juro que vou te contar.
— Não pode dizer nem uma prévia? — S/n perguntou mordendo o lábio inferior e Billie riu.
— Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. — Ela avisou e S/n entortou o canto dos lábios. — Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.
— Até mais que em Zoe? — S/n indagou confusa.
— Sim. Ela não sabe por que vim presa. Não gosto de falar disso. — Billie informou e S/n assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Billie.
— Então, acredito que vou aceitar a proposta de transarmos... — S/n murmurou. — Mas nada de rapidinho não. Quero fazer amor com você por horas... — Sussurrou contra os lábios da maior.
— Fazer amor, hm? — Billie indagou alegre e S/n assentiu.
— Sim... Quero transar com carinho... — Ela murmurou e Billie sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de S/n.
Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de S/n com paixão e lentidão, sentindo seu coração bater não só descompassado, se não feliz também.
Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.
1027 palavras
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Presa Por Acaso (Billie Eilish / You)
FanficO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? S/n Malik não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melhor...