📍Presídio feminino do estado de Kansas.Seu corpo foi lançado com força para a frente, fazendo-a quase cair antes de conseguir se equilibrar. Seus olhos percorreram a extensão de todo o pátio, analisando meticulosamente todas as garotas do local. S/n pôde perceber andarem em bandos, e ela aparentemente era a carne nova no pedaço, pois todos os olhares estavam focados nela.
Enormes cercas elétricas eram coladas com paredes quilométricas. Havia câmeras de segurança por todos os lados e os uniformes laranjas se destacavam entre os marrons e brancos. Policiais femininas rondavam por ali, prestavam atenção em toda e qualquer aproximação estranha que poderia ser uma possível briga.
S/n não deixou de notar que, em algum momento, todos abaixaram a cabeça quando uma mulher de pele extremamente clara e de cabelos loiros passava por elas. Curiosa como costumava ser, S/n jamais baixou o olhar, vendo a loira subir na mini-arquibancada, feita de ferro e madeira, e se sentar.
A loira percorreu o olhar pelo perímetro, contudo, ele parou em S/n. A expressão solene entregava que ela não queria que a olhasse, mas algo na garota a prendia.
- Malik? Estou te chamando! - O grito da policial fez S/n pular de susto.
- Desculpe, eu não te ouvi. - Pediu, observando a mulher de cabelo castanhos e roupa azul-escuro, lhe fitar seriamente.
- Eu não costumo dar avisos para as presidiárias novatas, mas vi que ficará um bom tempo aqui, então sugiro que não a encare. Ela não gosta. - A policial falou e S/n assentiu, dando uma última olhada para a garota antes de ler o nome no crachá da policial.
- Em que posso ajudar, senhorita Drew? - S/n perguntou e a policial apoiou sua mão direita sobre a arma em sua cintura.
- Tem visita para você, me acompanhe. - Ela disse, prendendo as mãos de S/n em suas costas e a levando dali.
- Visita? Sabe quem é? - S/n indagou.
- Não sou sua escrava, detenta. Da próxima vez descubra por si só. - Drew disse friamente. - Nem todas as policiais aturam essas perguntas. Algumas são realmente más, então procure não falar com elas. - A policial alertou. - Enfim, é sua advogada e sua irmã.
- Obrigada pelo conselho. - S/n disse.
Caminharam o resto do caminho em profundo silêncio e, quando finalmente chegaram, a advogada fez questão de deixar que soltasse S/n das algemas, e assegurava que ela não era perigosa.- Por onde esteve? - S/n perguntou assim que a policial a soltou e se afastou. Sua irmã correu para seus braços e a abraçou fortemente.
- Eu realmente quis tirar férias do mundo. A assistente social de Adelaide que conseguiu me contatar através de um amigo. - Falou, se separando do abraço.
- Adelaide ficará com você? - S/n perguntou e Annabel suspirou, assentindo. Adelaide era filha de seu irmão mais novo, ele havia tido ela muito novo, porém a mãe da criança morreu na mesa de parto, logo após o nascimento da menina, desde então S/n que ajudava a cuidar da criança, com Carol.
- Sim, não pude acreditar que mamãe fez isso. - Annabel disse paralisada, prendendo o choro. - Ela nunca havia feito nada mais do que nos agredir, mas isso há muito tempo. Nós deveríamos ter...
- Hey... - S/n disse, segurando sua mão e olhou de relance para a advogada, que mantinha a cabeça baixa esperando o momento íntimo delas acabar. - Não dá mais para mudarmos isso, é melhor não nos machucarmos dessa forma. - A mais nova assentiu cabisbaixa. - Como você está?
- Como eu estou? - A irmã dela perguntou incrédula. - Você é que foi presa injustamente, não eu. Como
você está? - S/n suspirou.- É, mas você também perdeu um irmão.
- Você não precisa ser tão empática o tempo inteiro, S/n. Eu estou me virando aqui fora e eu vou te tirar daqui. - Annabel disse com determinação. - Essa é nossa advogada, Claudia Sulewski, perdão não lhes apresentar antes. - A mulher estendeu a mão para S/n e apertou de modo formal.
- Temos boas e más notícias para você, senhorita. - A advogada Sulewski anunciou. S/n analisou que ela vestia um conjunto social cinza, com uma blusinha branca por baixo. Sua saia batia um pouco abaixo do joelho e sua expressão era solene.
- Diga qualquer uma primeiro, pior do que estou, só morrendo. - S/n disse dando de ombros.
- Certo. A boa é que ainda nesta semana juntaremos provas o suficiente para te tirar daqui. - Claudia disse, apoiando as duas mãos sobre a mesa de alumínio. - E a má é que, embora sejam uma família rica, a juíza
decretou a próxima audiência somente em seis meses. - Os olhos de S/n se esbugalharam.- O quê? - Exclamou atônita. - Vou ter que ficar seis malditos meses aqui?
- Infelizmente o julgamento já foi finalizado e para reabrir o processo a fila é enorme, é fim de ano, temos poucos juízes neste estado, teremos que esperar. Não posso oferecer dinheiro, seria suborno. - S/n levou as duas mãos até seu rosto e meneou a
cabeça, aflita demais para processar a informação.- Virá me visitar com frequência? - S/n indagou à sua irmã.
- Vou dar meu melhor, com isso das papeladas da Adelaide e meu trabalho, você sabe... - Sua frase morreu, contudo, S/n assentiu.
- Se não conseguir vir em menos de três semanas, pode me fazer um favor? - Sua irmã assentiu. - Compre um unicórnio enorme de plástico para nossa sobrinha. E o que ela me pediu de aniversário. - S/n disse tristemente. - E diga que foi presente da tia S/n.
- Tudo bem, agora precisamos ir, mas se cuida, maninha. - Annabel disse, dando um rápido abraço em S/n. - E se mantenha fora do alcance das garotas daí, são perigosas. Não diga a ninguém que você é rica e tudo ficará bem. - S/n assentiu e se despediram.
Quando a policial lhe colocou no pátio novamente, a primeira coisa que S/n notou foi o par de esferas azuis sobre si e, instantaneamente, o aviso da policial Drew soou em sua mente: "Não a encare, ela não gosta."
Se não gosta, então por que fica encarando também? Pensou S/n, mas desviou os olhos mesmo assim, afinal, não queria brigas, muito menos em seu primeiro dia ali.
1038 palavras
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Presa Por Acaso (Billie Eilish / You)
FanficO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? S/n Malik não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melhor...