Tempo: Liberdade Abafada

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Seokjin era uma pessoa polida e Namjoon achava estranho morar com ele.

Sentia o cheiro do ômega em casa, mas nunca o via.

Já fazia algumas semanas do casamento e quando chegava do trabalho Hoseok lhe contava sobre o dia animado com Seokjin, mas nunca Seokjin estava lá.

Isso não o preocupou, até porque era realmente para ser assim.

Claro que seus cunhados todo dia lhe perguntavam quando iria conhecer Seokjin, mas Namjoon não queria envolver mais o ômega em sua vida. Já basta Hoseok, Miyul e Jungkook estarem próximos a ele.

Ele não parou de transar por aí, de jeito nenhum, sinceramente ele não sentia absolutamente nada por aquele ômega além de uma compaixão chata sobre ele ser tão sem graça e calado.

Primeiro achou que o ômega era inocente demais, até que escutou Hoseok falando que Seokjin sabia de várias coisas bem sexuais.

Achou que o ômega era sem talento algum, mas percebeu que Seokjin havia criado uma espécie de estúdio de pintura no quarto vazio no porão com o cartão de crédito que Namjoon havia lhe disponibilizado.

Lembra do dia que deu cartão ao ômega, e ria só de se recordar.

— Aqui. É seu. — Namjoon tirou um cartão Black da carteira e ergueu a mão ao ômega que até deu um passo para trás. — Pegue. Eu percebi que você não gasta literalmente com nada, nem mesmo com uma roupa. Pensei que seu pai havia lhe dado ou deixado algum dinheiro.

— Eu não sei usar isso. — Seokjin falou.

Como assim alguém não sabia usar um cartão de crédito?

— Você escolhe o que quer comprar, fala para a vendedora que é no cartão e põem a senha na maquineta.

— Mas e se não tiver dinheiro? Eu não tenho dinheiro.

— Vai ter dinheiro, Seokjin. Acredite.

O ômega pegou o cartão com as duas mãos e agradeceu.

Mas toda a compra que ele fazia entregava o comprovante de compra para Namjoon.

Isso incomodava tanto que não conseguia nem mensurar. Mas não falava nada, pegava o papel e jogava fora.

E quando Namjoon teve que viajar por algumas semanas, ligou para Hoseok já que percebeu que o bendito ômega que era casado nem sequer tinha um telefone.

Que porra era aquela, morava com um ômega das cavernas?

Chegou dos Estados Unidos com o celular mais caro que o dinheiro poderia comprar e deu ao ômega que abriu um sorriso alto, mas depois fechou dando um sorriso mais simples.

— Eu sempre quis ter um celular! — Seokjin disse. — O Hoseok fala tanto no celular e ele me mostrou o Instagram, queria postar as fotos dos meus quadros no... – Namjoon nunca ouviu o ômega falar tanto em todos aqueles meses. Achou engraçado. — Desculpe, fiquei afobado. Peço perdão. Não irei atrapalhar. Muito obrigado pelo presente.

Namjoon deu de ombros sem importância. Quando recebeu uma notificação em seu celular de algo sendo comprado em seu cartão, teve que rir.

Seokjin havia assinado o Spotify.

Depois que o ômega assinou o Spotify, ele também comprou um fone de ouvido, então toda noite que Namjoon chegava em casa, descia até o quarto do porão, Seokjin estava lá pintando com os fones de ouvido bluetooth que eram da cor rosa.

Ele já tinha metade da parede pregada de quadros de todos os modelos.

Namjoon não entendia bem se era um hobbie dele ou se era algo que ele realmente queria ganhar vida, mas não iria brigar.

Don't Marry Me! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora