Tempo: Dêem-me a liberdade

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Em uma sociedade lupina avançada, o estilo de casamento arranjado já deveria ter sido abolido a muito tempo.

Mas não para Kim Seokjin. Para ele, quando abriu os olhos e exalou seu cheiro de ômega ao nascer, seu pai assinou o contrato de casamento com uma família tão poderosa quanto a dele. Seokjin cresceu sabendo que deveria casar quando fizesse seus exatos 20 anos.

Seu pai ômega, Kim Dahyun, sempre deixou claro qual era o seu papel no meio em que vivia. E Seokjin sempre foi muito polido.

Como uma escultura moldada apenas para ser recatado.

Quando se sentava era reto e com as mãos no colo. Suas roupas sempre muito delicadas e finas. Sorriso meio a meio, sem demonstrar tanto, mas sempre sendo fofo. Quem olhava de longe o ômega Kim, era possível ver o quanto ele exala elegância, mas por debaixo das roupas dele, as marcas exalam podridão.

— Que sorriso foi aquele para um alfa que não é seu, Kim Seokjin? — Existia uma ômega que cuidava da educação de Seokjin. Ela se chamava Na Yuria.

Senhora Na sempre foi como uma Ama para Seokjin, o vestiu quando mais novo do jeito que um ômega deveria se vestir. O ensinou a falar direito, escrever, ler, comer, andar e até mesmo coisas que nem deveria ensinar, como por exemplo, a privação de sonhos e da felicidade.

— Eu não me recordo de... — O primeiro tapa que Seokjin recebeu lhe deu um susto, sempre sabia quando iria receber as agressões, mas desde que a data de seu casamento havia sido marcada após seu aniversário de 19 anos, as agressões estavam com uma rotina que ele não havia se acostumado.

— Vá para o fundo. Três dias repensando sobre esse comportamento inadequado.

Seokjin se levantou e foi até o quarto dos fundos, quando entrou, ouviu a porta sendo trancada.

Se sentou na cama olhando para a pequena janela que dava para os fundos de sua casa.

Uma vida toda de agressão pode transformar o ser humano no pior dos seres, mas Seokjin havia tido um efeito mais singelo, em que ele apenas sentava naquela cama e realmente repensava no que havia feito. No final, sabia que não havia feito nada de errado, mas era esperto o suficiente para não dizer aquilo.

Ele tinha uma expectativa que se assemelhava a uma esperança medonha, em que o alfa que fosse se casar não fosse tão ruim consigo.

Apenas queria poder viver em paz, ao menos poder sorrir sem ter que controlar. Ter um animal de estimação. Comer hambúrguer, pizza e tomar vários sorvetes.

Não era inocente, sabia como funcionava a vida e sabia o que lhe esperava, mas ele só queria o mínimo, não precisava do máximo. 

Don't Marry Me! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora