Tempo: Liberdade Abafada

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O sangue seco saiu na blusa de Seokjin enquanto se olhava no espelho enorme que tinha no quarto. Estava sentado no chão, com um pomada para corte, soro fisiológico e algodão.

Senhora Na havia sido mais cruel dessa vez. Seokjin entendia que havia vacilado em sua criação. Mas estava em lua de mel praticamente e na casa de seu marido. Não era motivo de ser tão polido.

Mas foi um aviso para lhe lembrar que de um jeito ou de outro seus pais e sua ama estariam sempre lhe vigiando.

— Seokjin... — A porta do quarto abriu devagar. — Eu vim deixar um remédio para você.

Hoseok não se assustou de forma alguma ao ver o tanto de machucado nas costas do outro ômega.

— Quer que eu lhe ajude? – O ômega Jung sentou atrás de Seokjin que apenas concordou. — Quer falar sobre isso?

— Não é nada demais.

— Entendo. — Hoseok limpava as feridas feitas por fivela de cinto devagar. Mesmo que ver aquilo lhe doía, o ômega sabia controlar a raiva que sentia por saber que tudo aquilo ocorreu debaixo do teto que cuidava. — Ainda que seja nada demais, é alguma coisa.

— Eu... Por favor... Se eu falar vou acabar chorando e o meu alfa não pode me ver assim.

— Namjoon já foi trabalhar. Eu pedi para Jungkook ficar com Miyul rápido, já que ele é o segurança de Namjoon.

Seokjin nunca havia tido alguém que cuidasse de suas feridas, por isso, ele chorou.

Chorou com as mãos no rosto querendo esconder suas expressões chorosas.

— Ei... Oh meu Deus. — Hoseok abraçou Seokjin com cuidado para não lhe machucar. — Coloque tudo para fora.

Seokjin nunca teve colo para chorar. Nem sequer quem lhe fizesse carinho e quando Hoseok lhe deu aquilo, ele desabou mais.

Foram cerca de dez minutos chorando sem pausa. Seu rosto inteiro estava inchado e agora ele estava na cama com Hoseok terminando de limpar suas feridas.

— Eu não sei quem ela é para você, Seokjin...

— Pode me chamar de Jin... – Seokjin se virou para Hoseok.

— Jin... — Hoseok sorriu. — Veja, eu não sei o que ela é para você, mas aqui, nessa casa, você não vai ser agredido. Eu não me importo se leva a situação como nada demais, mas...

— Não conte a ninguém. Por favor. Nem meus pais sabem disso. Por favor.

— Jin, a partir de agora essa senhora não vai mais entrar aqui, entendeu? — Hoseok foi firme. — Eu não sou o dono daqui, mas se for possível agir como tal para manter esse lugar tranquilo, irei agir.

Seokjin concordou, preocupado em ter dado mais trabalho para o ômega que parecia ser tão bom. Não era justo.

Não queria ser inútil ou um encosto.

—Eu não quero que se preocupe.

— Querido, eu sou a própria Madre Teresa Calcutá .— Hoseok riu. —Não vai me incomodar te ajudar no que for preciso e aliás... Você é o ômega do padrinho da minha filha.

— Namjoon não me parece alguém tão delicado. — Seokjin riu envergonhado.— Ele é muito grande e Miyul é bem pequena.

— Ah. Aquele sebento cuidava muito dela, até porque ela nasceu na mesma época que o pai dele faleceu e Namjoon sempre foi muito apegado ao pai.

— Eu queria ter um laço tão forte com meus pais.

— Oh, eu também. Meus pais são terríveis, mas as minhas sogras são ótimas. Você nem conheceu meu beta, venha. — Hoseok puxou Seokjin. — JUNGKOOK!

— O QUE É? — Seokjin riu com o beta gritando impaciente. —EU NÃO SOU SURDO.

— E eu lá lhe chamei de surdo? — Hoseok deu um peteleco na cabeça do marido. —Esse é o idiota do meu marido, Jin.

— Idiota? — Jungkook falou alto. Miyul riu baixinho dos pais. — Não acredita nele não.

— Eu... Não...

— Ih, tu deixou o ômega de Namjoon envergonhado. Vai... Vai! — Hoseok falou pegando o beta pelos ombros. — Pegou a marmita?

— Peguei. Pare de me empurrar. — Jungkook falou e se eu virou dando um tchau para Miyul. — Tchau, meu bebê.

— Tchau, papai!

—Beijinho... — Hoseok fez bico na porta de casa e Jungkook sorriu, pegando o ômega pelo rosto e lhe beijando.

Seokjin sentiu inveja, queria ter aquilo também, mas apenas arfou e ao receber um tchau de Jungkook, acenou de volta e começou a pensar no que deveria fazer naquela casa. 

Don't Marry Me! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora