Capítulo Dez

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As expressões dos dois homens diante de mim eram as mesmas - palidez e olhos arregalados. Suas surpresas me cumprimentaram como um "olá" radiante de perplexidade.

É, hora de dar o fora daqui.

De uma certa forma, devo admitir que eu não esperava por isso, assim como Jeon. Oh, eu o deixei sem palavras? nem de longe era aminha intenção (doce mentira).

Certamente, ele teria um duro trabalho agora, mas eu não ligo.

- Boa conversa para vocês.

Com um sorriso vitorioso e um charme extra na típica jogada de cabelo, segui de volta para a casa e deixei meu melhor amigo se entender com meu ex noivo na tentativa de justificar o 'A partir de agora, somos amigos com benefícios'.

Ah, Rose. Garota má.

Minha risada era maléfica, não do tipo seca ou forçada, eu estava quase me tornando uma Malévola loira enquanto seguia até a sala de jantar. Esperava mesmo que eu deixaria de comer a deliciosa refeição preparada pela tia Vivian e tio Victor por bobagens entre Jimin e Mina? Nem morta. Ainda haverá sobremesa, tenho certeza disso.

Assim que virei no corredor para adentrar a sala novamente, a silhueta de vovó apareceu, impedindo o caminho. Eu poderia ter me assustado, mas meu interior pediu apenas um corte da risada de cobra. E foi o que eu fiz.

Limpei a garganta. - Vovó! Hã, eu fui...

Cala a boca. Não há justificativa.

- Tudo bem, querida, - disse ela com um sorriso.

Seus olhos passaram pelos cantos da casa, depois pelo hall de onde vim e por fim, visto que não havia mais ninguém, ela segurou meu braço e me puxou rumo ao seu escritório. Sem uma palavra. Apenas seu radiante sorriso intacto expandindo por toda a sua face.

- Uh... na verdade, vovó, eu ia voltar para o jantar, - proferi apontando para a porta.

- Besteira. Sente-se aí, - pediu apontando para uma das cadeiras à minha frente.

O escritório da vovó Harper. Aqui é onde ela e meu avô passavam boa parte do dia, com reuniões de negócios e análises constantes destes. Era o passatempo que eles tinham juntos, e tenho certeza que ela sente falta disso. Eu sentiria, porque, de fato, sinto falta das idas ao cinema com Ella, ao ICY e sinto falta dos momentos em que o vovô Oliver contava suas histórias, também. São detalhes que passam sem darmos a devida importância... até não termos mais.

O passatempo entre Jimin e eu era assistir filmes de terror. Eu odiava e ele amava. O idiota sempre gostou de passar medo e me assustar, então insistia para que víssemos, além de que, para ele, aquilo poderia me inspirar nos próximos livros. Não nego, ficar chateada com isso realmente me inspirava, porque assim poderia imaginar formas em que uma namorada assassinava seu amante enquanto este dormia. Perturbada demais? Certo, vamos apagar este último relato.

Voltando, Jimin não entendia que não era assim que funcionava. Não comigo. Eu não sou como típicos escritores de livros, que gostam desse universo levemente caótico como o fornecido pelo suspense e terror. Não que eu deteste isso, mas há um desacordo à isso. Eu amo livros de romance e drama, mas odeio escrever sobre isso. Enfim, uma mulher contraditória e um pouco maluca está, neste exato momento, descrevendo a vida dela para vocês.

Uau. Palmas. Não surtem.

Jeon, pelo contrário, sempre estava disposto a aguentar os filmes de romance junto comigo. Mesmo que ele não goste (embora eu prefira pensar que sim), a companhia era o mais bem aproveitado. O resto não importava. Jungkook seria a pessoa perfeita comparado a Jimin, pois apesar da arrogância, ele não é egoísta. E nós, obviamente, nos damos melhor do que com nossos antigos relacionamentos. Mas pensar sobre isso me assusta, pois me leva mais rápido ao passado do que o inesperado, então, vamos continuar com a visão de que nunca vimos um ao outro como uma opção. Uma vez que a amizade prevalece em todos os aspectos aqui.

BoyFriend | RosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora