BoyFriend | Rosekook

Capítulo Vinte e Três

JUNGKOOK
ATUALMENTE

'Oi, aqui é a Rose! Duh, é claro que você sabe disso. Bom, não posso atender agora... é, você também sabe disso. Uh, provavelmente esqueci meu celular em casa ou o deixei na cafeteria de novo. Se for urgente, eu lamento e espero que haja solução para o seu problema. Até mais!'

Posso estar desesperado para vê-la e perder desculpas, mas nunca me canso dessa mensagem da sua caixa de telefonemas. O sorriso no meu rosto comprova isso.

— Oi, uh, sou eu, Jungkook. Eu não sei mais que mensagem deixar, porque acho que já esgotei tudo o que tinha para dizer e já lhe enviei vários textos. Eu sinto muito, de verdade. Sinto por absolutamente tudo que falei e nao vou culpá-la se você se sentir mal pelo que fizemos, por ter dormido com um babaca como eu. Me desculpe, ok? Hã... certo, me ligue assim que ouvir isso. Acho que essa será a última mensagem que vou deixar... tchau.

Só para contrariar, envio mais uma:

Onde você está? Precisamos conversar. Por favor, me liga.

Aperto o telefone e o coloco de lado. Em seguida, seguro minha nuca com força e exalo uma respiração controlada e atordoada. Estou me sentindo culpado pelo o que falei e com um medo terrível das consequências disso. Droga, como eu consigo fazer merda tão fácil assim?

Me levanto e decido sair do quarto. Já procurei Rose na casa inteira e não a encontrei. Na verdade, essa mansão parece vazia e silenciosa demais, como um convite para o enlouquecimento.

Não há sequer as vozes daquelas crianças ou bolas rolando. Parece que estou no meio de um deserto, exceto que está menos oito graus hoje. Quando saio na varanda oeste da casa, o vento gelado me cumprimenta com um sorriso cruel e nada amistoso. Eu odeio esse clima e estou a alguns passos de odiar mais ainda este lugar.

Eu ter vindo foi uma palhaçada. Se algum dia Rose me perdoar, terei que lembrá-la eternamente todo o meu esforço para acompanhá-la neste maldito casamento.

Certo, eu não faria isso. Desde o instante que concordei em vir, eu sabia que jamais jogaria na sua cara minha atitude e nunca diria que fiz tudo isso por ela. Desde que nos conhecemos, a ideia de cobrar Rose por algo ou fazer alguma coisa pra ela para ter retribuição em qualquer situação, jamais passou pela minha cabeça.

E agora, aqui estou eu, depois de agir como um idiota e um péssimo amigo, sendo aquele que reclama por ter vindo. Na realidade, o que mais me chateia foi o peso na consciência que Rose conseguiu instalar na minha mente sobre a relação com meus pais.

Tentei contornar esse sentimento ruim enviando uma mensagem para Jane, informando-a que nao pretendo vê-los tão cedo, mas quando ia clicar para enviar, aquela maldita voz na minha cabeça, somada com o tom conselheiro de Rose, me fez parar. Ainda não sei como poderei resolver essa questão. Não é o momento para pensar nisso.

Estou preocupado com a relação com a minha amiga agora. Isso é mais importante.

— Você quer que eu me retire ou já posso pedir para alguém vir examinar o parapeito? – Uma voz Interrompe meus pensamentos.

Dou um pequeno salto e olho para trás. A visão de uma senhora com uma touca azul marinho, um cobertor e uma xícara, apoiada por uma luva gigantesca preenche o espaço. Parece confortável e, de fato, Harper estava mesmo apreciando a vista congelante do Alasca. Ela está sentada em um banco de madeira com algumas almofadas, em frente ao que parece ser uma chaleira sobre uma pequena base com fogo.