Capítulo Vinte e Quatro

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JUNGKOOK

DEZ ANOS ATRÁS

Olhei para a garota na minha frente, a que eu havia acabado de beijar e ela estava igualmente surpresa. Horrorizada, na verdade.

De repente, a visão duplicada das duas me fez ficar ainda mais sonso. Meu corpo estava tremendo, a mão suando e a garganta seca.

Rose estava olhando para mim inconformada e parecia estar sendo consumida por... raiva. — O que você está fazendo aqui? 

Posso afirmar que eu ainda não tinha muitas palavras para me expressar. Eu sempre soube identificar as duas. Sim, elas são idênticas, mas porra, eu sei diferenciar Ella e Rose. Talvez não tanto como imaginava, não é mesmo? 

— Eu... eu... – Simplesmente, sem a capacidade de falar. Passei as mãos pelos cabelos e fechei os olhos com força para tentar me organizar.

Rose olhou para sua irmã, furiosa. — O que você fez? Não se passou por mim, certo? Pensei que essa coisa de trocar de lugar como canetas já havia passado.

Ella se levantou em um pulo e balançou a cabeça. — Não. Não foi de propósito, eu juro. Eu não esperava que...

Rose olha para a irmã, depois para mim. — Não precisa explicar. Eu ja entendi o que está havendo aqui.

— Rose, eu não-

— Você é cruel, Ella. – Mágoa brilhou em seus olhos. — Muito cruel.

Rose olhou para mim mais uma vez e, com uma expressão de decepção, ela apenas balançou a cabeça e saiu.

Suas íris estavam brilhando, mas não soube identificar pelo o que. Talvez lágrimas, porém, por quê? Rose sempre escolheria Jimin e eu fui tolo em pensar que ela corresponderia a esse beijo... ela teria me impedido. Bom, eu imagino que Ella também, mas por que não fez?

Fito a gêmea. — Por que você fez isso?

Ella me encara de volta. — Eu fiz? – Seu dedo veio em minha direção. — Eu não esperava que você fosse me beijar. Apesar de você ter pensado que era a Rose... – Ela passa as mãos no rosto e murmura: — Meu Deus, isso é confuso.

— Com certeza, – murmuro em concordância.

Não há espaço para absorver mais lamentações. A ruiva simplesmente olha para mim indignada e aponta para a porta.

— O que você está esperando? Vai atrás dela!

— O quê?! Por quê?

— Porque, para começar, era ela quem você queria beijar, não eu. Era a Rose. – Park da um passo na minha direção. — Diga isso à ela, Jungkook.

Eu me afasto. — Não! Isso não significa nada, eu estava... eu estou um pouco bêbado. Não consigo raciocinar direito.

— Ah, me poupe! Para com essa história, pinóquio. Você veio até aqui porque queria conversar com a Rose e me beijou porque queria beijar a Rose. Vocês precisam parar de mentir para si mesmos. Vai atrás dela!

Sinto meu coração disparar e uma nova onda de adrenalina se apossar do meu corpo, ao mesmo tempo que barreiras começam a serem construídas. Sinto-me vulnerável, exposto e, ao mesmo tempo, mais determinado do que nunca.

Dou um passo em direção à porta, mas detenho a minha atenção para Ella novamente. Olho no fundo de suas lentes, incapaz de me enganar ao indentifica-la desta vez.

— Você... vai ficar bem?

Inconscientemente, ela fita o armário onde colocou o remédio e assume uma postura tímida quando assente. — Vou. Converso com ela depois. Agora vá.

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