Capítulo 6 - Ken desperta suspeitas em Pol e Kinn

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Nova York

                       "Fico me perguntando se Arm ainda tem os mesmos sentimentos nobres que tínhamos na adolescência..."

                        Passamos por poucas e boas durante nossa infância. Perdemos nossas mães na mesma época. Depois fomos adotados pelas tias da vila. Nós dois sabíamos que elas nos acolheram porque nós levávamos as caixas e carrinhos para a feira e cuidávamos das bancas, enquanto elas jogavam ou iam namorar.

                         Nossa vida era seca e sem carinho. O único amor que tínhamos era o de um pelo outro. Depois que elas se foram, vivemos três anos sob a mão infernal do senhorio. Ele abusava de nossa honestidade e nos roubava todo o soldo de nosso trabalho. Ficávamos sem comer e nossos banhos eram dos rios. Nossas noites escuras e vazias.

Então a vida nos deu tia Nat e tio Khorn e papai Tom e mamãe Joly. De órfãos sem nada passamos a sermos herdeiros de uma fortuna impensável. Ele mais que eu, já que papai só se tornou sócio de tio Khorn um tempo depois.

                     Como sou mais velho acredito que assimilei logo meu novo papel de filho querido de pais maravilhosos e me libertei das amarras da amargura e solidão da orfandade.

                    Arm acho que não. Acho que mesmo se sentindo amado, quando as asas da família não estão sobre ele, desconfio que o menino triste que encontrei na rua ainda o assusta. E nesses momentos qualquer seta do mal o atinge.

                 Kinn não me conta os segredos do homem Arm. E pela mesma fidelidade eu não conto a Kinn os segredos do menino Arm. Só que hoje, pensando em Ken, acho que nosso cuidado em preservar nosso irmão pode feri-lo ainda mais.

                   Não conheço Ken. Toda vez que o vi foi em entrevista. Ele tem os olhos de nosso antigo senhorio, mas sua áurea é muito mais negativa.

                  Kim me mostrou a postagem do "A Voz de Bangcoc" e para mim aquilo foi plantado. Como disse ao caçulinha, acho que não foi o bendito jornal online quem criou a mentira. Aquilo está ali por um motivo que desconheço, mas é para ferir os interesses de meu amigo Arm. Digo isso porque Arm não lê essas coisas e nem se importa,  ele também não entende o peso que uma fofoca assim pode fazer para a vida de uma pessoa.

                Aqui pensando, lembro que somos fofoqueiros. Todos nós. Dos adultos só tio Kan e tia Nan são linguarudos, mas entre os mais jovens da família não escapa um. Entretanto, nossas fofocas é um modo de desenvolver nosso amor. Foi fofoca que uniu Kinn e Porsche e também Pete e Vegas. E eles estão juntos a tanto tempo. E felizes, alimentando nossas fofocas. Arm não é diferente de nós. Ele só não entende que as fofocas dos outros são alicerçadas em ódio e usadas para alimentar confusão.

                Agora que convenci Kinn a me ajudar em minha investigação, sei que as pontas soltas serão reajustadas e vamos chegar em uma resposta. Eu não sei quais os  interesses regem um artista, Kinn sabe. Ele não entende os aspectos legais de certas atitudes, eu sei. Um trabalho em conjunto assim,se completa e vamos descobrir o que está por traz dos interesses de Ken.

               Em minha base de pesquisas há armadilhas simples e até tentativas de assassinatos que foram bloqueadas por Arm. Então sendo Ken, ou ele quer atingir meu irmão para ter Big para ele porque o caçula um era unha e carne com o Espigão, ou ele tem algum problema contra meu amigo.

Nova York/Tailândia

Via chamada telefônica

                 — Kinn, leu o relatório do que tenho aqui? — Estamos conectados em uma nuvem e ele tem alguns documentos que lhe enviei dias atrás.

O Fruto Proibido  1                                 #BigArmOnde histórias criam vida. Descubra agora