O começo de tudo
20 anos antes
O carro corre ladeando a rua da feira e uma mulher e mais dois passageiros observam o menino que corre levando a bolsa vermelha da senhora. O que interessa para a mulher não é a carteira cheia de dinheiro e cartões, é o relicário onde repousa a foto e uma mecha de cabelo, de Kendra, sua filha morta prematuramente. Próximo a bifurcação, quando seria impossível continuar seguindo rapazinho, duas crianças menores o alcançaram e o derrubaram no chão.
Quando viram que o outro não reagiu, pegaram a bolsa e foram em direção ao carro que tinha parado. Os dois meninos com idade entre oito e dez anos, miúdos, magros, de pés no chão e roupas gastas, sorriram para a mulher e entregaram a bolsa ao motorista.
— Ei, tio, vocês são três e aquele moleque conseguiu enganar seu sistema de segurança?
O homem olhou feio para os dois homens armados que agora desceram do carro e, virando-se para os heróis da tarde, os agradeceu.
— Obrigado por ajudarem a senhora.
— Obrigada, meninos. — A mulher agradeceu aliviada e sorrindo, já beijando o relicário e, virando-se para o motorista, pediu:
— Tom dê-lhes algum dinheiro. Eles merecem.
— Não senhora! Não fizemos pelo dinheiro. somos pobres, mas ganhamos nosso dinheirinho com trabalho. Ajudamos porque vimos seu desespero. Tchau...
Os garotos partiram e ao encontrar o que tinha roubado a bolsa, deram-lhe um safanão e voltaram para a rua. O carro seguiu com a mulher olhando os meninos, encantada com a educação e o carisma deles. Então os dois entraram em uma casa de madeira, com a porta pendente e sumiram por ali.
— Tom, fiquei tocada com eles. Será que tem algum responsável por eles?
— Deve ter, senhora. Podemos ir agora?
— Sim, podemos. Uma hora dessas Kim deve estar comendo as paredes de fome!
Durante a noite, os rostos das duas crianças ainda perseguiam Nat Ann Theerapanyakul. Não conseguia dormir e sua agitação despertou o marido.
— O que tanto perturba minha esposa? — Khorn abraçou a mulher e a beijou na face aflita.
— Hoje roubaram minha bolsa na frente do templo leste. Um menino fingiu tropeçar e quando o guarda-costas foi ajudá-lo o outro puxou minha bolsa e saiu correndo.
— Você se machucou, minha querida? — Com a negativa dela, ele continuou: — Os rapazes recuperaram seus pertences?
— Não deu tempo. Seguimos o menino que se embrenhou na feira e quando quase o perdemos, dois pequeninos que não tinham mais que nove anos, derrubaram-no e recuperaram a bolsa. Eram tão bonitinhos e pobres, mas entregaram e partiram.
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O Fruto Proibido 1 #BigArm
FanficSinopse: Concluída A história de dois homens que vivem próximos, mas seus corações estão distantes... Será que essas vidas paralelas se unirão? A fama e o poder pode destruir as pessoas. O tempo pode apagar e atenuar muitas mágoas, mas algumas fe...