Capítulo 7 - Rastro da Maldade

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Nova York

Domingo, 7:00 

                         Kim, Chay e Pol tomam café na casa de Tom e Joly.

                          — Não acredito ainda que os tios saem todos os dias para andar no parque! 

                       — Pois é. Comecei isso pensando em ter alguns momentos de liberdade, eles me seguiram e agora vão sem mim.

                       — Isso é bom, Pol. Lembro como sua mãe ficou triste quando a minha partiu... Achei que íamos perder  a tia Joly também! Agora ela é outra pessoa. — Kim ama estar em família com os pais de Pol. Cresceu tendo-os por perto e nunca os esqueceu.

                       — Na última exposição de Khun aqui, ela resolveu que ia ficar lá com ele, já que a assistente dele estava doente e agora o museu chama ela sempre que tem artistas da Ásia. Acho que cabeça deles todos falam tailandês!  

                      — Verdade que pensam isso, mas no caso de sua mãe, eles sabem que ela fala os idiomas da Coreia e China. — Chay admira a capacidade da mulher conseguir se comunicar bem em outras línguas.

                   Uma notificação interrompe a resposta de Kim, que deposita a xícara na mesa e destrava o celular

                   — Notícias de casa... No grupo da gente, Pol...

                  Pol abre também e eles dão de cara com a capa da revista Rock Tai. Arm é destaque da edição, mas já na capa está estampada também a foto que dizia da página da "A Voz de Bangcoc". 

                  — Que raiva, Pol! Quando ele vai parar? Jura que ele vai patrocinar a Rock Tay para espalhar mentiras?

                 — Rock confia nas fontes. Ele deve ter molhado a mão de alguém... — Pol está nervoso e com razão.

                — A Rock sabe que o Arm não toca mais há tantos anos, mas volta e meia fica falando de sua carreira musical como se cantar para amigos fosse realmente profissão! — Chay também se irrita com tudo, ele e Kim estão sempre do lado de Pole contra Ken. Não suportam o clarinetista. 

                  —  E como está o inquérito?  

                 — Bem lembrado, Chay! Como ficou isso, Pol? — Kim pergunta, enquanto coloca mais café na xícara de Pol.

                 — Jensen me disse que Ken já é aceito como culpado e como se negou a ir depor ontem, amanhã ele será conduzido até a Justiça... 

Tailândia

Domingo, 18:00 h 

                 À porta da enorme casa de Big Nodted, Arm fazia a checagem dos vídeos de segurança, usando um tablet e esperando novas ordens do instrumentista internacional que no momento estava recebendo outro nome da música, Ken Kornyat.

                Dentro da casa os dois artistas conversavam.

            — Big, quando será que poderemos declarar nosso amor em público? Fico tão triste que seja por minha causa que tenhamos viver nosso amor em segredo e também não posso me entregar mais à nossa relação justo para preservar minha imagem... Você é tão bom por me entender...

          — Se fôssemos atores de séries, os próprios fãs criariam ship e teríamos que fazer fan-service, ao menos eles iriam ver que temos alguma química! — Big está zombando de Ken. Ele acha incrível como o outro acredita em suas brincadeiras e leva a sério.

          — Será? Podíamos tentar falar com aquele roteirista que me deu aquela participação no BL de comemoração de aniversário da minha ex agência. O que você acha?

            Big apenas ria da situação, era só o que podia fazer. Não estava a fim de ter a atenção dos fãs errados, não que os desprezasse, mas ele lembra como é difícil viver sendo perseguido pelo lado errado do jornalismo.

           Olhou o relógio no pulso e percebeu que estava quase na hora do guarda-costas sair do plantão. Lembrou que não lhe deu ordens sobre a viagem. E foi procurar o homem.

******

          — Kinn, cria vergonha na cara! Como assim você acha que eu tenho que contar com quem os clientes saem? Não me diz respeito com quem o senhor Nodted namora, a não ser que isso interfira em meu trabalho...

           — Cala a boca, Kinn! eu estou lhe respondendo à altura. Quer saber da vida privada dele, pergunte você mesmo. Ele é seu amigo, não meu, seu estúpido!

             Big sinalizou sua presença, pigarreando. Arm praguejou, desligando. "Droga, Kinn, olhas as merdas que você faz!"

          — Pois não, senhor Nodted.

           — Partiremos para Nova York amanhã. Vamos ficar lá por uns dias e depois Ken segue até nós para fazer a agenda dele. Providencie o necessário para que ele esteja seguro também lá.

            — Sim, senhor.

           — O Kinn deve passar a agenda ainda hoje para você e vamos ficar no mesmo hotel da outra vez. Existe alguma observação sobre a segurança? Vi que ficou fazendo checagens de hora em hora...

          — Só detectamos uma fã do senhor Ken seguindo seu carro mais cedo, mas eu consegui interferir no itinerário e o motorista despistou ela antes de chegar aqui.

           — Fez certo. Agora vá descansar. Boa noite.

          — Igualmente, senhor.

            Big viu o homem sair e conversar com o outro que ia cobrir seu descanso. Entrou, xingando a amizade de Arm e Kinn. Entretanto ele sabe a quem Arm deve fidelidade como prestador de serviços, já como amigo...

          Entrou e voltou para os braços do namorado, que para a sua felicidade, pretendia dormir na sua casa.

O Fruto Proibido  1                                 #BigArmOnde histórias criam vida. Descubra agora